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Investimentos

Argentina tem juros a 40%: vale a pena investir?

Entenda a pegadinha dos juros nominais altos nas terra “de los hermanos” e veja como contorná-la sem sair do Brasil.

Por João Escovar

16 maio 2024, 13:10 - atualizado em 16 maio 2024, 13:12

argentina pesos renda fixa
Imagem: Freepik

Você compraria um título do Tesouro Direto que pague 40% ao ano? Diante do cenário atual, seria um retorno impensável para quem investe em renda fixa, ainda mais considerando o risco soberano, ou seja, baixo, dos títulos públicos.

Seria razoável pensar que teríamos uma enorme fuga de capital dos ativos de risco para esse título, certo? Os efeitos para a economia seriam inimagináveis e, possivelmente, a bolsa brasileira seria devastada.

Pois bem: um título com essas características está disponível, mas longe de causar esse alvoroço.

Só que não é no Brasil, já que a Selic está em 10,5% ao ano, mas sim na Argentina de Javier Milei, onde os juros básicos saíram de 50% para 40% ao ano, após uma melhora nos dados de inflação do país.

Bem, mas com juros básicos tão altos, vale a pena investir em títulos argentinos, por exemplo? A resposta não traz apenas uma lição sobre economia, mas também revela uma oportunidade para comprar títulos premium aqui no Brasil…

Juros reais: um conceito básico que muita gente esquece

De maneira bem simplista, a explicação para a existência de um título público que paga 40% ao ano é a diferença entre juros nominais e juros reais.

Juros nominais estão ligados à taxa efetivamente paga em um acordo de empréstimo ou investimento de renda fixa. Se a Selic está em 10,5% ao ano e eu compro um título que paga os juros básicos, esses 10,5% são a taxa nominal do meu investimento.

Já os juros reais podem ser definidos como o que “sobra” dos juros nominais após o desconto da inflação. Se ganho 10,5% em um ano com um título, mas a inflação no período foi de 5%, meu ganho efetivo está próximo de 5,5%, já que parte dos juros apenas “corrigiu” o capital.

Embora possa cair, a inflação na Argentina ainda é altíssima, de 289% em 12 meses. Em abril, fechou pela primeira vez abaixo de dois dígitos no mês, em 8,8%. Isso quer dizer que ganhar 40% ao ano em pesos, na prática, é perder dinheiro.

Embora o caso argentino seja extremo, a lição vale para o Brasil: muitos investidores estão deixando a renda fixa por conta da queda da Selic e da expectativa de redução até o fim do ano.

Quem se acostumou a ganhar 13,75% vê nos 10,5% de agora um rendimento baixo, que pode cair ainda mais.

Contudo, quem pensa assim está olhando apenas para os juros nominais e não reais…

IPCA+ paga ótimo prêmio no Tesouro e em títulos premium

Desde o início do ano, a analista de renda fixa da Empiricus, Laís Costa, vem percebendo um descasamento entre as expectativas futuras de juros e de inflação no Brasil, o que vem criando uma distorção que proporciona a chance de capturar um juro real alto.

Isso porque as expectativas de inflação vem caindo, enquanto os juros, embora também caiam no presente, se mantêm elevados na curva dos próximos anos. Com essa disparidade, ela vem recomendando, desde janeiro, investir em títulos indexados à inflação, os chamados IPCA+.

Veja, por exemplo, o ganho real que os títulos IPCA+ do Tesouro Direto (NTN-B) estão oferecendo no dia 15 de maio:

Fonte: Tesouro Direto. Acesso em 15/05/2024

Historicamente, um juro real de 6% ao ano no Brasil é considerado altíssimo, com forte indicação para compra. Mas além do Tesouro, alguns títulos premium oferecem taxas ainda mais altas – e com isenção de Imposto de Renda:

Fonte: Relatório de Renda Fixa de Maio/Empiricus Research

Esses quatro títulos foram selecionados por Laís Costa e fazem parte de sua carteira de renda fixa premium, oferecendo um retorno ainda maior que o Tesouro ou títulos de renda fixa bancários, como CDBs e LCIs/LCAs.

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Para Laís, existe uma boa “gordura” para capturar nestes investimentos pensando no longo prazo por dois principais motivos: 

  1. A possibilidade de “travar” um bom prêmio acima da inflação nos títulos que estão sendo oferecidos agora, em que as projeções de inflação estão baixas. Isso faz com que, em uma eventual alta do IPCA – o que é possível visto o histórico inflacionário do Brasil –, o investidor tenha um percentual de retorno protegido da inflação. 
  1. Possíveis ganhos na marcação a mercado, que é a oscilação dos ativos de renda fixa. Comprando um título IPCA+ agora, em que as perspectivas de inflação estão baixas, é possível vendê-lo por um preço maior no futuro quando o IPCA subir e os novos títulos tiverem rendimentos reais menores. 

Isso significa que títulos com rendimento IPCA+ podem, além de proteger o dinheiro investido, entregar lucros bem atrativos.

“Embora a gente esteja vendo a inflação indo para baixo, em um cenário de 3 a 5 anos pode ter outros fatores que podem ponderar para cima. É possível capturar um ganho interessante no juro real, que é o que o investidor deveria procurar todo dia: um ganho acima da inflação”, explicou Laís Costa em entrevista ao Giro do Mercado em janeiro.

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Quatro títulos para garantir um excelente juro real

Diante da oportunidade, a analista Laís Costa selecionou 4 títulos de renda fixa “turbinados” com bons retornos acima da inflação e explica o racional de investimento em cada um dos ativos.

A boa notícia é que qualquer investidor interessado em ter bons ativos em carteira pode acessar esse material gratuitamente.

Isso porque a Empiricus Research está liberando a carteira como uma cortesia. Portanto, nem um centavo será cobrado para ter acesso às recomendações.

Veja bem: o relatório é totalmente gratuito e você pode embolsar bons resultados com as informações que vai encontrar.

Basta acessar este link ou o botão abaixo e seguir as instruções:

Sobre o autor

João Escovar

Jornalista formado pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduado em Finanças.