“Vai minguar” foi o que disse o analista Ruy Hungria, da Empiricus Research, sobre os dividendos de Taesa (TAEE11) em um dos podcasts da série “Vacas Leiteiras”, em 2023. E parece que ele estava certo.
Meses após a declaração do analista, na semana passada, a Taesa anunciou mudanças na política de dividendos ao divulgar os resultados do 1T24..
A partir de 2024 a elétrica vai distribuir proventos com base no lucro líquido regulatório, que desconsidera os impactos da inflação na receita e é menor que o lucro líquido IFRS.
Além disso, a companhia reduziu para 75% o payout (percentual do lucro distribuído em forma de dividendos) que girava em torno de 90% a 100%.
Para Hungria, dois fatores indicam que o nível de proventos da companhia não era sustentável: – O fim de 4 concessões importantes até 2030; e – Os novos empreendimentos da companhia com taxa de retorno “baixíssimas” – entre 4,4% e 3,7% a.a.
“Não dá para saber exatamente quando, mas esse dividend yield que hoje está em dois dígitos, a expectativa é de que, em alguns anos, vai minguar”, disse Hungria em fevereiro do ano passado.
Porém, esse fato pode ter se concretizado muito antes do esperado - meses após a sua declaração.
Além disso, na teleconferência de resultados do 1T24 da Taesa (TAEE11), o CEO Rinaldo Pecchio Junior contou que a política de dividendos da companhia será afetada pelos investimentos em novos empreendimentos.
Isso impactaria ainda mais a alavancagem (endividamento) da companhia, a qual Ruy já considera elevada nos patamares atuais. Por essas questões, Taesa (TAEE11) não está entre as recomendações da Empiricus Research para buscar proventos.
Os analistas da casa destacam as inúmeras melhorias de Eletrobras após a privatização, que devem gerar valor para o acionista no longo prazo.
Aliado a isso, a recuperação dos preços de energia podem ser um importante gatilho para o papel.