O mercado já esperava um recuo dos resultados operacionais e do lucro da Petrobras (PETR4) no 1T24, especialmente pela queda da produção e dos preços do petróleo no período. Mesmo com essas expectativas reduzidas, os números ainda vieram um pouco abaixo do esperado.
O segmento de Exploração e Produção (E&P) foi impactado pela já mencionada redução da produção e queda do petróleo. Além disso, houve um aumento de 9,4% do custo de extração (lifting cost) em função de paradas de produção no trimestre.
Menor participação do governo compensou queda do preço e da produção de petróleo
Esses impactos foram parcialmente compensados por menores participações governamentais, e o Ebitda do segmento atingiu R$ 55 bilhões, queda de 3,7% na comparação com o 4T23, mas ainda com uma margem bastante saudável de 70%.
No segmento de Refino, o Ebitda de R$ 9,9 bilhões ficou praticamente estável ante o 4T23, com o efeito positivo do giro de estoques sendo compensado por menores preços de venda de derivados no mercado interno. Apesar dos receios com relação à política comercial da companhia, é importante notar que a margem Ebitda de 9% no período também se mostrou saudável.
Já o segmento de Gás & Energia apresentou queda de -32% no Ebitda, que caiu para R$ 2,4 bilhões. O impacto veio da menor venda de gás e encerramento de contratos de energia no trimestre. Mas é importante ressaltar que esse é o segmento menos representativo para os resultados.
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Petrobras vai pagar mais R$ 14,6 bilhões em dividendos e JCP
No consolidado, o Ebitda atingiu R$ 61,5 bilhões, queda de -17,2% na comparação com o 4T23, explicado pela piora do segmento de E&P, que é o mais representativo. Apesar da queda de -18% na comparação trimestral, o Fluxo de Caixa Livre de R$ 32,4 bilhões se mostrou forte mais uma vez. E permitiu o anúncio de mais R$ 14,6 bilhões em dividendos e JCP.
Lucro líquido de Petrobras caiu 41,8% comparado ao 4T23
A combinação da queda do resultado operacional (Ebitda) com a piora de cerca de -R$ 11 bilhões do resultado financeiro – afetado pela desvalorização do real no primeiro trimestre – fez o lucro líquido cair -41,8% ante o 4T23, para R$ 23,9 bilhões.
Apesar de o mercado já esperar um recuo nos resultados do 1T24, a Petrobras apresentou números um pouco abaixo dessas expectativas reduzidas, o que deve pesar sobre os papéis no pregão de hoje.
Ainda assim, as margens seguem saudáveis e a geração de caixa continua forte, permitindo o pagamento de dividendos bilionários.
Por outro lado, nos múltiplos atuais de 5x preço/lucros vemos pouco espaço para decepções, e por isso seguimos com recomendação neutra para PETR4.
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