Ontem (22), após o fechamento do mercado, a Vale (VALE3) reportou um bom resultado referente ao 4T23, marginalmente acima das expectativas.
A mineradora atingiu um Ebitda ajustado proforma de US$ 6,7 bilhões no período, +50% em relação ao trimestre anterior e +35% na comparação anual.
Soluções de Minério de Ferro continuam dando orgulho à Vale
Por área de negócios, o Ebitda ajustado da linha de Soluções de Minério de Ferro, principal frente da atuação da Vale, foi de US$ 6,4 bilhões (+44% vs 3T23).
O crescimento é explicado pelos maiores preços realizados e maiores volumes de vendas, conforme havia sido antecipado na prévia operacional, e por mais um trimestre de redução sequencial no custo caixa (C1), que apresentou queda de 5% para US$ 20,8t.
Metais básicos: maior volume de remessas de cobre e preços mais altos
Já a linha de metais básicos (ou transição energética), na qual a companhia nutre grandes expectativas futuras, a performance também foi positiva em relação ao último trimestre. O Ebitda ajustado da divisão foi de US$ 523 milhões (+33% vs 3T23), puxado pelo volume mais forte de remessas de cobre e preços realizados mais altos.
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Provisão do rompimento da barragem de Mariana (MG) prejudicou lucro líquido
Na última linha do resultado, o lucro líquido ajustado foi de US$ 2,4 bilhões, queda de 35% na comparação trimestral.
Contudo, o resultado foi impactado por um aumento de US$ 1,2 bilhão na provisão relacionada ao rompimento da barragem operada pela Samarco, joint-venture controlada pela Vale e pela BHP, em Mariana (MG). A realização de um incremento no valor provisionado já era esperada pelo mercado, após a BHP anunciar realizar esse movimento na última semana.
Dividendos de Vale seguem dentro do esperado
O fluxo de caixa livre das operações foi de US$ 2,15 bilhão no trimestre. Uma geração de recursos forte, apesar do impacto negativo do capital de giro em US$ 852 milhões, em função de maiores vendas provisionadas. Além disso, a companhia anunciou um dividendo em linha com as expectativas, de R$ 2,74 por ação, o que implica em um dividend yield de 4,0%.
Por fim, o pior momento operacional da Vale nos parece ter ficado para trás e, apesar do alto grau de incerteza em relação à direção da economia chinesa, a companhia segue uma fortíssima geradora de caixa com o minério no patamar atual (em torno de US$ 120 dólares/tonelada) e com expectativas de entregar um retorno de capital para o acionista superior a 10% este ano, com pagamento de proventos e os seus tradicionais programas de recompra.
Negociando a 5x EV/Ebitda para 2024, a Vale (VALE3) segue como recomendação de compra da Empiricus Research.
Por fim, ao longo da temporada de resultados do 4T23, você pode receber direto no seu e-mail as análises da Empiricus Research sobre os balanços divulgados pelas empresas. Veja aqui como acessar gratuitamente.