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Radar Gestão de Investimentos: entenda como a nova join venture para gestão de terras agrícolas da Cosan (CSAN3) pode beneficiar a companhia

Join venture co-controlada pela Cosan e pela Nuveen Natural Capital nasce com portfólio de R$ 18 bilhões em terras agrícolas

Por Larissa Quaresma, CFA

10 jan 2024, 11:49 - atualizado em 10 jan 2024, 11:49

quais os riscos dos fiagros agro cosan (CSAN3)
Imagem: Unsplash

Nos últimos dias, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) autorizou a Cosan (CSAN3) a criar uma joint venture para a gestão de terras agrícolas, chamada Radar Gestão de Investimentos.

O novo veículo será co-controlado pela Cosan e pela Nuveen Natural Capital, um braço da Teachers Insurance and Annuity Association of America (TIAA), fundo de pensão americano voltado para professores.

A Radar Gestão nasce com um portfólio de R$ 18 bilhões em terras agrícolas, proveniente da união das propriedades da Cosan e da Nuveen/TIAA em toda a América Latina.

Join venture pode destravar valor de mercado à Cosan

Apesar de ainda haver pouca informação sobre a parceria, vemos o negócio inicialmente com bons olhos, por ser mais uma alavanca de geração de valor para o conglomerado e, eventualmente, por permitir que o mercado atribua um valuation maior às terras da CSAN3.

Atualmente, a Cosan é proprietária de 318 mil hectares de terras agrícolas no Brasil, avaliadas em R$ 14 bilhões e administradas pela Nuveen, que é sócia dessas terras.

Por sua vez, a TIAA/Nuveen possui, separadamente, 170 mil hectares em propriedades rurais em toda a América Latina, avaliadas em R$ 4 bilhões e geridas por ela própria.

A Radar Gestão une esses dois portfólios sob um único guarda-chuva de 488 mil hectares e avaliado em R$ 18 bilhões, centralizando a propriedade e a gestão das terras. Essas terras são arrendadas para produtores de cana-de-açúcar, grãos e eucalipto em países como o Brasil, Chile, Uruguai, Colômbia e Panamá.

Fonte(s): Bloomberg, Cosan, estimativas Empiricus Research. Considera preços de 9-jan-24.

Acreditamos que o mercado atribui um valor menor que R$ 10 bilhões às propriedades agrícolas da Cosan; portanto, a organização delas em um único veículo pode explicitar o seu valor ao mercado.

Futuramente, quem sabe a Radar Gestão não seria um outro candidato ao IPO, no final da fila encabeçada por Compass (distribuição de gás) e Moove (distribuição de lubrificantes).

Mesmo atribuindo R$ 6 bilhões à participação da Cosan na Radar, encontramos um desconto de holding significativo para Cosan, da ordem de 25%. Sendo assim, mantemos CSAN3 entre as recomendações da Empiricus Research.

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Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de Ações focada em Bancos e Instituições Financeiras, integra a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Mais de 5 anos de experiência em análise de empresas, com passagens pela Núcleo Capital e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, com certificações CFA, CNPI e CGA.