Na semana passada, o Banco Central americano (Fed) manteve as taxas de juros estáveis no intervalo de 5,25% e 5,5% ao ano. No comunicado, a autoridade monetária adicionou o aperto das condições financeiras como um fator de restrição da atividade econômica, das contratações das empresas e da inflação doméstica.
Essa adição foi lida como um tom mais brando do comitê de política monetária, o que levou a uma reação positiva de ativos de risco. Mesmo após a fala do presidente Jerome Powell afirmar que o comitê ainda avalia novas altas de juros e que potenciais cortes não estão sendo considerados, o mercado antecipou o primeiro corte de juros de julho para junho de 2024.
Ainda na semana passada, o dado de outubro da folha de pagamentos (payroll) veio abaixo das expectativas dos economistas (150 mil versus 180 mil esperados). A criação de vagas do setor privado ficou ao redor dos menores patamares em um ano devido aos efeitos de greves no setor automobilístico. Além disso, a taxa de desemprego subiu de 3,8% para 3,9%, já a média dos salários cresceram 0,2% em relação ao mês passado. O número veio abaixo do esperado, apesar da revisão de setembro ter vindo para cima.
O mercado reagiu positivamente ao dado de trabalho com quedas significativas das taxas de juros nominais e reais globais.
Não há dúvidas de que a forte elevação das taxas de juros americanas nos últimos meses foi influenciada por fatores como redução de liquidez, sazonalidade e desbalanço entre oferta e demanda de títulos públicos, contudo, entendemos que a reversão desses fatores técnicos não é o suficiente para que o recente movimento de queda dessas taxas seja sustentável. Ao contrário, é necessário que um conjunto de indicadores macroeconômicos corroborem um cenário de desaceleração da economia americana e enfraquecimento do mercado de trabalho por lá.
Caso os próximos dados do mercado de trabalho indiquem uma tendência de desaceleração, o mercado deve continuar antecipando as expectativas de cortes de juros nos EUA, apesar de uma inflação mais resiliente do que o desejado para o atual momento do ciclo de aperto monetário.
No Brasil, o Banco Central divulgou nesta manhã a ata da reunião da semana passada, sem grandes destaques. No documento, a autoridade monetária reforçou a avaliação positiva da inflação doméstica com específica menção à dinâmica dos núcleos e à inflação de serviços. Por outro lado, como esperado, o Banco Central também debateu a importância do cumprimento das diretrizes aprovadas no arcabouço fiscal, dada a sua relevância para a estabilização da dívida pública e ancoragem das expectativas de inflação.
Do lado internacional, o documento enfatizou a preocupação com a abertura da curva de juros americana e o alto grau de incerteza em relação aos seus efeitos defasados na economia.
Por fim, o comitê reforçou a mensagem do comunicado de continuação dos cortes de 50 pontos-base na Selic nas próximas reuniões, mantendo assim o aperto das condições financeiras através dos patamares altos de juros reais.
O tom levemente mais duro (hawkish) do Banco Central não altera a nossa percepção de que os juros devem cair para patamares inferiores ao que o mercado precifica atualmente. O nosso viés mais positivo que a média do mercado para a inflação de curtíssimo prazo e o comportamento bastante resiliente do câmbio (mesmo com as consecutivas quedas da Selic) corroboram a nossa visão de que os títulos prefixados de curto prazo ainda oferecem uma assimetria positiva para o investidor pessoa física.
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Confira o cardápio de títulos de renda fixa recomendados
Características do LCA prefixada do Banco BTG | |
Classificação de risco da instituição | Standard and Poor’s: AAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Empiricus Investimentos |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | Até o final do estoque |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 05/11/2024 (364 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 10,09% |
Tributação | Isento |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
A taxa líquida da LCA do Banco BTG é equivalente à taxa bruta de 12,23% ao ano.
Características do CDB prefixado Banco Daycoval | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: brAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Daycoval |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 12/11/2024 (371 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 12,5% |
Tributação | 17,5% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
Para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo, recomendamos o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero.