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Vivo (VIVT3) tem crescimento favorável e forte geração de caixa no 1T24; confira resultado

Mesmo com pressões sobre os gastos, a Vivo mantém a perspectiva de distribuir 100% do seu lucro líquido em dividendos até 2026.

Por Ruy Hungria

08 maio 2024, 11:33 - atualizado em 08 maio 2024, 11:33

Vivo
Imagem: Marcelo Brandt/G1/Reprodução

A Telefônica – Vivo (VIVT3) reportou seu resultado do 1T24 em linha com o esperado, ainda que tenha apresentado algumas pressões com gastos. 

A receita do Serviço Móvel – divisão mais significativa em termos de receita – alcançou R$ 8,7 bilhões, +9,3% vs 1T23, impulsionada pela expansão de novos clientes e reajustes de preço no pós-pago.

No pré-pago, o destaque foi o bom crescimento de +5,8% na receita média por usuário (ARPU), além da divisão continuar sendo uma boa fonte de conversão para os planos. Importante lembrar que o churn (cancelamentos) segue em níveis historicamente baixos, abaixo de 1%. 

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Vivo passou por expansão da rede e conexão de novos clientes

Nos Negócios Fixos, a receita atingiu R$ 3,9 bilhões (+1,6% vs 1T23) que, apesar de ainda sofrer com a redução da Receita Não-Core (voz fixa e cabo), teve um impulso positivo de fibra (FTTH) com a expansão da rede e conexão de novos clientes, além de um aumento de +2% na ARPU, que atingiu o maior valor dos últimos dois anos. Aqui vale a pena mencionar que as casas conectadas (+12% vs 1T23) seguem crescendo em ritmo superior às casas passadas (+10% vs 1T23), o que está em linha com a estratégia de maior monetização da infraestrutura e geração de caixa daqui para frente.

Assim, a receita líquida consolidada fechou o período em R$ 13,5 bilhões, +6,5% vs 1T23.

Aumento das despesas operacionais

Apesar do bom controle de custos de produtos e serviços (alta de apenas +1,5% ante o 1T23), especialmente com a penetração dos produtos digitais, as despesas operacionais cresceram um pouco acima das expectativas (+8,6%) e em ritmo maior do que a receita no trimestre, impactadas principalmente pelo aumento nas despesas com provisão para devedores duvidosos, serviços de terceiros, e menor recuperação tributária do que no mesmo período do ano anterior. 

Ainda assim, o Ebitda atingiu R$ 5,3 bilhões com margem de 39% (+6,8% e +0,1 p.p. respectivamente, na comparação anual).

A linha do resultado financeiro totalizou – R$ 687 milhões, uma pequena piora de R$ 30 milhões por conta das variações monetárias e cambiais, mas não impediu o crescimento de +7,3% do lucro líquido, que chegou a R$ 896 milhões. 

Operação de Vivo segue robusta e tem crescimento favorável

Apesar do crescimento do Ebitda, a menor compensação de créditos tributários, maiores pagamentos de impostos e investimentos fizeram o Fluxo de Caixa Livre contrair -24%, totalizando R$ 2,4 bilhões. Embora o indicador tenha apresentado queda, ainda estamos falando de uma cifra muito maior que o lucro líquido, e favorável para a manutenção do payout acima de 100% até 2026

Com uma operação robusta, crescimento saudável e forte geração de caixa, mesmo com algumas pressões no trimestre, a Vivo (VIVT3) permanece com recomendação de compra na Empiricus Research.

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.