A Equatorial (EQTL3) apresentou resultados operacionais do 1T24 sólidos e acima das expectativas, mais uma vez ajudado pelo forte desempenho no segmento de Distribuição, apesar de alguns impactos já esperados em Renováveis e Saneamento.
Margem bruta de Distribuição expandiu 14%
No segmento de Distribuição, a margem bruta ajustada cresceu 14%, para R$ 3,58 bilhões, ajudada pelos reajustes tarifários e pelo aumento do consumo, ainda influenciado pelas altas temperaturas no Brasil.
Vale destacar que também vimos evolução em grande parte dos indicadores de qualidade, com redução de -0,8 p.p. no índice de perdas, queda do FEC (frequência de interrupções) em todas as subsidiárias e redução do DEC (duração das interrupções) na maioria delas.
Despesas gerenciáveis da Equatorial se mantiveram controladas
Também vimos um bom controle nas despesas gerenciáveis de Pessoas, Materiais e Serviços, que aumentaram menos do que a inflação na comparação anual.
No entanto, assim como no 4T23, ainda tivemos alguns impactos negativos da recém-incorporada Equatorial Goiás. A vertical segue em processo de turnaround e de padronização de estrutura, especialmente com relação às provisões, que pareciam subestimadas pelo antigo controlador. Ainda assim, o Ebitda do segmento de Distribuição cresceu 15% no período, para R$ 2,1 bilhões.
O segmento de Transmissão apresentou um Ebitda regulatório praticamente estável, de R$ 307 milhões, já que o reajuste tarifário e o bom controle de despesas nas SPEs acabou sendo compensado pelo corte de -50% na RAP da Intesa. É importante lembrar que este foi o último trimestre da Intesa nos resultados da Equatorial, já que o ativo foi vendido.
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Mercado já esperava recuo no Ebitda de Renováveis
Em Renováveis, apesar da queda de R$ 33 milhões no Ebitda, o mercado já esperava um recuo, dada a menor intensidade de ventos no trimestre e impactos de restrição após o apagão em agosto do ano passado.
No segmento de Saneamento (Concessionária de Saneamento do Amapá – CSA), os ajustes iniciais na base de usuários após a aquisição da concessão seguem afetando os volumes, mas isso já havia sido indicado na prévia operacional. Por esse motivo a queda de R$ 6,9 milhões no Ebitda do segmento não trouxe grandes surpresas.
No consolidado, porém, o Ebitda cresceu 11,3%, para R$ 2,52 bilhões. O forte desempenho do segmento de Distribuição – que é de longe o mais importante – ajudou a impulsionar o número.
Piora no resultado financeiro não impediu crescimento de 40% no lucro líquido da Equatorial
Apesar da melhora operacional, o resultado financeiro piorou 7,9% em função do ajuste de derivativos. Ainda assim, não impediu o lucro líquido de crescer 40%, para R$ 384 milhões.
Apesar de alguns impactos negativos em Renováveis e Saneamento, o segmento de Distribuição segue forte. E ainda tem espaço para continuar melhorando à medida que a companhia faz o turnaround em algumas concessões recém-adquiridas.
Por apenas 7x Valor da Firma/Ebitda e com um histórico de execução muito acima da média, a Equatorial (EQTL3) segue como recomendação de compra da Empiricus Research.
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