A Eneva (ENEV3) apresentou resultados do 1T24 que, apesar do recuo na comparação com o 1T23, vieram acima das expectativas do mercado. Os números foram ajudados pelo aumento dos despachos, maiores exportações e bom controle de gastos.
Assim como já sinalizado na prévia, o despacho médio das usinas termelétricas da companhia aumentou de 6% no 1T23 para 13% no 1T24. A performance é reflexo do aumento da demanda por energia no Brasil e na Argentina, em função do aumento das temperaturas.
Também tivemos normalização na usina Jaguatirica II, em Roraima, que vinha enfrentando problemas operacionais desde o início da operação.
Com isso, vimos crescimento no faturamento do Complexo Parnaíba (+32,9%), Jaguatirica (+12,6%), Porto de Sergipe (6,9%), Térmicas a Carvão (+3,1%) e Upstream (+15,3%), todas ajudadas pelo reajuste das receitas fixas e, em alguns casos, aumento dos despachos também.
Além disso, neste trimestre a Geração Solar contribuiu com um faturamento de R$ 71,3 bilhões, ante contribuição nula no 1T23 já que Futura I ainda estava em fase pré-operacional.
Receita líquida de Eneva reduziu mais de 18% no trimestre
Apesar do aumento do despacho e da geração de energia no período, a receita líquida caiu 18,5% no trimestre, para R$ 2 bilhões, o que está relacionado principalmente ao segmento de comercialização, que teve um impacto positivo de marcação a mercado dos contratos de energia no 1T23.
Além disso, a receita da usina Fortaleza (R$ 436 milhões no 1T23) teve contribuição nula no último trimestre, já que ela foi desligada em dezembro de 2023 após o fim do contrato com Coelce e aguarda novos contratos para voltar a operar.
Com esses impactos, o Ebitda acabou caindo 6% vs 1T23, para R$ 1,1 bilhão, mas o recuo foi menor do que a receita, explicado por um bom controle de gastos e diluição dos custos fixos das termelétricas que despacharam mais no período.
É importante mencionar que ao excluir os efeitos da marcação a mercado no segmento de comercialização, o Ebitda teria crescido 13%, acima das expectativas do mercado.
- [Carteira recomendada] Conheça as 10 ações recomendadas pela equipe da Empiricus Research para buscar lucros na bolsa nos próximos meses. Clique aqui para acessar o relatório gratuito.
Lucro líquido caiu menos do que o esperado e alavancagem continua melhorando
Apesar da queda do lucro líquido de R$ 223 milhões no 1T23 para R$ 67 milhões no 1T24, principalmente por conta de impactos negativos de variação cambial e monetária sobre sobre dívidas e arrendamentos, os números vieram acima das expectativas.
Por conta dos investimentos em crescimento, a alavancagem permanece elevada, mas caiu de 4,6x dívida líquida/Ebitda no 1T23 para 4,1x no 1T24, e deve continuar caindo à medida que a necessidade de Capex diminui e o Ebitda cresce ao longo dos próximos trimestres. Se os despachos melhorarem, a queda da alavancagem será ainda mais rápida e ajudará a reduzir os receios dos investidores com a tese.
Depois de vários trimestres com resultados pressionados por despachos extremamente baixos e anormais em nossa visão, voltamos a ver crescimento dos números das termelétricas, o que pode ser um sinal de que o pior já tenha ficado para trás.
Por 10x Valor da Firma/Ebitda e com crescimento de resultados pela frente sustentado pela entrada em operação de novas usinas, a Eneva segue como recomendação de compra da Empiricus.