É hora de investir nos Fundos de Investimento em Cadeias Industriais (Fiagros)? O agronegócio é um dos pilares fundamentais da economia brasileira, com contribuição significativa para o PIB e na geração de empregos. No entanto, quando falamos do investimento em fundos ligados ao agro, o momento é para “ficar de fora”.
Essa é a opinião de Caio Araujo, analista especializado em fundos imobiliários. Segundo ele, não vale a pena ter Fiagros na carteira neste momento, e há opções melhores de FIIs para investir agora em busca de bons dividendos e lucro com a valorização das cotas.
“Apesar da força do setor, notamos um aumento significativo dos casos de inadimplência por parte dos produtores nos últimos meses”, explica o analista que atua pela Empiricus Research, casa de análise do grupo BTG Pactual.
O Ifix, principal índice dos fundos imobiliários na bolsa, registra queda de cerca de -0,36% no ano. Já a cesta de Fiagros, especificamente, amplia o tombo para –4,55% em 2024. Mas esse desconto sobre as cotas não necessariamente implica numa oportunidade de investimento.
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O que explica esse momento ruim dos Fiagros?
Segundo o analista Caio Araujo, existem dois motivos principais para esse mau desempenho dos fundos ligados ao agronegócio em 2024. O primeiro deles diz respeito ao preço das commodities, que continuam em patamar desafiador nas principais culturas.
“Os produtores, que trabalham com margens comprimidas desde o último ano, tiveram que ajustar suas estratégias ao longo dos últimos meses”, diz o analista.
Outra razão para o recuo dos Fiagros é o menor apetite dos investidores, que se afastaram após o surgimento dos eventos de crédito. Para se ter ideia, os CRAs com renegociação, fraudes, inadimplência e recuperação judicial alcançaram representatividade de 12,2% do patrimônio líquido dos 16 maiores Fiagros. “É, de fato, um percentual que assusta.”
Por conta disso, até maio, as ofertas de emissão de cotas desses fundos captaram pouco mais de R$ 1 bilhão, queda de aproximadamente 75% em relação ao ano passado.
“Essa ausência de liquidez é ponto importantíssimo para o desempenho de curto prazo da categoria”, explica.
Caio Araujo também destaca o risco associado a esses fundos. Em geral, os tomadores de crédito nesta indústria não são os principais players do mercado agro – mas sim companhias em fase de crescimento ou reestruturação.
“Isso significa que o risco de crédito já é mais elevado na originação. Com o mercado caminhando por incertezas, as ameaças são ainda maiores”, ressalta.
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‘Preferimos ficar de fora da classe por enquanto’
Por tudo isso, ao avaliar o contexto geral, a dinâmica de crédito dos Fiagros não agrada ao analista da Empiricus Research neste momento, dado as características de risco vs. retorno dos fundos e a conjuntura macroeconômica.
“Temos dificuldade em prever o término desta onda de eventos de crédito nos portfólios”, destaca Caio Araujo.
Além disso, ele também lembra da possibilidade de eventos climáticos complicarem ainda mais o cenário para os fundos do agronegócio, no segundo semestre. O La Niña, por exemplo, é um fator que poderá causar impactos nas safras.
“Ao aprofundarmos sobre o cenário do agronegócio, notamos que as incertezas persistem, fazendo com que as ameaças de curto prazo prevaleçam”, explica o analista.
Na opinião dele, poderá haver um ponto de virada para os Fiagros no futuro, uma vez que se debruçam sobre um setor tão relevante para a economia quanto o agronegócio. Entretanto, o ano de 2024 deve permanecer desafiador para o setor.
“Os Fiagros seguem no nosso radar, mas, diante do momento ainda tortuoso, preferimos ficar de fora da classe por enquanto”, enfatiza o analista de FIIs.
Em quais FIIs investir agora? O analista tem 5 recomendações
Por outro lado, Caio Araujo tem 5 “apostas” no setor imobiliário para buscar lucros agora, seja com a valorização das cotas ou com o pagamento recorrente de dividendos.
Um desses FIIs recomendados é o BTG Pactual Fundo de Fundos (BCFF11). Este é um FoF que tem como objetivo a geração de renda mediante aquisição, principalmente, de cotas de outros FIIs e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
“Segundo seu último relatório gerencial disponível, se considerarmos o ‘duplo desconto’ (uma particularidade dos FoFs), encontramos um deságio de cerca de 19%, sinalizando um potencial de ganho interessante para o cotista”, explica o analista.
O BCFF11 também é negociado atualmente com um desconto de 10%, em relação ao seu valor patrimonial, além de deter uma liquidez robusta e um ótimo histórico de gestão.
Mas não é só no BCFF11 que você deve investir agora: Caio Araujo ainda recomenda outros 4 fundos imobiliários listados na B3, todos com ótimo potencial de valorização e distribuição de proventos.
Todos eles podem ser conferidos neste relatório gratuito do analista. É só deixar o seu meu melhor e-mail e, em poucos minutos, a carteira recomendada completa está disponível no seu celular ou computador sem você pagar nada: