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Renda fixa: três CDBs para investir em semana de Copom

No cardápio dessa semana, confira uma oferta especial de um CDB do Banco BTG com liquidez diária, além de dois indexados ao IPCA.

Por Lais Costa

18 jun 2024, 14:23 - atualizado em 18 jun 2024, 14:23

Renda Fixa
Foto: Mehaniq

O mercado brasileiro opera de lado no início desta tarde de terça-feira (18).

Nos EUA, os dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA de maio divulgados na última quarta-feira (12) vieram abaixo das expectativas (0,0% versus 0,1%), indicando uma desaceleração maior do que o esperado em relação à leitura anterior.

No acumulado de 12 meses, o índice ficou em 3,3% a/a versus 3,4% esperado, sinalizando uma leve redução em relação ao mês anterior de 3,4%.

A medida de núcleo subiu 0,163%, também abaixo da mediana das estimativas dos analistas de mercado, enquanto o super núcleo, medida de inflação de serviços que exclui preços de alimentos, energia e moradia, mostrou ligeira deflação (-0,043%) no período.

Na composição, o destaque ficou para uma forte queda de seguro de carros e passagens aéreas que levaram o grupo de serviços a registrar a menor alta desde setembro de 2021. A inflação de bens também continuou com um comportamento bastante benigno, contribuindo para a queda do indicador macroeconômico.

Após os dados de inflação, a reunião do Comitê Aberto de Política Monetária (FOMC) manteve a taxa de juros no intervalo de 5,25% e 5,50% ao ano, como já era amplamente esperado pelo mercado. O principal ponto de atenção dos agentes de mercado foi a revisão das projeções de cortes na taxa para este ano, que foi reduzida de três para apenas um corte, como antecipamos no relatório da semana passada.

A mudança, contudo, não adicionou um tom mais duro (hawkish) à decisão. Isso porque, considerando todo o horizonte de projeções de juros, o número de cortes para os próximos dois anos e meio não se alterou, dado que a nova projeção mostrou um aumento de três para quatro cortes em 2025 e 2026.

Além disso, as projeções de inflação e de núcleo de inflação foram revisadas para 0,2 ponto percentual para cima, conforme esperado, enquanto as projeções de PIB e desemprego se mantiveram estáveis.

Na entrevista, o presidente Powell não trouxe um tom particularmente brando (dovish) em relação ao comunicado. Powell reforçou a mensagem de que é necessário criar mais confiança em relação à trajetória inflacionária ou uma fraqueza inesperada no mercado de trabalho para que a autoridade monetária inicie o ciclo de redução das taxas de juros por lá.

Em suma, a decisão não trouxe grandes surpresas e não muda a nossa percepção de que os juros devem ceder ainda neste ano na maior economia do mundo, embora os preços de mercado já reflitam um cenário bastante razoável de preços no momento.

Seguindo na seara monetária, na noite de quinta-feira (14), o Banco do Japão (BoJ) manteve as taxas de juros de referência no intervalo de -0,1% a 0% ao ano, conforme esperado. Em relação ao programa de recompra de títulos (QT), a decisão frustrou a expectativa do mercado que antecipava o anúncio do início da redução do programa já nessa decisão.

Em entrevista, o governador Ueda afirmou que deve haver um corte “suficientemente grande” no programa de recompra de títulos no próximo mês, uma vez que as preocupações em relação a volatilidade excessiva de mercado precisam ser endereçadas.

Não por coincidência, a decisão gerou um impacto negativo no iene (moeda japonesa), que rompeu o patamar 158 ienes por dólar, menor valor em 17 anos. Além disso, o mercado passou a estimar um possível aumento nas taxas de juros somente a partir da reunião de outubro.

Brasil aguarda decisão do Copom sobre a taxa Selic

Passando para o Brasil, a decisão de política monetária está marcada para amanhã (19). Tanto traders como economistas esperam a manutenção da Selic em 10,50% ao ano. O que será bastante importante nesta decisão, contudo, é um consenso entre os diretores do comitê.

Após a divisão entre indicados pelo governo passado e os diretores nomeados pelo atual presidente Lula, um retorno à unidade na decisão dessa semana será uma importante sinalização de que não há politização na autarquia. Esperamos ainda um tom duro (hawkish) do comunicado, uma vez que o relatório Focus do Banco Central continua mostrando revisões altistas para a inflação de 2025.

Embora necessária, uma sinalização técnica e unânime do Copom não deve ser suficiente para mudar a dinâmica negativa de mercado que estamos vendo. As preocupações com a sustentabilidade das contas públicas e o contínuo ataque do governo ao Banco Central não deve dar espaço para que os juros mais altos atraiam fluxo de capital para o país no curto prazo.

Hoje, o mercado tem colocado uma chance não desprezível de alta da Selic a partir de novembro. Nosso cenário base ainda é de que os juros serão mantidos estáveis até o final do ano e o próximo passo ainda será de redução das taxas em 2025, à medida em que os juros globais também voltem a patamares menores. Por isso, continuamos gostando dos juros reais de longo prazo.

No cardápio dessa semana, também trazemos uma oferta especial de um CDB do Banco BTG com liquidez diária. Dado o risco de crédito, acreditamos que a taxa ofertada é bastante atrativa para o investidor pessoa física.

Cardápio da semana: veja os títulos de renda fixa recomendados

Características da CDB IPCA+ do Banco BTG Pactual
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA(bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBTG Pactual
Aplicação mínimaR$ 500
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)18/06/2027 (1095 dias corridos)
Rentabilidade anualIPCA+ 6,88%
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h45
Características da CDB do Banco BTG Pactual com liquidez diária
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA(bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBTG Pactual
Aplicação mínimaR$ 50
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)18/06/2025 (365 dias corridos)
Rentabilidade anual100,50% do CDI
Tributação20%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateLiquidez diária
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h45
Características da CDB IPCA+ do Banco Daycoval
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA(bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarDaycoval
Aplicação mínimaR$  1 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)19/06/2026 (731 dias corridos)
Rentabilidade anualIPCA+ 7,50%
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação18h

As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 18 de junho de 2024 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (18).

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Sobre o autor

Lais Costa

Engenheira elétrica com certificação CNPI. Analista de renda fixa na Empiricus Research.