Bom dia, pessoal. Os investidores globais direcionarão sua atenção para os dados de emprego dos Estados Unidos nesta semana, com destaque para o relatório de payroll na sexta-feira. Este relatório pode servir de base para as apostas dos observadores das taxas de juros, uma vez que precede a reunião do Federal Reserve do dia 13 de dezembro. A expectativa é de que o crescimento das folhas de pagamento atinja 200 mil em novembro, um aumento em relação às 150 mil adições de empregos em outubro, enquanto a taxa de desemprego deve permanecer estável em 3,9%. Números abaixo do esperado podem fortalecer os mercados.
Os ativos asiáticos começaram a semana em declínio, com Hong Kong liderando novamente as perdas, aproximando-se do menor nível do ano, aguardando os PMIs de serviços e composto do Caixin da China. A notícia de que a incorporadora Evergrande obteve uma extensão para seu plano de reestruturação impediu uma queda mais acentuada. As declarações das autoridades monetárias também geram apreensão nesta semana. Os mercados europeus operam sem uma direção única nesta manhã, preparando o terreno para a semana, enquanto os futuros americanos realizam lucros da semana passada. Nas commodities, tanto o petróleo quanto o minério de ferro registram recuos.
A ver…
· 00:50 — O ritmo de corte continua
No Brasil, o mercado interpretou que o Banco Central está satisfeito com a trajetória de cortes de 50 pontos-base na taxa Selic para as próximas reuniões. Olhando para o futuro, não descarto a possibilidade de discutirmos um aumento desse ritmo no próximo ano, dependendo dos indicadores de atividade econômica e do nível de incerteza internacional. Contudo, sinceramente, acredito que isso não seja absolutamente necessário. Enquanto isso, o rali de final de ano permanece robusto, mesmo após a valorização superior a 12% do Ibovespa em novembro. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, fará uma nova declaração hoje, mas é improvável que traga novidades em relação ao que já foi apresentado na semana passada.
Em Brasília, continuamos acompanhando os esforços da equipe econômica para aprovar as propostas econômicas de Haddad. Na semana passada, houve alguns avanços, embora tenha havido ausência de membros do primeiro escalão, que estavam na COP 28. Nos bastidores, parece haver algum desacordo entre o ministro da Fazenda e o relator da LDO/24, Danilo Forte. Nada que não possa ser superado. Para a semana, observamos uma intensa articulação para chegar a um acordo sobre a votação do projeto de lei de tributação das apostas esportivas (bets). Também estão em debate as mudanças no Juros sobre Capital Próprio (JCP) e os vetos de Lula.
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· 01:42 — A reta final de uma longa corrida
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, declarou na semana passada em Dubai que o acordo entre a União Europeia e os países do Mercosul poderá ser finalizado nesta segunda-feira, dia 4. Embora o acordo estivesse bem encaminhado, novos atritos com os franceses parecem ter prejudicado a possibilidade de uma aprovação mais rápida. A comitiva liderada por Lula partiu no final de semana para Berlim em busca de reforçar o apoio dos alemães. O presidente também está programado para interagir com a Comissão Europeia para discutir os termos do acordo. O governo tem como objetivo concluir o acordo antes do término do mandato da presidente do Brasil no Mercosul, em 7 de dezembro.
Passaram-se quatro longos anos desde que o acordo de livre comércio entre Bruxelas e o Mercosul, o maior bloco comercial da América Latina, foi acordado em princípio. Todavia, todas as partes agora parecem estar prestes a assinar finalmente. O acordo criaria um mercado integrado de mais de 780 milhões de consumidores, tornando-se um dos maiores do mundo. A Comissão Europeia estima que isso resultaria em uma economia de mais de 4,4 bilhões de dólares apenas em tarifas e proporcionaria à Europa um acesso aprimorado a minerais cruciais para aplicações de energias renováveis. Por sua vez, os agricultores dos países do Mercosul também devem receber um impulso considerável, especialmente em suas exportações de carne bovina, café e soja para a UE.
· 02:39 — Um Powell mais conservador
Nos Estados Unidos, os investidores encerraram a semana assimilando as declarações de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed). Powell reafirmou a disposição do Comitê Federal de Mercado Aberto em aumentar as taxas se julgar apropriado, destacando que seria prematuro especular sobre o início dos cortes nas taxas. No entanto, compreendemos que estas palavras são mais uma manifestação de posicionamento do que uma indicação concreta. Por essa razão, as taxas de juros de 10 anos voltaram a recuar, atingindo 4,2%.
Nos próximos dias, a atenção estará voltada para a saúde do mercado de trabalho dos EUA, antecedendo a reunião de dezembro do Federal Reserve. Os dados de folha de pagamento de novembro e os resultados mais recentes da Pesquisa de Vagas e Rotatividade de Trabalho serão os pontos de destaque. A expectativa dos economistas aponta para a criação de 200 mil novos empregos não agrícolas em novembro, após um aumento de 150 mil em outubro. A taxa de desemprego deve permanecer estável em 3,9%. Um desempenho mais fraco nessas métricas pode resultar em uma nova queda nas taxas de juros, desencadeando novos ganhos no mercado.
· 03:23 — De volta aos US$ 40 mil
O Bitcoin alcançou a marca de US$ 40 mil pela primeira vez desde maio de 2022, ampliando a recuperação ao longo deste ano devido às expectativas de redução nas taxas de juros e à crescente demanda por fundos negociados em bolsa. Na manhã de hoje, a criptomoeda já ultrapassava a marca de US$ 41 mil. O valor do Bitcoin estava em US$ 40.000 antes do colapso do stablecoin TerraUSD, evento que contribuiu para uma retração nos ativos digitais e uma série de colapsos no setor das criptomoedas.
Observamos que a indústria está virando a página, aparentemente superando o temor que se instaurou nos mercados de criptografia após o colapso da FTX e outras falências de negócios criptográficos no ano passado. Sua recuperação de 50% desde meados de outubro parece representar uma virada decisiva em relação à baixa de 2022 e ao início de 2023. As evidências de compras institucionais até novembro indicam uma nova fase de interesse e, embora reversões futuras não sejam impossíveis, os mínimos atingidos em torno de US$ 16 mil há um ano provavelmente marcaram o ponto mais baixo. O Bitcoin registrou um aumento de mais de 150% até agora neste ano.
· 04:10 — Novas tensões geopolíticas
O clima na América do Sul está esquentando. Durante o fim de semana, os venezuelanos aprovaram em um plebiscito a proposta do presidente Maduro para a anexação da região de Essequibo, rica em petróleo e localizada no território da Guiana. O Conselho Nacional Eleitoral relatou a participação de mais de 10,5 milhões de pessoas na consulta. A possibilidade de a Venezuela invadir o território da Guiana não está clara, mas se isso ocorrer, a rota passaria pelo território brasileiro, o que seria considerado uma agressão. A situação esquenta em meio a uma narrativa que parece ser mais uma tentativa desesperada de Maduro de desviar o foco de sua gestão fracassada sobre o governo do país.
Enquanto isso, no Oriente Médio, há relatos de ataques com mísseis e drones contra navios comerciais no Mar Vermelho. Embora possa parecer uma escalada na guerra entre Israel e o Hamas, os ataques parecem ser de pequena escala e os mercados não estão propensos a atribuir riscos adicionais. O comércio de petróleo e, consequentemente, o preço do petróleo, tornam-se foco de atenção. Embora navios porta-contentores tenham sido alvos, o comércio de mercadorias continua a desacelerar e é menos preocupante para o mercado. Até o momento, mantenho a crença de que o conflito permanecerá restrito a Israel e ao Hamas.
· 05:01 — Hora de outra realização de lucros
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