O mês de abril trouxe dificuldades para os fundos multimercados e de ações. Sem boas performances, os analistas revisitam suas estratégias e mantêm otimismo no cenário futuro.
Com a incerteza do cenário global, o mercado sofreu de forma generalizada. Bruno Mérola comenta que “abril foi um mês realmente difícil, um dos piores que a gente viu em muito tempo”.
O pivô veio, principalmente, da diminuição da perspectiva dos cortes de juros americanos e da inflação abaixo da meta. Além disso, as criptomoedas, que vinham performando bem, também deixaram a desejar, conforme aponta Marcos Alvim:
“As criptomoedas acabaram que neste mês de abril também sofreram bastante. A gente teve o halving, mas parece que isso já era precificado. [O Bitcoin] caiu 11% no mês, então isso também não ajudou naquela performance que vinha ajudando nos meses anteriores.”
Com isso, os fundos apresentam retrações, deixando o destaque apenas para o Fundo Global com rentabilidade positiva de 0,77%.
Para o futuro, existe otimismo, conforme aponta Rafaela Ribas:
“Há uma espera de que as coisas tendem a melhorar mais para a frente, quando tiverem mais dados reais de inflação realmente indo para baixo lá nos Estados Unidos e aí os ativos de risco começam a andar. Nesse meio tempo, a gente também tem feito várias movimentações nas carteiras.”
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Movimentações realizadas nas carteiras
Recentemente, a equipe da Empiricus realizou diversas movimentações importantes em suas carteiras de fundos, com o objetivo de otimizar a performance e ajustar as estratégias de acordo com o comportamento dos ativos e o cenário econômico atual.
Na carteira de incubadora Melhores Fundos Novas Ideias, foram realizadas significativas alterações. O fundo Clave Cortex foi retirado devido ao seu desempenho insatisfatório desde o lançamento, há dois anos e meio. Em contrapartida, o Itaú Hunter Total Return, que apresentou um desempenho excepcional, foi ‘promovido’ para outra categoria, deixando a incubadora. O fundo 20 Total Return, que também teve sucesso significativo, seguiu o mesmo caminho.
Com estas saídas, a equipe está agora em busca de novos fundos promissores para incorporar ao portfólio, mantendo o objetivo de identificar e desenvolver novas ideias com potencial de crescimento.
Para as carteiras focadas em renda fixa, Melhores Fundos Conservador e Super Previdência Conservador, foi feita a inclusão do fundo Kinea IPCA Dinâmico. Este fundo, indexado ao IPCA e exclusivamente de renda fixa, vem superando tanto o CDI quanto o IPCA em seus resultados, tornando-se uma adição estratégica para essas carteiras.
Além disso, no Super Previdência Conservador, houve a adição do fundo Root High Yield Previdência, um fundo de crédito privado especializado em crédito, que foi incluído para diversificar e potencializar os ganhos da carteira.
Para a versão mais arrojada da Super Previdência, foram feitas as inclusões dos fundos SPX Ranger e Giants Zarathustra Previdência. O SPX Ranger foi recomendado desde o início de seu lançamento, sendo adicionado pela sua perspectiva de alta performance e inovação na estratégia previdenciária. O Giants Zaratustra Previdência também foi incluído, trazendo novas oportunidades de crescimento e diversificação para a carteira arrojada.
Essas movimentações refletem a constante busca da Empiricus por maximizar os retornos de seus investidores, ajustando e aperfeiçoando as carteiras conforme as oportunidades de mercado e o desempenho dos ativos.
Como os gestores multimercados veem o cenário econômico
Na live, Mérola apresenta o resultado de uma pesquisa realizada pela Empiricus com 42 gestores de fundos multimercados para entender a visão deles sobre o cenário econômico e as posições que estão adotando em suas carteiras.
Ele evidencia o aumento no pessimismo em relação à situação fiscal do Brasil, no mês de abril. Especificamente, os gestores estão optando por adotar uma posição “tomada” em inclinação de juros.
Isso significa que eles acreditam que a curva de juros de longo prazo vai subir mais ou cair menos do que a de curto prazo. O analista explica que “isso quer dizer que, no futuro, os juros terão que ser mais altos para compensar uma possível piora de saúde fiscal”.
Em relação às alterações nas posições de investimento, houve um aumento nas posições em crédito privado, seguindo uma tendência dos últimos 12 a 18 meses. Mérola comenta que gestores como Luis Stuhlberger, da Verde Asset, têm investido significativamente nessa área.
Em contrapartida, ele analisa que “o cenário que vinha de alta no Brasil, de otimismo maior com a queda de juros, com Real contra dólar e com bolsa foi se desconfigurando nos últimos dois meses”. Isso acarretou em uma redução nas posições vendidas em dólar e nas posições em ações da bolsa de valores brasileira.
No cenário internacional, especialmente nos Estados Unidos, as mudanças não foram tão significativas. As duas últimas colunas da tabela mostram que o pessimismo com o fiscal americano continua, com apostas em inclinação de curva de juros.
O analista comenta que há uma aposta forte no dólar: “à medida que a economia americana vem mostrando a resiliência que a gente tem visto, que ela continua pujante e que os Estados Unidos continua puxando o mundo, os gestores têm apostado que o dólar continua sendo a moeda muito relevante versus desenvolvidos e também versos emergentes”.
Para assistir a live completa e entender todos os fatores que influenciaram o mês de abril, bem como as perspectivas para maio, é só clicar aqui.