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Agenda econômica brasileira tem divulgação do PIB do 3º tri nesta terça (5)

Espera-se uma queda de 0,2% no indicador em relação ao trimestre anterior, após o crescimento de 0,9% no segundo trimestre. Na comparação anual, a expectativa é e desaceleração de 3,4% para 1,8%.

Por Matheus Spiess

05 dez 2023, 08:58 - atualizado em 05 dez 2023, 08:58

Bom dia, pessoal. O Ibovespa e os índices americanos iniciaram a semana registrando perdas, corrigindo a significativa alta recente. Novembro testemunhou um expressivo rali e agora os mercados estão experimentando uma espécie de tranquilidade. É crucial compreender que, mesmo em bull markets robustos, correções são inerentes ao processo, contribuindo para a saúde do mercado. Uma notável exceção à tendência de queda foi o desempenho do Bitcoin, que continua sua ascensão e já se aproxima dos US$ 42 mil.

Na Ásia, as ações retomaram a trajetória descendente nesta terça-feira, enquanto a abertura na Europa exibe uma perspectiva mais positiva, conseguindo afastar-se do sentimento negativo que prevaleceu nos ativos globais desde ontem. Entretanto, os futuros americanos enfrentam uma manhã ligeiramente mais complexa

Em termos de agenda global, destacam-se a assimilação da inflação regional de preços ao consumidor no Japão e os dados de vendas no varejo do Reino Unido. Paralelamente, aguardamos a divulgação de números significativos, incluindo os índices de serviço de diversos países europeus e o relatório Jolts (de emprego) nos EUA.

A ver…

· 00:40 — Correções fazem parte do processo

No Brasil, o destaque do dia é a divulgação do PIB do terceiro trimestre, projetado para apresentar uma queda de 0,2% em relação ao trimestre anterior, após o crescimento de 0,9% no segundo trimestre. Na comparação anual, espera-se que o indicador desacelere de 3,4% para 1,8%.

Enquanto nos dois primeiros trimestres do ano o setor agropecuário surpreendeu positivamente, o que chama a atenção agora é a queda nos serviços. Enquanto aguardamos os números, voltamos nossa atenção para os acontecimentos em Brasília.

Curiosamente, o Congresso não se limita apenas a questões fiscais, embora isso seja o foco principal. Nos últimos dias, por exemplo, destacou-se a aprovação do projeto de lei que estabelece o marco legal para a produção de energia eólica offshore (em alto-mar) no Brasil, agora encaminhado para o Senado.

Parte da agenda liderada por Lira, o relatório incorporou, de última hora, benefícios para as termelétricas a carvão mineral, uma medida que pode acarretar um custo adicional de até R$ 5 bilhões, considerado contraditório, uma vez que a proposta visava criar uma narrativa verde em meio à COP28. Independentemente disso, é mais um marco legal aprovado nos últimos anos que partiu de iniciativas do Congresso, não do governo.

· 01:27 — E por falar nela, como tem sido a COP28?

Embora o presidente Joe Biden não esteja participando da cúpula climática COP28 deste ano em Dubai, a Casa Branca introduziu novas diretrizes referentes às emissões de metano. Essas incluem um compromisso de 3 bilhões de dólares ao Fundo Verde para o Clima e um plano para alcançar reduções de emissões entre 50% e 52% até 2030. São promessas adicionadas a um histórico de compromissos nos últimos 5 anos.

Simultaneamente, cerca de 50 grandes produtores de petróleo e gás, entre eles a Exxon Mobil e a Aramco da Arábia Saudita, comprometeram-se a atingir emissões praticamente nulas de metano até 2030, incluindo a eliminação da queima de rotina nas operações de perfuração. Para cumprir essa meta, essas empresas afirmaram que investirão 65 bilhões de dólares em tecnologias de baixo carbono e captura. Apesar disso, as resoluções da cúpula parecem ser relativamente modestas.

O objetivo inicial do Acordo de Paris era evitar um aumento superior a 1,5 graus Celsius nas temperaturas globais nos próximos seis a sete anos. No entanto, um relatório recente alertou que os atuais níveis de emissões levarão a um aumento superior a esse limite. Além disso, as políticas atuais, mesmo as mais assertivas, ainda podem resultar em um aumento de mais de 2 graus Celsius até o final desta década. Isso representa uma fonte significativa de frustração diante da urgência climática.

· 02:20 — Começando a lidar com os números de emprego

Nos Estados Unidos, os índices iniciaram a semana em queda, e os futuros agora sinalizam uma possível correção nesta manhã. É relevante observar que a recuperação das ações foi o grande destaque de novembro, após um período complicado entre agosto e outubro. No entanto, o S&P 493 ainda está consideravelmente atrás das Magnificent 7 neste ano. Progressivamente, o otimismo crescente em relação a um “soft landing” para a economia dos EUA e uma mudança de postura por parte do Fed impulsionam a recuperação de outras empresas, não apenas as gigantes de tecnologia.

Para avaliar as condições desse “soft landing”, é importante acompanhar hoje a divulgação da Pesquisa de Vagas de Emprego e Rotatividade de Trabalho, conhecida como relatório JOLTS. Os investidores aguardam cerca de 9,35 milhões de vagas de emprego no último dia útil de outubro, aproximadamente 200 mil a menos do que em setembro. Atualmente, existem 1,5 vagas abertas para cada trabalhador desempregado, um número inferior ao pico de duas em março de 2022, mas ainda historicamente elevado. Números que, mesmo abaixo das expectativas, podem contribuir para um final de ano promissor no mercado.

· 03:15 — O novo membro da OTAN

O governo sueco tem expressado otimismo em relação ao iminente fim do atraso de quase um ano na adesão do país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), provocado pela Turquia e pela Hungria. Há indicações de que a Turquia pode aprovar a entrada da Suécia na OTAN nas próximas semanas, seguida em breve por Budapeste.

No ano passado, após a invasão russa da Ucrânia, a Suécia e a Finlândia romperam com suas políticas históricas de neutralidade e buscaram aderir à OTAN. A Finlândia tornou-se membro, mas a Turquia e a Hungria bloquearam a entrada da Suécia, uma vez que a expansão requer a aprovação de todos os membros existentes.

Inicialmente, a Turquia se opôs ao pedido sueco, alegando que Estocolmo apoiava grupos curdos considerados terroristas por Ancara. No entanto, durante a cúpula da OTAN em julho, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan mudou de posição, afirmando que apoiaria a candidatura sueca após receber garantias de que a Suécia abordaria as preocupações de segurança da Turquia.

Enquanto isso, o partido governante na Hungria acusou a Suécia de difundir informações falsas sobre o estado da democracia no país e impediu uma votação parlamentar sobre o assunto. Parece que o impasse foi finalmente superado. A entrada da Suécia representa mais uma derrota para Putin, que continua sua guerra na Ucrânia até hoje.

· 04:08 — Mudando aos poucos o mercado de trabalho

Assim como ocorre com qualquer avanço tecnológico que promete melhorar o mundo, a inteligência artificial generativa está sendo empregada para impulsionar vendas. A Amazon, por exemplo, lançou uma ferramenta alimentada por IA que possibilita aos anunciantes criar imagens diretamente na plataforma Amazon Ads, visando aumentar as vendas e otimizar estratégias de marketing.

Entretanto, a Amazon não está sozinha nesse uso da IA para aprimorar anúncios. A Meta apresentou sua própria versão de gerador de anúncios no mês passado. Paralelamente, o Google assegura que seu produto conduzirá a publicidade para um futuro mais evoluído. Além disso, o TikTok oferece o Creative Assistant, que utiliza uma ampla base de conhecimento criativo específico da plataforma para fornecer respostas mais relevantes durante a criação de anúncios.

Os geradores de imagens por IA não implicam necessariamente o fim da fotografia de produtos, pois as marcas continuarão necessitando de imagens de qualidade. O receio de que o design gráfico seja suprimido pela IA pode ser comparado ao temor inicial de que a pintura desapareceria com a invenção da câmera. Certamente, algumas profissões passarão por transformações, mas o mundo continua progredindo incessantemente.

· 05:06 — O tradicional normalmente funciona

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Sobre o autor

Matheus Spiess

Estudou finanças na University of Regina, no Canadá, tendo concluído lá parte de sua graduação em economia. Pós-graduado em finanças pelo Insper. Trabalhou em duas das maiores casas de análise de investimento do Brasil, além de ter feito parte da equipe de modelagem financeira de uma boutique voltada para fusões e aquisições. Trabalha hoje no time de analistas da Empiricus, sendo responsável, entre outras coisas, por análises macroeconômicas e políticas, além de cobrir estratégias de alocação. É analista com certificação CNPI.