Quando a pauta é polarização, Tabata Amaral, deputada federal e candidata à prefeitura de São Paulo pelo PSB tem uma opinião clara: “Parece que existe uma incapacidade de grandes democracias se renovarem”, referindo-se tanto às últimas eleições presidenciais do Brasil, quanto ao debate entre Donald Trump e Joe Biden realizado na última semana.
É com essas palavras que ela defende o meio-termo (ou centro) na política, segundo a entrevista que deu a Felipe Miranda, CIO e co-fundador da Empiricus, na última sexta-feira (28).
Para a deputada, a polarização se intensificou ainda mais com o uso das redes sociais. “Os próprios algoritmos parecem dar espaço para uma polarização, para uma opinião mais radical”. Como exemplo de leitura sobre o assunto, ela recomenda o livro “Biografia do abismo“, de Felipe Nunes e Thomas Trumann.
Direita ou esquerda?
Tabata também questiona o uso dos termos “direita” e “esquerda”. Para ela, o uso deles em muitos contextos diferentes os fez perder significado.
“Sempre que me perguntam se eu sou ‘de esquerda’ ou ‘de direita’, eu sempre pergunto qual é o assunto“, conta. “Sou bem firme no que eu penso: defendo educação de qualidade, acredito no Sistema Único de Saúde, defendo o combate à corrupção, tenho uma posição firme na pauta ambiental. Essas coisas são ‘de direita’ ou ‘de esquerda’?”.
Ainda, ela complementa, em relação às diferenças dos dois posicionamentos: “Não acredito em Estado mínimo ou Estado inchado, acredito em um Estado eficiente, em que o social caminhe junto com o fiscal”.
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Como, então, ‘furar’ a polarização?
A essa pergunta de Felipe Miranda, Tabata responde: “Eu não vou mudar a visão das pessoas – que já é consolidada – em relação a questões morais, por isso aposto em falar do concreto, como transporte, saúde, educação“.
E adiciona: “Não estou lacrando nas redes sociais, mas as pessoas viram valor nas coisas concretas que eu fiz, como o programa Pé de Meia, colocar absorvente para meninas na escola, votar a favor do Marco do Saneamento, votar a favor da independência do Banco Central, enfim”.
A candidata a prefeita de São Paulo também reforça a importância de conversar com a sociedade na hora de montar o time que a acompanharia na gestão da cidade e “combinar com o povo” – em suas palavras – o que seria feito.
“Nos últimos meses, eu tenho evitado reunião de gabinete, reuniões fechadas e tenho tentado ouvir a sociedade, entender o que as pessoas querem, para assim poder montar o melhor time possível”, conta.
Qual a proposta de governo de Tabata Amaral para São Paulo?
Para a atual parlamentar, o principal encargo da prefeitura de São Paulo é cuidar “do básico, com excelência”. Para ela, três pilares são fundamentais: Educação, Saúde e Segurança Pública.
Educação
A principal bandeira da atual parlamentar é a Educação pública de qualidade, visando, principalmente, a melhoria dos índices de alfabetização em São Paulo.
“Hoje, na rede municipal, a cada três crianças, duas passam de ano sem saber ler, nem escrever, e criança não alfabetizada sai da escola sem aprender Biologia, História e vai para a rua, exposta ao crime e às drogas”, comenta.
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Segurança
Além desse tema, a Segurança Pública da cidade também está em seu radar: “A gente tem que trabalhar junto com as polícias para reduzir os crimes urbanos: roubo de carro, estupros, furtos. E é justamente nesse básico que a gente está falhando”.
Para isso, conta ter ao seu lado ex-policiais militares e civis, mas também pessoas comuns da sociedade que representem as dores do paulistano.
Saúde
Em relação ao tema da Saúde, Tabata acredita que falta atenção e cuidado com a medicina da família.
“Quando falamos em investir na Saúde, não é sobre fazer cirurgias complexas, mas é ter compromisso com o médico da família e evitar que as pessoas fiquem doentes. A prefeitura deveria gastar muita energia cuidando de Saneamento Básico, colocando as pessoas para se mexerem com a atividade física e ensinando a se alimentarem melhor”, comenta.
Para isso, a proposta dela é abrir quadras públicas também no período da noite aos fins de semana e fazer parceria com profissionais de educação física.
Para saber mais detalhes do plano de governo da candidata, assista à entrevista completa por aqui: