Criptomoedas em alta e mercado internacional bombando. Sempre tem muita coisa rolando no mercado, não é mesmo? Se você quer investir bem, precisa ficar por dentro.
No Plantão de Dúvidas da série Os Melhores Fundos de Investimentos, os analistas Bruno Mérola, Bruno Marchesano e Alexandre Costa, que é o novo integrante da equipe, tiraram algumas dúvidas enviadas pelos assinantes.
Que tal dar uma olhada? Selecionamos alguns dos tópicos quentes que merecem a sua atenção!
HASH11
Alexandre Costa: O que você pode comentar sobre o HASH11, mais especificamente sobre esse ágio absurdo de 10% sobre o NAV (cota patrimonial) logo na estreia na Bolsa?
Bruno Mérola: Sinceramente desde o início, quando a gente sugeriu HASH11, a gente já imaginava que poderia ter um ágio desse… A demanda é muito grande, o interesse de investidores pessoas físicas por criptomoeda é gigantesco. O país chegou a ter, há cerca de 2 anos, mais gente com Bitcoin, quero dizer com contas em exchanges de criptomoedas do que atuando na Bolsa. É claro que isso se inverteu e agora há 3,5 milhões de investidores na B3, mas a demanda por cripto sempre foi muito latente. E aí, com essa demanda muito grande, é natural que no primeiro dia de negociação você tenha um ágio bem forte. O que aconteceu foi que quem conseguiu entrar na emissão – que foi a nossa sugestão e falamos o seguinte: a taxa de estruturação que estava rolando em 5,8%, poderia ser compensada pelo ágio no primeiro dia de abertura. Ou seja, você ia pagar 5,8% para entrar na emissão, que foi o custo, mas você teria eventualmente um ganho na abertura. Claro, não que tivemos bola de cristal, mas sim, porque analisamos uma possibilidade muito grande de acontecer…e aconteceu. Então, que bom: quem entrou na emissão, conseguiu levar essa alta logo no primeiro dia e não sentiu aquele arrependimento de falar “putz tinha que ter comprado”. E isso, obviamente, favoreceu também os investidores do FoF Melhores Fundos e do SuperPrevidência, pois eles entraram na emissão também. Um aspecto interessante é que a gente sabia que teria market maker desse HASH11, isto é, que também teria gente operando short o ETF (posição vendida). Quando eu soube que ia ter venda né – eu acabei sabendo disso depois da nossa publicação – eu imaginei “Poxa, então talvez não tenha um ágio tão grande assim”. Mas, a demanda é tão forte, que mesmo tendo vendedores, mesmo tendo o market maker para equilibrar o mercado, ainda houve esse ágio aí sobre o NAV, sobre a cota patrimonial.
Alexandre Costa: Alguns fundos da série irão incluir criptomoedas. Quais são eles e quais as porcentagens? Um assinante diz que já tem alocação em fundos cripto e fica preocupado que o seu patrimônio fique com sobrepeso. Ele soube que entraram criptos no Melhores Fundos e no SuperPrev.
Bruno Mérola: O que eu posso dizer é que não tem como ficar com sobrepeso com essas alocações. Se ele tiver 100% no FoF Melhores Fundos ou 100% no SuperPrevidência, seguirá com, no máximo 1,5% em criptomoedas em cada um. Então, não vai ser um sobrepeso, a não ser que o perfil seja muito conservador, muito, aí talvez não ele não deva ter 1,5%. Mas já havia 1% de cripto no Melhores Fundos, que foi para 1,5% agora.
Fundos de Previdência
Bruno Marchesano: Quanto aos fundos de ações que têm versão 100% previdência… Vale a pena investir apenas via previdência ao invés de investimento no fundo de ações “normal” por conta do benefício tributário da alíquota de 10% em 10 anos?
Bruno Mérola: Os fundos de ações, fora da previdência, já não têm o come-cotas e a tributação (IR) é de 15% sobre os ganhos – e não aquela tabela regressiva de 22,5% a 15% de outras modalidades como multimercados. Mas, quando você pensa conceitualmente – o que você quer para a sua previdência? Neste caso, faz sentido você ter uma posição um pouco mais arriscada. Já que a previdência é para o longo prazo, qual é a classe de ativos que se encaixa? Justamente as ações. E por isso até que a gente tem as carteiras sugeridas de previdência com 70% e 100% ações. Uma curiosidade: eu estava até conversando com a Vitreo nesses últimos dias aqui em relação ao nome do FoF SuperPrevidência Arrojado. A ideia dele é ser uma carteira limitada a 70% em ações, porque ele não pode ter mais que isso por causa da regulação. E as pessoas acham que ele é mais arrojado do que o SuperPrevidência Ações, com 100% em ações. Então o que a gente vê: os nossos assinantes dando muita bola pra Previdência Arrojada, e pouca bola para Previdência Ações, que esse que é o fundo que, sinceramente, no longo prazo, a ideia é bater o Ibovespa de fato, e ter uma previdência bem mais agressiva. A carteira 100% ações na previdência, ela vai ter a vantagem do benefício tributário, de chegar a 10% em dez anos.
Bruno Marchesano: Tem mais uma vantagem que eu acho bem relevante: a Portabilidade. Se você cansar de um fundo ou se achar que um fundo deixou de entregar retorno, é possível fazer a troca e não pagar imposto nenhum por isso. Não tem resgate. Então, eu acho que é uma vantagem brutal pro período de 10, 20, 30 anos…Isso faz toda a diferença, não precisar resgatar e pagar imposto.
Bruno Mérola: Exato, a portabilidade, benefício tributário dos 10% em vez da alíquota de 15% e o diferimento do PGBL (dedução dos aportes anuais em até 12% da renda total tributável) fazem a diferença.
Public Equity e Private Equity
Bruno Marchesano: Segundo nos disseram, existe um estudo que mostra que no Brasil não compensa investir em Private Equity e que é melhor investir em Public Equity, pois dá mais retorno com liquidez. O que vocês acham?
Bruno Mérola: Acho que é uma polêmica boa. Gosto muito dos fundos PIPE, o Pátria PIPE, por exemplo, que é Private Investment in Public Equities, investimento privado em ações listadas. É uma combinação muito interessante na qual se tem a expertise do private equity, comprando ações listadas para ganhar dinheiro com isso. (É uma estratégia que consiste em adquirir participações de longo prazo, acompanhadas de um processo de gestão ativa nos projetos e empreendimentos). Assim, ganhou mais de 30% ao ano nos últimos 7 anos, então, de fato, foi muito bom. Mas eu acho que pode ter, sim, um espaço na sua carteira, ainda que pequeno, para um fundo de Private Equity e exposição a empresas fechadas. Eventualmente, uma delas pode dar ótimos resultados – multiplicar por 10x, 25x, 50x… No Brasil, as fintechs, por exemplo, estão avançando. Sempre faltou isso, a gente nunca teve como investir em techs no Brasil. Então, os Private Equities vão acabar pegando esse movimento.
Bruno Marchesano: Vou comentar uma coisa diferente, acho que tem muita visão de retrovisor. No passado, alguns fundos que a gente já olhou, tiveram performances bem relevantes em relação ao Ibovespa, ou seja, em relação ao índice que não é uma maravilha de índice, vamos concordar aí né, mas a gente tem gestoras como Pátria que são espetaculares. Mas, no passado também, as empresas grandes ganhadoras eram as empresas grandes, quando a gente tinha juros de 12%, 14% ao ano. Quem vai investir em novas companhias, fazer empreendedorismo com juros de 14% ao ano, tomar um baita risco? Melhor você deixar o dinheiro em caixa, comprar NTN-B pagando 20%. Porém, quando os juros caem – 2,75% ao ano…não vai ficar em 2,75%, mas, que fique em 5%, 6%, se a gente conseguir manter juros de um dígito por um longo período, isso gera uma diferença muito relevante para frente, de desenvolvimento de novas empresas, surgimento de novos negócios, que tendem a diversificar a própria bolsa – já temos visto IPOs de negócios diferentes, o que é interessante porque hoje a gente não tem quase nada de tecnologia, biotecnologia, faltam setores alternativos que vemos lá fora. Há uma baita oportunidade para Private Equity e acho que isso pode trazer um ciclo de mercado muito bom. Então se você olhar no retrovisor, você pode perder.
Multimercados com exposição no exterior
Alexandre Costa: Quais são os fundos multimercados que têm o viés de alocação internacional?
Bruno Mérola: Gávea e Canvas Vector – acho que essa pode ser a resposta direta. A Gávea é uma gestora, de fato, com o perfil mais global – é um hedge fund e grande parte do seu retorno vem lá de fora, a correlação com o Brasil é muito baixa. E o Canvas Vector é de uma gestora sistemática que não investe no Brasil, investe em 45, 46 países e em várias classes de ativos de maneira sistemática, quantitativa.Ela tenta identificar quais prêmios de risco existem no longo prazo e coleta esses prêmios de risco para o fundo. Então, Gávea e Canvas Vector seriam os principais. O fundo da Adam Capital também está com uma exposição internacional grande recentemente. E para completar, a SPX está se internacionalizando cada vez mais, por exemplo, abriu recentemente um escritório lá na Ásia e outro em Nova York, então a gente acha que o escopo global dela tenderá a aumentar também.
Esses foram alguns destaques do plantão de dúvidas da série Os Melhores Fundos de Investimento. Se você quiser ver o vídeo completo, além de obter acesso a relatórios semanais, plantões com os melhores analistas da casa, podcasts, indicações fresquinhas sobre as melhores oportunidades em se tratando de fundos disponíveis no mercado, então é só clicar aqui e se inscrever.