Na última quarta-feira (1), em reunião de política monetária, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, resolveu manter a taxa de juros dos Estados Unidos no mesmo patamar – na faixa de 5,25% a 5,50%.
Acabou o aperto monetário nos Estados Unidos?
Para buscar responder a essa pergunta Enzo Pacheco, analista da Empiricus Research, avalia o contexto atual. Nos últimos três meses, ele lembra, os índices internacionais ficaram no negativo, por conta do aumento da taxa de juros americana, com o juro longo atingindo 5% ao ano.
“Até então, fazia sentido a alta dos juros porque a economia americana ainda estava muito robusta, mas nesta semana, por exemplo, já vimos números de atividade industrial abaixo do esperado e um aumento da taxa de desemprego, além de uma desaceleração no ritmo dos salários”, explica.
Segundo o analista, pela fala de Jerome Powell, presidente do Fed, a tendência é que na próxima reunião de política monetária, o Fed leve esses dados mais recentes em conta, uma vez que a equipe envolvida na decisão considera um gráfico com métricas dos últimos dois, três meses. “Isso permitiria um corte do juro em dezembro e foi isso que animou o mercado, a ponto de as Bolsas subirem após a divulgação do resultado e da fala do Powell“, explica.
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A alta das Bolsas americanas nos últimos dias pode se manter?
Enzo frisa que a valorização dos ativos de risco nesta semana é, na verdade, um movimento de correção de uma queda de mais de 10% ocorrida nos últimos meses. Porém, receia que possa ser um otimismo de curto prazo. “Me parece um movimento técnico, momentâneo. O fato de alguns dados demonstrarem arrefecimento da economia pode se refletir nos resultados operacionais das empresas e consequentemente na confiança do mercado quanto às ações”.
Inclusive, vê um ganho mais sustentável para quem investiu em títulos de renda fixa nos EUA do que nas Bolsas americanas até agora.
“Então, em resumo, parece que a tendência é uma taxa de juros muito mais para baixo do que para cima na próxima decisão, mas o Fed precisa daquele equilíbrio fino de não dar a entender que a inflação está boa, o mercado sair comprando ações e causar um novo afrouxamento monetário”.
Por fim, o analista ainda reforça o quanto as ações brasileiras poderiam ser beneficiadas por um alívio dos juros americanos e na curva longa também.
Você pode conferir a fala completa de Enzo Pacheco nesta edição do Giro do Mercado: