A semana passada foi marcada por diversas falas de autoridades monetárias no Fórum Econômico Mundial em Davos.
Na terça (16), o diretor do banco central americano (Fed), Christopher Waller, entregou um discurso duro (hawkish), em linha com as falas recentes dos demais diretores do Fed.
Waller enfatizou que não há motivos para fazer qualquer movimentação rápida nas taxas de juros americanas e que, ao contrário do que já foi feito no passado, o ciclo de corte de juros à frente deve ser metódico e cauteloso.
Apesar de admitir progresso na inflação, Waller ponderou que é necessário esperar as revisões sazonais de 2023 do índice de preços ao consumidor (CPI), que serão divulgadas no dia 9 de fevereiro, para garantir que a trajetória de inflação seja sustentavelmente benigna. Waller afirmou que deve haver espaço para três cortes de juros de 25 pontos-base no Fed Funds neste ano, em linha com as projeções do Comitê de Política Monetária (FOMC) de dezembro.
Na Europa, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, também admitiu cortes de juros neste ano, mas pontuou que as reduções das taxas devem ficar para o verão. Ademais, Lagarde afirmou que o movimento do mercado de antecipar o ciclo de corte para o primeiro trimestre deste ano apenas atrapalha na batalha contra a inflação.
Nos últimos dias, o mercado vem apagando parte das apostas de cortes de juros no primeiro trimestre deste ano. Nos EUA, a probabilidade caiu de cerca de 80% para os atuais 50%, enquanto na Europa as apostas partiram de 60% para menos de 20%.
No Reino Unido, também tivemos na última quarta-feira (17) uma surpresa no índice de preços de dezembro. Após 10 meses de queda, a inflação reacelerou em relação à leitura anterior (4% a/a versus 3,8% a/a estimado). Grande parte do desvio das expectativas decorreu da alta em passagens aéreas, que poluiu também as medidas de núcleo, assim como o grupo de serviços. Além disso, os preços de vestuário e outros componentes como brinquedos e jogos de computador sofreram de sazonalidade positiva no período do natal, o que pressionou o indicador.
No Brasil, atualizamos o nosso Índice de Condições Financeiras (ICF), que deixou o patamar restritivo e voltou a indicar condições mais frouxas (abaixo do zero) desde maio de 2022, como é possível ver no gráfico abaixo.
O ICF tem correlação com a atividade doméstica, por isso, em patamares restritivos (acima de zero) ele indica um menor crescimento econômico, enquanto em território expansionista (abaixo de zero) ele indica um ambiente mais propício ao crescimento econômico.
Desde a última reunião do Banco Central do Brasil (BCB), o fechamento da curva de juros globais (EUA, Japão, Reino Unido e Europa) e a queda do petróleo tem sido os principais contribuintes para o afrouxamento das condições financeiras domésticas. É notória ainda a queda da percepção de risco do país, expressa pelo comportamento do CDS (credit swap default – indicador de risco de calote soberano) de 5 anos do Brasil.
Por outro lado, a queda das commodities e o comportamento da moeda brasileira tem operado no sentido contrário no período.
Muito embora a relação com a inflação seja ambígua, segundo o próprio BCB, é possível afirmar que o ICF indica um ambiente mais propício aos ativos de risco domésticos à frente.
Ainda que o mercado não se frustre em relação aos juros de curtíssimo prazo nos países desenvolvidos, temos nos mantido otimistas com os ativos brasileiros.
Em relação à estratégia de renda fixa, continuamos com nossa preferência por ativos indexados à inflação com vencimentos intermediários.
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Veja o cardápio de títulos recomendados nesta semana
Características do CDB IPCA+ do Banco BTG Pactual | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 23/01/2029 (1827 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 6,01% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
Características do CDB IPCA+ do Banco Sofisa | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: brAA- |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Sofisa |
Aplicação mínima | R$ 1 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 24/01/2027 (1098 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 5,8% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 22h |
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