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Cielo (CIEL3) vai deixar a Bolsa? Bradesco e Banco do Brasil vão fazer oferta de aquisição de ações; entenda os próximos passos

Analista explica qual a vantagem de os bancos controladores de Cielo comprarem suas ações e o que pode pode mudar daqui para frente; entenda

Por Nicole Vasselai

06 fev 2024, 15:09 - atualizado em 06 fev 2024, 15:09

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Nesta terça-feira (6), o Banco do Brasil e o Bradesco, controladores da Cielo (CIEL3), anunciaram que pretendem fazer uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) para tirar a adquirente da bolsa de valores.

O movimento já era esperado pelo mercado há anos, desde que a companhia perdeu participação para a Stone e a PagSeguro.

O que vai acontecer com as ações de Cielo (CIEL3)?

Segundo a analista Larissa Quaresma, da Empiricus Research, quem é acionista da Cielo deve receber nos próximos meses uma proposta para vender sua posição ao controlador.

A OPA ainda não tem data para ser realizada. O valor pago por ação deve ser de R$ 5,35 – 6% acima da cotação de R$ 5,03 do papel no encerramento do pregão de segunda-feira (5). Desde o começo de 2024, a ação sobe 10,79%, mas tem queda de 52,55% em cinco anos.

O Bank of America foi contratado como avaliador independente da operação.

Segundo fato relevante do BB, seu conselho de administração aprovou o aumento de participação acionária indireta na Cielo para até 49,99%. Já o comunicado do Bradesco não menciona participação.

Qual a vantagem do fechamento de capital para os controladores?

Quaresma recorda que esse movimento de fechamento de capital da vertical de adquirência já aconteceu no Santander, com a Getnet.

Ela conta que, os bancos, de forma geral, pararam de olhar para uma adquirente como uma vertical isolada e têm passado a integrá-la muito mais à estratégia da instituição financeira.

“A ideia cada vez mais é aproveitar as empresas de maquininhas como um canal de aquisição de clientes corporativos – tanto pequenas e médias empresas, quanto grandes empresas”, explica.

“Com isso, os bancos deixaram de maximizar o retorno das adquirentes para focar em uma estratégia mais competitiva, melhorando taxas de antecipação de recebíveis, por exemplo, e buscando trazer esse cliente para o ecossistema do banco, com emissões de dívidas, trazendo a folha de pagamento para o banco, e assim por diante”.

A analista também acredita que, futuramente, a rentabilidade de Bradesco possa se beneficiar dos efeitos do fechamento de capital de Cielo. “Mas na minha opinião isso ainda vai demorar muito e precisamos de mais informações para avaliarmos se acreditamos ou não nesse novo choque de gestão que o novo CEO [de Bradesco] está promovendo“, afirma.

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.