Como de costume, os últimos dias do ano são marcados pela redução do volume de negociações dos ativos de uma forma geral.
Nos EUA, os indicadores seguem mostrando uma desaceleração moderada da atividade, junto com uma tendência de queda de inflação na maior economia do mundo.
Entre os principais indicadores econômicos divulgados nos últimos dias, o crescimento de novos pedidos de bens duráveis em novembro superou praticamente todas as expectativas dos analistas. Enquanto a mediana das estimativas apontava para uma alta de 2,3%, o indicador revelou uma alta preliminar de 5,4% no penúltimo mês do ano. O desvio das estimativas, contudo, pode ser explicado pelo aumento de 15,3% na categoria de transporte, impulsionado pela alta de pedido de aeronaves e veículos motorizados, após o fim de movimentos de greve no setor.
Se olharmos com mais detalhes, o indicador mostrou revisão significantemente para baixo no número de encomendas de outubro (-0,3% para -0,6%) e uma queda em envios relacionados (related shipments), o que coloca um viés para baixo nas estimativas de atividade do quarto trimestre de 2023.
Do lado da inflação, a pesquisa realizada pela Universidade de Michigan, divulgada na última sexta-feira (22), confirmou uma expectativa de inflação de 1 ano de 3,1% ao ano, uma queda significativa em relação ao patamar de novembro (4,5% ao ano).
A queda na estimativa de preços impulsionou o índice de confiança do consumidor da mesma Universidade para o seu maior patamar desde julho.
Essa combinação de moderação na atividade e tendência de queda da inflação tem se refletido em antecipação de corte de juros e otimismo com ativos de risco.
No Brasil, o Banco Central (BC) divulgou o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) na última quinta-feira (21). O documento trouxe poucas alterações de expectativa das variáveis macroeconômicas. Entre os poucos destaques, a autoridade monetária revisou levemente para cima a expectativa de PIB de 2024 de 2,9% para 3,0%, devido à elevação de projeções para os setores agro e de serviços. Para 2024, houve uma pequena revisão para baixo de 1,8% para 1,7% de crescimento da atividade, com moderação no consumo das famílias, sem mudança, contudo, na expectativa de crescimento de longo prazo do país.
Houve ainda revisão para baixo do déficit de transações correntes projetado para 2023 e 2024, além de corte do saldo de Investimento Direto no País (IDP) deste ano e o próximo, devido às amortizações líquidas de empréstimos intercompanhia dado o (ainda) elevado custo de dívida no exterior. O ambiente de taxas de juros mais baixas ainda deve favorecer o crescimento do saldo de crédito de pessoa física e pessoa jurídica em 2024, o que levou a uma revisão para cima desse indicador frente o RTI divulgado em setembro.
Em relação à inflação, não houve surpresas, uma vez que as projeções (3,50% para 2024 e 3,20% para 2025) haviam sido divulgadas no comunicado do COPOM da última semana. Apesar da trajetória de queda, as projeções situam-se acima do centro da meta da autoridade monetária de 3,00% ao ano. Por isso, o BC reforçou a necessidade de “perseverar com uma política monetária contracionista”.
Em outras palavras, é importante manter a taxa de juros reais acima do patamar neutro, isto é, 4,50% ao ano. Considerando a projeção de inflação de 2024 do BC de 3,50% ao ano, a Selic terminal que refletiria o nível de juros reais neutro seria de cerca de 8,25% ao ano. Se usarmos a taxa de inflação esperada pelo relatório Focus (3,91%), o final do ciclo de corte de juros culminaria em uma taxa nominal de 8,75% ao ano.
Não por coincidência, o relatório Focus divulgado nesta manhã mostrou queda das expectativas de Selic para 2024 de 9,25% para 9,00% ao ano. Esse movimento pode ser entendido como uma espécie de “conta de chegada” até um patamar levemente acima do patamar neutro de juros reais, conforme comunicação do BC.
Em relação à alocação em renda fixa, a indicação de que os juros devem permanecer em território contracionista indica que, no curto prazo (até 1 ano), os títulos indexados à inflação devem entregar uma rentabilidade menor do que os demais.
Para um horizonte mais largo, contudo, vemos uma maior probabilidade de compressão dos juros reais. Por isso, preferimos uma alocação em títulos IPCA+ no meio da curva.
Veja o cardápio de títulos de renda fixa recomendados nesta semana
Características do CDB IPCA+ do Banco BTG Pactual | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 26/12/2028 (1827 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 5,68% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
Características do CDB IPCA+ do Banco Sofisa | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Sofisa |
Aplicação mínima | R$ 1 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 28/12/2026 (1096 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 5,7% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 22h |
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