Apesar da semana passada ter sido mais tranquila em relação a agenda econômica, os conflitos no Oriente Médio e a continuação de ajuste de expectativas de juros nos EUA manteve os ativos de risco sob pressão nos últimos dias. Nesta semana, o mercado se voltou para o resultado da maioria das empresas do grupo “magnificient seven”, começando com a Tesla após o final do pregão desta terça-feira (23).
Dados econômicos da Europa não mudam perspectivas de desinflação
Na Europa, foram divulgadas as prévias dos índices antecedentes de atividade, os PMIs (Purchasing Managers’ Index). De maneira geral, os resultados dos países centrais e periféricos da zona do euro foram mais convergentes e marginalmente mais animadores, apesar de ainda indicar contração no setor manufatureiro. Em relação aos preços, o indicador apontou para uma elevação dos custos de salários e petróleo, contudo, nada muda no cenário de redução da inflação do bloco.
Na Alemanha, o PMI de manufatura continua apresentando um resultado pífio, porém o indicador composto voltou para o patamar de expansão (acima de 50) em abril após nove meses de contração.
Na semana passada, o Presidente do Banco Central da Alemanha, Joachim Nagel, afirmou que a probabilidade de corte de juros na próxima reunião do Banco Central Europeu está aumentando. Atualmente, o mercado atribui cerca de 90% de chance de uma redução e 25 pontos-base na taxa de referência do bloco no dia 6 de junho.
Mercado reage positivamente à desaceleração da atividade nos EUA
Nos EUA, o PMI divulgado há pouco mostrou uma queda significativa do indicador de atividade, tanto em termos absolutos como em relação às estimativas dos analistas. O indicador manufatureiro registrou contração, caindo de 51,9 para 49,9, na direção oposta da expansão projetada de 52 para abril. O setor de serviços também registrou moderação da expansão em relação à última leitura, com redução do vetor de emprego.
Em termos práticos, o resultado aquém das expectativas aponta para uma desaceleração da atividade americana no segundo trimestre deste ano, embora ainda esteja em níveis bastante robustos. O mercado reagiu positivamente ao indicador macroeconômico, com apreciação generalizada dos ativos de risco após a divulgação do dado.
Maior grau de incerteza sobre o fiscal e juros dos EUA segue pressionando o Brasil
No Brasil, o grande destaque dos últimos dias foi a sua postura em relação à prescrição futura (forward guidance) do último comunicado de política monetária. O Presidente, Roberto Campos Neto, apresentou quatro diferentes cenários possíveis para o próximo Comitê de Política Monetária (Copom) na sua fala na reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Apesar de ter sinalizado na ata do último Copom mais uma redução de 50 pontos-base na Selic no comitê do dia 8 de maio, Campos Neto indicou o aumento do grau de incerteza dos cenários doméstico e global que potencialmente poderia levar a reduções menores da Selic já na próxima reunião e uma reversão do ciclo de afrouxamento à frente.
Entre os principais fatores de risco, além da queda de probabilidade de um início de corte de juros nos EUA nos próximos meses, que tem pressionado a moeda brasileira, a mudança da meta fiscal do governo no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025 teve um peso relevante na mudança de humor dos mercados brasileiros e, consequentemente, nas expectativas de inflação futura.
Taxa de juros estimada para o final de 2024 e de 2025 mudou de patamar
A curva de juros brasileira já vinha ganhando patamares mais elevados para manter o diferencial de juros com os EUA e responde a mais esse gatilho de reprecificação. A taxa de juros do final deste ano passou de 9,75% para cerca de 10,25% a.a.
O relatório Focus divulgado pelo BC nesta manhã (23) também mostrou nova recalibragem das estimativas dos economistas para os principais indicadores macroeconômicos de 2024 e 2025.
Basicamente, o Focus mostrou aumento das estimativas de IPCA deste ano de 3,71% para 3,73%, e mais importante, de 3,56% para 3,6% em 2025. Concomitantemente, a expectativa de Selic de 2024 saltou para 9,5% a.a. em 2024 e para 9% em 2025.
Apesar da mudança de cenário, os patamares de juros reais ainda nos parecem mais atrativos do que as demais estratégias de renda fixa para o investidor pessoa física. Por isso, mantemos nosso cardápio com recomendações indexadas ao IPCA.
Cardápio da semana: veja os títulos de renda fixa recomendados
Características do CDB IPCA+ do Banco Sofisa | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AA-(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Sofisa |
Aplicação mínima | R$ 1 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 23/04/2029 (1826 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 6,50% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 23h59 |
Características da CDB IPCA+ do Banco BTG Pactual | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 500 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 23/04/2029 (1826 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 6,52% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
As taxas das tabelas são referentes ao dia 23 de abril de 2024.
Para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo, recomendamos apenas o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero.