A Taesa (TAEE11) apresentou resultados abaixo das expectativas no trimestre.
A Receita Líquida Regulatória recuou -2,4%, para R$ 584 milhões com alguns problemas de disponibilidade, ajustes tarifários negativos em algumas concessões indexadas ao IGP-M, queda de 50% da ATE III que chegou ao 15º ano de operação. Todos esses efeitos foram parcialmente compensados pelo ajuste positivo nas concessões indexadas ao IPCA, pela entrada em operação de Saíra e Sant’Ana, mas não foram suficientes para evitar a queda no faturamento.
Resultado financeiro tem piora no 1T24
O trimestre também foi afetado pelo forte crescimento de custos e despesas, que aumentaram 29,8% no período, principalmente por despesas com pessoal e alguns efeitos não recorrentes, que fizeram o Ebitda recuar -7%, para R$ 485 milhões, com redução de -4,2 pontos percentuais na margem.
Por outro lado, a linha de equivalência patrimonial (participações minoritárias ou de controle compartilhado) melhorou +18,4% no período, para R$ 108 milhões, ajudada pela entrada em operação de Ivaí e reajustes tarifários positivos.
Com o aumento da dívida, o resultado financeiro líquido piorou -7,9%, o que combinado com a queda de receita e o aumento nas despesas fez o Lucro Líquido recuar -10%, para R$ 193 milhões, e abaixo das expectativas do mercado.
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Mudanças podem afetar distribuição de dividendos da Taesa
Além dos resultados, a companhia também anunciou uma mudança em sua política de pagamento de dividendos, que agora estará atrelada ao resultado regulatório. Para a saúde financeira da companhia, a notícia é positiva, já que os resultados regulatórios têm maior relação com a geração de caixa, e previnem um eventual descasamento.
Além disso, mostra uma preocupação maior da gestão na geração de caixa em um momento que a companhia aumenta seus investimentos. Por outro lado, essa maior disciplina também pode acarretar em uma redução dos dividendos distribuídos nos próximos trimestres, o que não agradaria os acionistas.
Há anos temos uma visão negativa para TAEE11, por entender que os elevados dividendos distribuídos precisariam ser revistos em algum momento, dada a proximidade do fim de algumas concessões importantes, lotes arrematados recentemente com retornos pressionados e aumento da necessidade de investimentos nos próximos anos. Esse pode ser o primeiro passo nessa direção e, assim, continuamos de fora.