Investimentos

Panvel (PNVL3) superou os ventos contrários e entregou resultados sólidos do 3T23

A rede de farmácias teve crescimento nas principais linhas do demonstrativo, mesmo com a forte base de comparação e turbulências no caminho.

Por Ruy Hungria

10 nov 2023, 16:48 - atualizado em 10 nov 2023, 16:48

Panvel PNVL3 Farmácia
Imagem: Freepik

O Grupo Panvel (PNVL3) apresentou resultados bastante sólidos, com crescimento nas principais linhas do demonstrativo, mesmo com a forte base de comparação e ventos contrários no período. 

Abertura de lojas deu um empurrãozinho na receita de Panvel

A Receita Bruta atingiu R$ 1,21 bilhão, alta de 11,8% na comparação com o 3T22, ajudada pela abertura líquida de 37 lojas, além do crescimento de 7,1% nas vendas mesmas lojas (same store sales, ou sss). Vale lembrar que esse crescimento aconteceu sobre uma base de comparação fortíssima, já que o sss no 3T22  foi de 19%. 

Além disso, é importante destacar que no 3T23 o setor foi pressionado por um inverno bem mais quente do que o normal, o que resultou em menos casos de gripe e, naturalmente, menor procura por medicamentos. 

Higiene e Beleza mitigaram efeito negativo

Com uma ótima gestão de categoria, a companhia conseguiu mitigar esse efeito negativo com uma participação maior de Higiene e Beleza no mix – a categoria ganhou 3 pontos percentuais de participação. Isso também ajudou a incrementar a participação dos Produtos Panvel (PP) nas vendas, que não apenas ajudam a fidelizar o cliente, mas também têm margens melhores.

Enquanto em 2022 o reajuste de medicamentos superou os dois dígitos e contribuiu muito positivamente para a margem bruta, em 2023 os reajustes foram bem mais tímidos (5,6%). Isso, combinado com o inverno menos rigoroso, atrapalhou a margem bruta do varejo (-0,5 p.p.), mas ela teria caído bem mais se não fosse a estratégia de vender mais produtos de Higiene e Beleza. 

Importante diluição nas despesas

Por outro lado, os investimentos recentes em logística e a maior alavancagem operacional com o incremento de vendas e maturação de lojas trouxe uma diluição importante na linha de despesas, que apesar de terem crescido, caíram de 24,5% para 23,5% da receita.

Esse efeito mais do que compensou a pressão da margem bruta e permitiu ao Ebitda atingir R$ 56,6 milhões, crescimento de 16,8% vs 3T22, com incremento de 0,2 p.p. de margem. 

Por fim, o lucro líquido cresceu 15,1% e chegou a R$ 27,2 milhões, mesmo com um pequeno aumento nas despesas financeiras por conta do maior endividamento. 

Mesmo diante de um contexto difícil para o setor e de uma base de comparação muito difícil, a Panvel conseguiu apresentar bons resultados, com expansão da margem operacional e do lucro. 

Por menos de 10x preço/lucro esperado para 2024, resultados resilientes e um plano de expansão interessante, a Panvel segue entre as recomendações da Empiricus Research.

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.