Os mercados ficam no negativo nesta manhã de terça-feira (9). O preço do petróleo segue bastante volátil entre corte de preços de produtores e tensão no Oriente Médio.
Na quarta-feira passada (3), o Federal Reserve divulgou a ata da sua última reunião. O documento não trouxe surpresas relevantes para o mercado. Apesar do consenso de que a melhora nos preços deve levar ao corte de juros em 2024, a ata não revelou um senso de urgência para esse movimento. Além disso, foi mantida a percepção de que ainda existe um viés de alta para a inflação americana, uma vez que o afrouxamento das condições financeiras nas últimas semanas pode, até mesmo, reverter a dinâmica de alívio nos preços domésticos.
Do lado menos duro, houve também comentários sobre quando seria necessário diminuir o ritmo de redução dos títulos detidos no balanço do Fed (programa chamado de quantitative tightening). Apesar de ainda descreverem a dinâmica do mercado de trabalho como “apertada, além de ganhos altos e baixa taxa de desemprego”, também foi discutido o risco de uma deterioração abrupta das condições financeiras que poderia ser causada por um enfraquecimento do mercado de trabalho.
De maneira geral, a comunicação do Fed tem ido na contramão da antecipação do ciclo de corte de juros precificado pelo mercado, o que tem causado alguma indigestão nos ativos de risco nos primeiros dias do ano. Contudo, apagar os cortes da curva de juros não é uma tarefa nada trivial.
Além do arrefecimento do índice de preços, na semana passada, indicadores antecedentes de serviços e emprego reforçaram o momento de desaceleração.
O ISM de serviços (setor responsável por grande parte da resiliência da atividade americana no último ano) ficou abaixo das expectativas (50.6 versus 52.5), marcando o menor nível desde maio de 2023. Ainda mais relevante, o ISM de emprego afundou em território contracionista (43,3), contrariando as estimativas de reaceleração em relação ao mês de novembro.
O índice registrou uma das piores leituras em 25 anos, atrás apenas do período de pandemia e da crise hipotecária (subprime) americana de 2008/2009, como mostra o gráfico abaixo.
Nos próximos dias, a atenção dos mercados deve se voltar para a temporada de resultados das empresas, que terá seu início no final dessa semana. Será importante avaliar o direcionamento dos lucros para os próximos períodos para calibrar o sentimento do mercado em relação aos ativos de risco.
No Brasil, o Ministro Fernando Haddad interrompeu brevemente seu período de férias para defender a MP da reoneração, que sofre bastante resistência no Congresso. Haddad considera a matéria indispensável para fechar as contas do governo, embora, o consenso de mercado ainda aposta para uma revisão da meta de déficit primário zero para -0,8% do PIB.
A movimentação, contudo, deve ser apenas uma sinalização de comprometimento com a MP, uma vez que qualquer decisão sobre o encaminhamento da proposta deve ficar para fevereiro, quando acaba o recesso parlamentar.
No calendário econômico, os destaques da semana serão os índices de preços de dezembro aqui no Brasil e nos EUA na manhã dessa quinta-feira (11). Por aqui, segundo coleta da Bloomberg até agora, a mediana das estimativas aponta para uma alta do IPCA de 0,49% m/m, levando a inflação de 12 meses a um acumulado de 4,55% em 2023.
Considerando o intervalo de tolerância da meta do Banco Central (1,5 ponto percentual para mais e para menos), teremos a confirmação de que a política restritiva da autoridade monetária foi suficiente para trazer a inflação para a meta em 2023. Olhando para frente, contudo, faz-se necessário continuar em patamares restritivos em 2024 para a ancoragem das expectativas futuras de inflação.
A abertura recente das taxas prefixadas com vencimento de até dois ano, em linha com os juros americanos, tem criado algum espaço para o investidor com necessidade de capital de curto prazo. Contudo, continuamos vendo uma maior assimetria nos juros reais de prazo intermediário.
Veja os títulos de renda fixa recomendados no cardápio da semana
Características do CDB IPCA+ do Banco BTG Pactual | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 09/01/2029 (1827 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 5,73% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
Características do LCI IPCA+ do Banco Daycoval | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: brAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Daycoval |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 01/12/2027 (1099 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 5,01% |
Tributação | Isento |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 14h |
A taxa líquida da LCI do Banco Daycoval é equivalente a taxa bruta de IPCA+ 6,6% ao ano.
Para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo, recomendamos apenas o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero.