Além dos indicadores financeiros e da saúde da empresa, os investidores devem também se atentar ao cenário macroeconômico, avaliando a política fiscal adotada pelo governo.
Afinal, o tipo de política fiscal adotada pode interferir diretamente na estratégia de uma determinada companhia, bem como no lucro que proporcionará aos investidores.
O que é política fiscal?
A política fiscal representa um conjunto de medidas que o governo federal adota para controlar o seu orçamento a fim de equilibrar as suas despesas e receitas.
Quando o governo pretende aquecer a economia, ele normalmente adota uma expansão dos gastos públicos, o que resulta em déficit no orçamento. Em contrapartida, pode também ser adotada uma política mais contracionista.
Nesse último caso, o governo retrai os gastos públicos a fim de equilibrar o orçamento e evitar a evolução da dívida pública, resultando assim em menos dinheiro circulando na economia.
Portanto, a determinação da política fiscal a ser adotada impacta diretamente a forma como as empresas vão operar. Em um cenário macroeconômico mais contracionista, as organizações costumam investir menos em expansão produtiva.
Como funciona a política fiscal?
A política fiscal funciona como um instrumento usado para neutralizar tanto a recessão, quanto para evitar que a economia se torne inflacionária.
Por exemplo, quando se tem um aquecimento da economia, o crédito se torna mais barato, as pessoas ficam mais propensas ao consumo e consequentemente há uma tendência de alta no preço dos produtos.
Quanto mais tempo essa economia se mantiver aquecida, mais elevados os preços estarão, o que vai resultar em uma inflação no bolso da população.
Nesse cenário, o governo deve contrair gastos para evitar que a inflação saia de controle. Ao contrário, se a economia está desaquecida, os preços baixando e os produtos parados nas gôndolas, é preciso então aquecer a economia.
Para isso, o governo passa a aumentar os gastos públicos com investimentos em obras, contratação de mão de obra, a fim de aumentar o dinheiro circulante.
Quais são os tipos de Política Fiscal?
A política fiscal é classificada principalmente em dois tipos: expansionista e contracionista, com base em seus objetivos e efeitos na economia.
Contracionista
A política contracionista visa desacelerar a economia, geralmente em períodos de alta inflação, a fim de conter a alta desenfreada de preços.
Esta política envolve a redução dos gastos governamentais e o aumento de impostos para reduzir o poder de compra e desencorajar o consumo excessivo e o investimento.
O objetivo é diminuir a demanda agregada, ajudando a controlar a inflação e estabilizar a economia, evitando problemas mais graves como a hiperinflação.
Contudo, essa abordagem pode levar a um crescimento econômico mais lento e aumento do desemprego, especialmente se implementada em um momento de fraqueza econômica.
Por isso, essa medida precisa ser adotada somente em cenários onde a economia está muito aquecida, caso contrário, poderá levar o país a uma recessão econômica.
Expansionista
A aplicação da política fiscal expansionista tem como objetivo estimular a economia, especialmente em períodos de recessão ou baixo crescimento econômico.
Ela se caracteriza pelo aumento dos gastos governamentais em áreas como infraestrutura, saúde, educação e benefícios sociais, e pela redução de impostos para aumentar o poder de compra e incentivar o consumo e investimentos.
O efeito esperado da política expansionista é o aumento da demanda agregada, levando a um crescimento econômico mais rápido, redução do desemprego e aumento da produção.
No entanto, há riscos como o aumento do déficit orçamentário e da dívida pública, e potencial inflação se mal administrada. Por isso, esse tipo de política econômica não pode ser adotada por um período prolongado de tempo.
Como a política fiscal influencia o crédito?
A política fiscal exerce uma forte influência sobre o crédito. Pois, quando há uma expansão dos gastos públicos, o crédito tende a se tornar mais barato, o que faz aumentar o volume de dinheiro circulando na economia.
Por outro lado, em uma política fiscal mais contracionista, a oferta de crédito tende a diminuir, fazendo com que o acesso aos empréstimos se torne mais restrito e com isso haja um encarecimento na tomada de crédito.
Portanto, assim como na política monetária, a função da política fiscal tem uma forte influência sobre o crédito, assim como sobre os próprios investimentos.
Qual o impacto da política fiscal nos investimentos?
Assim como o crédito, a política fiscal também influencia o mercado financeiro. Quando se trata de uma política mais expansionista, há um aumento da demanda agregada, uma vez que o governo está gastando mais.
Nesse caso, há mais vendas por parte das empresas, o que leva a um crescimento das receitas, principalmente para organizações que são mais sensíveis aos ciclos econômicos.
Nesse sentido, é provável que nessas ocasiões ocorra um aumento no valor das ações dessas companhias, podendo ser um bom momento para realizações de lucros.
No entanto, é importante estar atento ao cenário, visto que uma mudança nessa política poderá afetar diretamente os investimentos em todas as áreas.
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A política fiscal é o conjunto de estratégias que o governo utiliza para gerenciar suas receitas e despesas, a fim de influenciar a economia de um país. Essas estratégias são usadas para estimular o crescimento econômico, controlar a inflação, reduzir o desemprego e alcançar uma distribuição de renda mais equitativa.
Existem dois tipos principais de políticas fiscais: expansionista e contracionista. A política fiscal expansionista é usada para estimular a economia através do aumento dos gastos públicos e/ou redução de impostos, enquanto a política fiscal contracionista visa desacelerar a economia e é caracterizada pela redução de gastos e/ou aumento de impostos.
As três funções principais da política fiscal são: a) Alocativa, que se refere à distribuição eficiente de recursos para atender às necessidades da sociedade; b) Distributiva, que visa a redistribuição de renda e riqueza; e c) Estabilizadora, que tem como objetivo estabilizar a economia, controlando inflação e desemprego.
No Brasil, a política fiscal é conduzida principalmente pelo governo federal, através do Ministério da Fazenda, que estabelece as políticas de impostos, orçamentos e gastos públicos, que são fundamentais para a gestão econômica do país.
Os principais instrumentos da política fiscal incluem a tributação (impostos, taxas e contribuições), os gastos públicos (em saúde, educação, infraestrutura, etc.), e a gestão da dívida pública. Estes instrumentos são usados para influenciar a demanda agregada, a distribuição de renda e a estabilidade econômica.