Conseguir um diploma, fazer um curso, obter uma certificação são grandes desafios para quem pretende evoluir na carreira. As chamadas hard skills, que se associam a capacidades mais técnicas, seguem muito valorizadas no mercado de trabalho. Mas elas não são tudo. Na verdade, as soft skills têm ganhado cada vez mais relevância e, segundo especialistas, são o que realmente pode diferenciar os candidatos em processos seletivos e os líderes em atividade nas empresas.
Este foi o assunto na live da Empiricus feita em parceria com a Sempre FEA, na sexta-feira (11). O Sempre FEA é uma iniciativa de ex-alunos da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da USP, que visa desenvolver projetos de alunos e professores da instituição, através do endowment (doações), semelhante ao que acontece em universidades americanas. Saiba mais aqui.
Rodolfo Amstalden, sócio-fundador da Empiricus; Thiago Veras, o head de Recursos Humanos da casa de análise e Dafna Blaschkauer, Global Digital Product Director da Nike e conselheira da Sempre FEA, falaram sobre liderança e soft skills em um papo bem interessante.
Abaixo, você confere os destaques da live:
Soft skill is the new hard skill
Em uma definição simples, as soft skills são as habilidades sociocomportamentais necessárias para interagir com pessoas. Estamos falando de inteligência emocional, capacidade de conversar, escuta ativa, linguagem corporal e muitas outras competências que são dificilmente mensuráveis.
Em oposição às hard skills, que são habilidades mais técnicas usualmente relacionadas à educação formal (um diploma, um curso, uma certificação), as soft skills são menos individuais, ou seja, não é possível desenvolver uma soft skill sozinho ou através de um curso de algumas horas. “Soft skills são resultantes de um desenvolvimento contínuo, é uma jornada ao longo da nossa vida”, resume Dafna Blaschkauer.
“Isso é um grande diferencial em relação ao desenvolvimento técnico porque, via de regra, ele bate em um teto. Enquanto no tocante a soft skills, você está a vida inteira aprendendo muito, não tem limite para isso”, complementa Rodolfo Amstalden.
Apesar do nome remeter a algo mais fácil, “macio” em tradução literal, as soft skills são bem mais complexas do que se imagina. E é por isso que elas têm se tornado um diferencial no mercado de trabalho. Segundo dados de Harvard, 85% do sucesso pessoal e nos negócios resultam de soft skills.
A importância das soft skills nos processos seletivos
É fato que as soft skills são importantes no âmbito pessoal, pois estamos nos relacionando com pessoas a todo momento. Mas elas também podem ser decisivas em processos seletivos, como relata Thiago Veras: “As soft skills são essenciais. E no final do processo [seletivo], elas são os grandes diferenciais.”
Na live, Thiago comenta que são as soft skills que definem a contratação quando os candidatos possuem as mesmas capacidades técnicas, ou seja, as mesmas hard skills. Dafna, que hoje trabalha na Nike, mas já passou por marcas como Microsoft e Apple, também relata que foram as suas habilidades socioemocionais que a levaram ao seu estágio atual de carreira.
Para ela, as soft skills são aprimoradas seguindo um método 70/20/10: 70% na prática, 20% através de mentorias e direcionamento de líderes e 10% através de livros e webinars como o promovido pela Sempre FEA. A conselheira também ressalta a importância do autoconhecimento, para identificar seus pontos fortes e fracos.
Por que os líderes devem desenvolver suas soft skills
Outro ponto abordado foi a necessidade de os líderes desenvolverem suas soft skills. “A comunicação é fundamental. É onde você realmente vai inspirar seu time, é onde você certamente vai fazer a escuta ativa para entender onde está a dor de alguém do seu time”, disse Dafna.
Na live, a diretora da Nike apresentou quatro soft skills que considera essenciais em um líder:
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Comunicação verbal eficiente
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Boa linguagem corporal
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Escuta ativa
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Capacidade de dar feedbacks
Nessa linha, o head de RH da Empiricus acrescentou que os líderes devem ter um tempo destinado a conversas com seus liderados, já que o feedback deve ser contínuo e não uma conversa agendada no final de cada semestre. “Bons líderes sabem fazer boas conversas. Mas para fazer boas conversas, é necessário treino”, comentou Thiago Veras.
Os convidados também reforçaram o fato de que liderança não está relacionada com posição ou título. Na verdade, a liderança é muito mais sobre a atitude.
Para finalizar, Dafna citou três soft skills que ela considera essenciais para quem opera em alta performance. A conselheira já foi atleta de tênis e campeã brasileira e relata que aprendeu bastante sobre soft skills com o esporte. Para ela, a disciplina é a mais fundamental de todas as habilidades, acompanhada do foco e da resiliência.
