Recentemente, a Cosan (CSAN3) divulgou seus números do 1T24, que vieram em linha com as nossas expectativas, com os resultados da Rumo, Raízen e Compass já conhecidos.
O Ebitda ajustado sob gestão (considera 100% do Ebitda das subsidiárias) foi de R$ 7,1 bilhões, uma queda anual de 19%. O prejuízo líquido foi de R$ 192 milhões, uma melhoria substancial comparada ao prejuízo de R$ 904 milhões no 1T23, principalmente devido a menores despesas financeiras.
Os resultados do 1T24 de cada subsidiária da Cosan
Raízen (RAIZ4): açúcar e mobilidade compensaram preços depreciados do etanol
Passando pelas subsidiárias, considerando 100% dos resultados, a Raízen apresentou Ebitda ajustado de R$ 3,7 bilhões, queda de 38%, com os preços depreciados do etanol impactando negativamente o trimestre, parcialmente compensado pela maior rentabilidade do açúcar e de mobilidade.
Rumo (RAIL3) apresentou bons números
A Rumo encerrou o trimestre com mais um resultado positivo, com Ebitda ajustado de R$ 1,7 bilhão, acima das expectativas do mercado e alta de 43% na comparação anual. O desempenho, assim como nos últimos trimestres, segue impulsionado pelo forte crescimento da tarifa média e do volume transportado, puxado pela demanda agrícola.
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Compass teve resultados resilientes
Do lado da Compass, os números se mostraram resilientes. Ainda pressionada pelas temperaturas mais altas, que reduzem a demanda pelo fornecimento de gás, o Ebitda atingiu R$ 893 milhões, queda anual de 7%, parcialmente compensada pela recuperação da demanda industrial. Sobre os impactos das enchentes no RS, onde a companhia tem atuação importante, foi destacado que até o momento não foi identificado qualquer evento de impacto material nos resultados.
Moove também se saiu bem no 1T24
A Moove, distribuidora de lubrificantes, também apresentou bons números no trimestre, sustentados pela expansão no volume e um melhor mix de produtos vendidos. O Ebitda ajustado atingiu R$ 329 milhões, crescimento anual de 19%.
Radar manteve estabilidade
Por fim, no segmento de gestão de terras agrícolas, a Radar entregou um desempenho estável, com um Ebitda de R$ 136 milhões, essencialmente composto por receitas recorrentes de arrendamentos de propriedades agrícolas.
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A alavancagem de Cosan segue controlada
Em relação à alavancagem, considerando a reclassificação das ações da Vale, o indicador de dívida líquida/EBITDA ficou em 2,3 vezes, praticamente estável em relação ao 4T.
A Cosan também possui uma posição de liquidez substancial com cerca de R$ 3,8 bilhões em caixa, bem acima dos vencimentos para os próximos anos.
Adicionalmente, no trimestre, a Cosan antecipou 100% da dívida relacionada ao dólar e seus derivativos financeiros, aumentando sua participação direta na Vale para 4,15%.
No call, a companhia informou que esse patamar pode ser visto como um teto para a sua participação na mineradora e que é constantemente avaliado dentro do portfólio devido à sua maior liquidez.
Por fim, seguimos construtivos com a valorização das ações da Cosan, amparados pelo significativo desconto de holding (~30%) e valuation atrativo, boas perspectivas para as suas subsidiárias ao longo de 2024 e sensibilidade à queda de juros. CSAN3 segue como recomendação da Empiricus Research.