Presidente da República entre maio de 2016 e dezembro de 2018, Michel Temer (MDB) se vê nos livros de história como “alguém que teve coragem de reformar o país”, além de “moderado e pacificador”.
A palavra “moderação”, inclusive, esteve presente algumas vezes na entrevista do ex-presidente à Empiricus, em celebração aos 14 anos da casa. Na conversa, Temer criticou o que chamou de radicalização da política nos últimos anos.
“O que chamam de polarização, eu chamo de radicalização. Polarização é uma coisa democrática, com pólos antagônicos de ideias, conceitos e programas, o que é útil para a democracia. Mas criaram uma ideia de uns contra os outros no Brasil e isso não é útil. Tem repercussão negativa interna e externamente”, afirmou.
Apesar da crítica à “radicalização”, o ex-presidente enxerga um começo de melhora nesta questão. “Nos vários contatos que tenho, vejo uma ansiedade para acabar com isso. Pouco a pouco, seja aqui ou no exterior, as pessoas vão encontrar figuras mais moderadas, o que será útil para o Brasil”, acredita.
Temer vê futuro econômico do Brasil com otimismo
Adicionalmente, Temer vê o país “começando a caminhar no plano econômico”. Segundo Temer, um dos fatores primordiais para isso é o fato de o Poder Executivo ter compreendido que não seria possível governar sem o apoio do Legislativo.
“O congresso está dando apoio para determinados temas econômicos, o que é fundamental para o país na ideia de que quem governa não é só o Presidente da República. Acho que o Executivo de hoje, como o do passado, começou a aprender isso. E isso vai melhorar a imagem do Brasil aqui e no exterior”.
O ex-presidente, aliás, se mostra otimista com o futuro econômico do Brasil. Na visão de Temer, o país tem grandes chances de se desenvolver e crescer – e o mundo está de olho nisso.
“Com ajustes, é um país destinado a crescer cada vez mais. O Brasil de hoje não é o de 30 ou 40 anos atrás”, afirmou, destacando o interesse dos investidores internacionais no país.
“O mundo tem os olhos voltados para o Brasil. Tanto no plano do agronegócio quanto da industrialização, as pessoas querem investir no Brasil. E nós somos, ou podemos ser, um celeiro para o mundo. A tendência é crescer cada vez mais”.
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Impopular no Brasil, popular no mercado financeiro
Embora tenha sido o presidente mais impopular desde a redemocratização de acordo com dados do Ibope, Temer é visto com bons olhos por grande parte dos agentes do mercado financeiro.
Isso porque o ex-presidente assumiu o país em um período de grave crise nas contas públicas e, em pouco mais de dois anos, aprovou reformas estruturais que, embora polêmicas, se fazem sentir atualmente na economia.
O emedebista também teve papel fundamental na recuperação da Petrobras (PETR4), com a Lei das Estatais, e instaurou o teto de gastos para atacar o problema fiscal brasileiro.
De acordo com Temer, sua falta de popularidade e o fato de não cogitar se candidatar às eleições de 2018 foram um trunfo para que as medidas econômicas impopulares fossem tomadas.
“Quando assumi o governo tínhamos um PIB negativo de 5,4%. Um ano e meio depois tínhamos um positivo de 1,8%, porque começamos a fazer as reformas fundamentais para o Brasil. Fizemos mediante diálogo, porque mexer em direito do trabalho, em previdência, educação e até no teto de gastos, é vespeiro”, afirmou.
Na conversa com a Empiricus, Temer falou mais sobre as reformas de seu governo, a importância do teto de gastos, o presente e o futuro do Brasil, e muito mais.
Confira a entrevista completa no player abaixo: