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“Aprovação dos ETFs de Bitcoin à vista nos EUA pavimenta o caminho para novas máximas”, diz analista da Empiricus Research; entenda

Para Paulo Camargo esse evento da SEC é um ponto de inflexão para o Bitcoin e outras criptos: “Um caminho sem volta”.

Por Nicole Vasselai

11 jan 2024, 14:15 - atualizado em 11 jan 2024, 14:15

Na noite de ontem (10), a SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) anunciou a aprovação dos pedidos de ETFs (fundos negociados em Bolsa) à vista de Bitcoin nos Estados Unidos. Lembrando que já existiam instrumentos assim, mas apenas para operar no mercados de futuros.

Para que servem os ETFs de Bitcoin?

Basicamente, os ETFs de Bitcoin permitem que investidores comprem e vendam ações em fundos que acompanham diretamente o preço do criptoativo. Isso torna o investimento mais acessível e regulamentado.

No total, 11 ETFs poderão operar no mercado à vista do BTC. Dentre eles estão BlackRock, Fidelity, ARK Invest, Grayscale, Bitwise, VanEck, Galaxy Invesco, Franklin Templeton, Wisdom Tree, Valkyrie, além da brasileira Hashdex. Os instrumentos serão listados nas Bolsas americanas de Nova York (NYSE) – incluindo a Hashdex -, Chicago e Nasdaq.

Como o mercado reagiu?

Inicialmente, o mercado se animou bastante com a notícia. A criptomoeda chegou a subir mais de 6%, por volta das 11h35, cotada a US$ 47.839, contra um patamar de US$ 45 mil 24 horas antes. Em reais, o BTC era negociado a R$ 235.000, com alta de 6,09% no mesmo momento.

No entanto, às 13h15 o preço já voltou para US$ 46 mil (ou R$ 224.000).

A corrida já começou

Paulo Camargo, analista de criptoativos da Empiricus Research, conta que nos primeiros cinco minutos de negociações, o ETF da BlackRock já bateu mais de US$ 1 bilhão em investimentos. As estimativas de analistas da Bloomberg é que até o fim do dia esse volume alcance US$ 4 bilhões.

“Realmente é uma corrida boa para os investidores que estavam de fora das criptomoedas ainda”, afirma Camargo.

Para o analista, o investidor deve ver nos próximos dias uma grande movimentação dos preços, com novos recordes do volume de negociação.

“Essa era a maior batalha dos últimos anos que o mercado cripto estava travando. Isso era impensável dois, três anos atrás. Ninguém imaginava que haveria um veículo regulado para o Bitcoin“, comenta.

Ele também acredita ser um caminho sem volta para a institucionalização dos criptoativos e para o chamado “financial deepening” dessa classe de ativos, ou seja, o dinheiro pode passar a migrar cada vez mais para esse tipo de ativo.

“Além disso, não quer dizer que seria fácil, mas podemos inclusive ver em algum momento a aprovação de ETFs de outras criptomoedas“.

Como se posicionar em Bitcoin e outras criptomoedas?

Camargo lembra que o mercado das moedas digitais é um dos mais democráticos do mundo. “O investidor pode investir quanto quiser em Bitcoin. Um BTC vale mais de US$ 40 mil, mas dá para comprar frações da moeda, graças à divisibilidade digital. Inclusive por meio de fundos de criptoativos ou fundos negociados em Bolsa (os ETFs)”, orienta.

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.