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Rendimento Poupança (Guia Completo) – Hoje, Mensal e Anual

Ainda há quem pense que aplicar na poupança é um bom negócio. 7 entre 10 brasileiros ainda insistem em deixar seu dinheiro nesse tipo de […]

Por Equipe Empiricus

11 jun 2018, 04:55

Ainda há quem pense que aplicar na poupança é um bom negócio. 7 entre 10 brasileiros ainda insistem em deixar seu dinheiro nesse tipo de aplicação.

Para boa parte do seu público, colocar dinheiro na poupança é uma conquista, pois significa ter gastado menos do que ganha no mês.

A caderneta de poupança surgiu em 1861, por meio de um decreto de D. Pedro II.

O imperador criou a aplicação para incentivar as pessoas de baixa renda a aplicarem seu dinheiro.

E, pasme, a taxa de remuneração à época era… 6% ao ano.

Alguns séculos depois, pouca coisa mudou.

Atualmente, o rendimento da poupança respeita dois cenários diferentes:

1) Se a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento é calculado utilizando a taxa referencial, a chamada TR, como remuneração básica, acrescida de 0,5% ao mês.

2) Se a taxa Selic estiver igual ou abaixo de 8,5%, o cálculo da rentabilidade se baseia em 70% da Selic + TR.

Um dos motivos para algumas pessoas ainda defenderem a caderneta é sua liquidez, ou seja, a possibilidade de retirar a quantia depositada a qualquer momento. Porém, nem essa argumentação salva a poupança. “Mesmo com liquidez diária, a rentabilidade está atrelada à data de aniversário, ou seja, ao dia de abertura da conta. Se for o dia 20, por exemplo, e você precisar sacar os recursos no dia 18, deixa de ganhar os rendimentos daquele mês’, afirma Beatriz Cutait, editora da publicação Você Investidor.

A poupança conta também com isenção de Imposto de Renda e a proteção do Fundo Garantidor de Crédito – o que garante segurança ao investidor em aplicações de até R$ 250 mil. Isso quer dizer que quem aplicar R$ 90 mil e a instituição bancária falir, irá recuperar todo o valor. Porém, se o investidor tiver R$ 300 mil aplicados nessa instituição, receberá apenas o valor da cobertura, ficando com um prejuízo de R$ 50 mil.

Ao longo desde texto, vamos os motivos para você abandonar de vez a poupança e destinar seu dinheiro para aplicações tão seguras como ela, mas que rendem mais.

Rendimento da poupança em 2017

O rendimento da poupança em 2017 foi o melhor depois de muitos anos, 6,93%. Descontada a inflação, o rendimento real foi de 2,95%.

Essa foi uma boa notícia para quem deixou o dinheiro na caderneta. Afinal, nos últimos anos, ela não trouxe tantas alegrias aos poupadores. Basta lembrar que em 2015, a rentabilidade real da poupança foi negativa, de -2,35% no ano.

Mas será que um ano de bom rendimento, compensou os anos de retorno ruim?

Veja o gráfico abaixo. Ele mostra o retorno da poupança comparado ao um fundo DI barato (leia-se, com taxa de administração de 0,2% ao ano). Você vai notar que mesmo com a cobrança de IR, o fundo rendeu mais nos últimos quatro anos.

A linha laranja é a poupança. A linha cinza é o fundo sem descontar os impostos e a linha azul é o rendimento do fundo descontado o IR. A isenção da poupança e o bom rendimento em 2017, não a fez render mais que o fundo com taxa de administração e cobrança de Imposto de Renda nos últimos quatro anos.

Fonte: Quantum Axis

Suponha que você tivesse aplicado R$ 5.000 em janeiro de 2013 na poupança e não tivesse mexido nesse dinheiro.

Ao final de 2017, você teria acumulado o equivalente a R$ 7.068,48. Um rendimento de 41,37%. Nada mal, não é mesmo.

Mas se esse mesmo valor tivesse sido investido no fundo DI barato, você teria chegado ao final do ano passado com R$ 7.739,22, já descontados os impostos. Seu dinheiro teria rendido 54,78%. Uma bela diferença, não?

Agora vamos pensar que seu ponto de partida em janeiro de 2013 foi maior: R$ 20.000. E você deixou o dinheiro quietinho lá rendendo.

Na poupança, esse valor teria se transformado em R$ 28.273,94.

No fundo DI barato, o montante seria de R$ 30.956,89, descontado o IR.

R$ 2.682,95 a mais.

Será que vale mesmo à pena ficar animado porque o rendimento da poupança foi bom em 2017?

Fonte: Quantum Axis. Linha LARANJA, rendimento da poupança. Linha CINZA, rendimento do fundo DI barato sem descontar o Imposto de Renda. Linha AZUL, rendimento do fundo DI barato descontado o IR.

E o rendimento da poupança em 2018?

Bom, a captação da caderneta de poupança tem sido recorde em 2018. Até maio foram R$ 2,4 milhões depositados. O brasileiro deve estar mais econômico.

E quanto está rendendo tudo isso? 4,55% ao ano + Taxa Referencial (TR).

Lembrando que quando a Selic é igual ou menor a 8,5% a poupança rende 70% da Selic mais TR.

Será que não valeria mais a pena todo este dinheiro está depositado no Tesouro Selic que rende 100% do CDI, hoje próximo a 6,5% ao ano?

Vamos fazer uma simulação.

Em janeiro de 2018, você colocou R$ 10.000 na poupança e R$ 1.000 no Tesouro Selic.

Você teria acumulado respectivamente, R$ 10.194,22, na poupança, e R$ 10.264,24, no Tesouro Selic.

Ok, você pode alegar que no Tesouro Selic há a taxa de custódia da Bolsa (0,3% ao ano) e a cobrança do Imposto de Renda. Sim, é verdade.

Mas o IR só é cobrado quando o dinheiro é sacado. E diminui ao longo do tempo. Assim, o efeito dos juros compostos funciona maravilhosamente bem fazendo seu dinheiro render mais que na poupança.

Rendimento da poupança: hoje, mensal e anual

Lembra do que falamos há pouco sobre os cenários 1 e 2 de rendimento da poupança?

No atual cenário econômico, com Selic em 6,5% ao ano, ou seja abaixo de 8,5%, a rentabilidade da caderneta é calculada em 70% da Selic + a TR.

Ultimamente, o valor da TR tem sido próximo de zero. O que já não fazia diferença no rendimento da poupança, agora pode ser desconsiderado.

Em 2018, a cada mês, seu dinheiro na poupança tem rendido 0,37%. Só? Isso mesmo. Meros 0,37% ao mês.

É bom deixar claro: não existe um rendimento diário na poupança.

Se você resgatar antes no aniversário, perde toda a rentabilidade. Já no Tesouro Direto seu dinheiro rende todo dia e pode ser resgatado também a qualquer momento.

Como calcular a rentabilidade da poupança

Descubra como é calculado o rendimento da caderneta de poupança.

Ao entender como calcular o rendimento da poupança, você facilmente identifica por que ela não vale a pena como investimento, independentemente do cenário da economia.

Em primeiro lugar, é preciso entender algo básico sobre a caderneta, que ainda não foi dito.

Diferentemente de outras aplicações financeiras, os bancos não têm liberdade para praticar cálculos de juros diferentes na poupança. Ou seja, você pode mudar a sua aplicação da instituição A para a instituição B, mas os resultados das poupanças serão os mesmos.

Isso acontece porque quem define as regras é o governo federal, e ele já decretou que a poupança jamais vai chegar aos dois dígitos.

Quer entender por quê?

Vamos recapitular:

  • Cenário 1: com a Selic acima de 8,5%, o rendimento da poupança é de 0,5% no mês + TR.
  • Cenário 2: com a Selic igual ou abaixo de 8,5%, ela rende 70% da Selic + TR.

Agora, vamos partir de um investimento de R$ 10 mil na poupança, realizado há um ano, e acompanhar os resultados.

Cálculo da poupança quando a Selic está acima de 8,5%

Considerando as regras dos juros compostos, o índice de 0,5% chega ao fim de 12 meses em 6,17% a.a. A esse percentual, é preciso somar a TR.

Quem a define, cabe lembrar, é o governo federal, a partir de um cálculo bem complexo, que envolve indiretamente a Selic.

Então, considerando o melhor cenário possível para a TR, após um ano, o rendimento da poupança seria de 7,17%. Já no pior, ficaria em 6,17%.

Ou seja, sua aplicação de R$ 10 mil valeria hoje entre R$10.617,00 e R$10.717,00.

Seus ganhos, então, ficariam entre R$ 600 e R$ 700 no período.

Agora, vamos calcular seus rendimentos no outro cenário possível de remuneração.

Com a Selic igual ou abaixo de 8,5%

A queda da Selic tem sido noticiada como positiva para os rendimentos na poupança.

Vamos entender como isso influencia a caderneta.

Aqui, a TR é a mesma, variando entre 0% e 1% ao ano.

Já o outro indicador aplicado é o de 70% da Selic.

Com 6,5% ao ano, uma aplicação de R$ 10 mil teria, ao fim de 12 meses, um saldo seria de R$10.650,00.

Com regras bem amarradas pelo governo, um rendimento de dois dígitos é ilusão apenas.

Simulador de poupança

No exemplo que acabamos de apresentar, consideramos um investimento de R$ 10 mil.

Ele foi utilizado apenas como hipótese para explicação do cálculo. Nós não recomendamos que você invista na poupança, muito menos uma quantia que talvez faça falta no seu orçamento e que, no fim das contas, terá um rendimento tão baixo.

Seja qual for a quantia que você tem aplicada ou deseja aplicar na caderneta, é importante fazer o cálculo para que possa entender a remuneração alcançada e a forma como ela é construída.

Para isso, você não precisa pegar papel e caneta nem calculadora.

Basta usar um simulador de poupança, que faz o cálculo automaticamente para você. É só inserir os valores da sua aplicação.

Há diversos modelos de simuladores online, que você pode encontrar fazendo uma busca simples na internet.

Não recomendamos que entre em sites desconhecidos, tampouco que busque informações em fontes não confiáveis.

Uma opção válida, bastante fácil de usar, é a Calculadora do Cidadão, disponibilizada pelo Banco Central em seu site.

Confira o passo a passo:

1. Acesse a Calculadora do Cidadão neste link;

2. No campo Data Inicial, insira o dia, o mês e o ano em que realizou a aplicação;

3. No campo Data Final, coloque o dia, o mês e o ano para conhecer o saldo;

4. No campo Valor a ser corrigido, informe o valor aplicado;

5. Em regra de correção, selecione Nova –  exceto se os seus recursos foram depositados na caderneta em data anterior a 3 de maio de 2012;

6. Clique em Corrigir valor e, na nova página, confira as informações detalhadas.

Veja no exemplo abaixo uma simulação de rendimento da poupança para quem aplicou R$ 1.000 em 1º de janeiro de 2017 e resgatou exatamente um ano depois.

Na mesma ferramenta, você pode conferir a correção do valor pela TR e pela taxa Selic.

Remuneração básica

Ao visitar seu banco, talvez o gerente de contas lhe apresente a poupança como uma oportunidade de investimento.

Se assim o fizer, ele pode utilizar como argumento o fato de a caderneta ter duas formas de remuneração.

Cuidado! Quem faz uma análise superficial pode ser induzido a acreditar que os ganhos são duplos.

Quando se fala em remuneração básica, a intenção é se referir ao acréscimo que seu saldo aplicado recebe pela TR.

Remuneração adicional

Se a TR é a remuneração básica da poupança, qual será a adicional?

Se você pensou na Selic, acertou. A taxa de juros corresponde à segunda parte de rendimento da poupança.

Ou seja, pode ser de 0,5% ao mês ou de 70% do seu valor anual.

Então, não se engane: não existem ganhos dobrados com a poupança.

Como funcionam os juros da poupança

Os juros da poupança são definidos de acordo com a regulação pelo governo federal.

Em qualquer investimento, ou mesmo ao tomar um empréstimo ou financiamento, os juros são o aspecto que costuma causar a maior quantidade de dúvidas.

Com a poupança, é justamente o contrário. Afinal, os juros não variam conforme o banco, como explicamos anteriormente.

Definidos pelo governo federal (tanto na TR quanto na Selic), cabe às instituições financeiras simplesmente aplicar os índices para fins de remuneração do valor investido na caderneta.

Mas talvez você esteja se perguntado agora: como o governo estabelece tais índices?

Essa é uma boa questão.

A Selic é mais fácil de entender, embora não tenha critérios exatamente objetivos.

Sua meta é revisada a cada 45 dias por membros do Comitê de Política Monetária,Copom, que é vinculado ao Banco Central.

Nessas reuniões, os analistas consideram uma série de fatores econômicos para reajustar a meta para cima ou para baixo ou mesmo para mantê-lo, como já ocorreu muitas vezes.

Já a Meta Selic é definida pelo Banco Central por meio do Comitê de Política Monetária (COPOM).

Como já comentado, para 2017, a previsão é de fechamento da Selic em 6,5% – mesmo índice projetado para o fim de 2018.

Histórico dos investimentos na poupança

Lá se vão quase 30 anos em que a caderneta de poupança não tem um rendimento que possa ser considerado satisfatório.

Foi ainda na década de 1990 que a aplicação foi corrigida por juros maiores.

Em 1995, por exemplo, no mês de dezembro, a poupança teve rentabilidade de 12,9%.

Veja que, em apenas um mês, ela rendeu mais do que todo um ano atualmente.

É uma diferença abissal, que não há nem como comparar com o cenário em que vivemos hoje.

Mas atenção: nem mesmo com tal desempenho a poupança era atrativa.

O problema, na época, é que a inflação abocanhava qualquer ilusão de lucro com o investimento.

Desde então, sua rentabilidade variou bastante, mas foi nos últimos anos, especialmente, que a poupança acabou acumulando destaque negativo.

O principal fator que pesa contra a caderneta enquanto investimento se dá ao analisarmos o retorno real que ela oferece, ou seja, depois de descontarmos o índice de inflação.

Em 2015, por exemplo, quem deixou seu dinheiro parado na poupança perdeu poder de compra.

O que ocorreu foi que a poupança rendeu menos do que a inflação registrada no período.

Vamos apresentar um exemplo para que entenda melhor.

Se no fim de 2014 você aplicou um valor com o qual comprava 100 tomates na época, ao retirá-lo da conta um ano depois só poderia comprar 97 ou 98 tomates.

Em vez de o seu dinheiro render, ele perdeu valor na caderneta.

É uma dura realidade, não é mesmo?

Veja na tabela abaixo alguns exemplos que consideram a remuneração da poupança ao longo de 12 meses, em anos diferentes, a partir de uma aplicação de R$ 1 mil.

Por que NÃO investir na poupança?

Entenda por que não vale a pena investir na poupança.

Acreditamos que você não precise de mais motivos para mudar de investimento e abandonar a poupança. Mas, caso deseje saber mais sobre as desvantagens da caderneta para fazer seu dinheiro render, aqui vão elas:

1. Porque a rentabilidade é mais baixa do que outros investimentos com características similares, como Tesouro Selic, grande parte dos CDBs pós-fixados e fundos DI com baixas taxas de administração;

É só para reforçar. Não vamos nos alongar para não nos tornarmos repetitivos.

2. Porque o banco usa o seu dinheiro

Se você acha a caderneta ótima porque ela não lhe custa nada, saiba que há uma razão para a ausência de taxas de manutenção.

O dinheiro que você aplica nela é utilizado como captação do banco para financiamento imobiliário. Você recebe uma remuneração baixíssima, enquanto o banco cobra caro pela taxa do crédito imobiliário. Alguém está ganhando dinheiro com isso, e não é você.

3. Porque a liquidez é menor do que parece

Quando você ler sobre as vantagens da poupança, lá verá que ela é um investimento de alta liquidez, pois você pode resgatá-lo a qualquer momento.

Isso é verdade, mas não sem perdas.

Acontece o seguinte: todo depósito que você fizer receberá os juros no “aniversário”, ou seja, dentro de 30 dias. Realizar um saque antes desse período significa abrir mão de qualquer rentabilidade.

Assim, se você aplicar R$ 1 mil e retirar daqui a 29 dias, não terá recebido nada de juros e ainda terá perdido poder de compra em razão da inflação.

Um fundo DI ou um título Tesouro Selic, por outro lado, podem ser resgatados a qualquer momento, com juros valendo até o momento da retirada. Eles têm liquidez e rentabilidade diárias.

4. Porque a segurança não é total

Ao perguntar sobre a poupança ao seu gerente, você ouvirá que ela é o investimento mais seguro que existe, pois conta com a proteção do FGC, o Fundo Garantidor de Créditos.

Para entender: esse é um mecanismo mantido pelas instituições financeiras para uso em caso de quebra de uma instituição financeira.

Se o banco no qual você tem conta-poupança falir, você tem seus recursos garantidos até o limite de R$ 250 mil por CPF, por conglomerado financeiro.

Essa é a teoria, mas, na prática, o fundo pode não ter os recursos necessários para bancar a quebra de um grande banco. E ele só é obrigado a ressarcir investidores dentro das condições de seu patrimônio.

Além disso, valores acima de R$ 250 mil não estão cobertos.

5. Porque menos é menos mesmo

Não pagar Imposto de Renda sobre o investimento é ótimo, concorda?

Você pode sacar o valor com juros após o aniversário da aplicação e não precisa prestar contas com o Leão.

Não basta analisar a poupança isoladamente como investimento. Ainda que você não tenha isenção do tributo em outra aplicação que escolher, vale mais a pena pagar o IR e ter uma rentabilidade maior.

É só fazer a escolha certa, adequada ao seu perfil.

E adivinhe só: não será a caderneta.

Investimentos com maior rentabilidade que a poupança

Estamos quase chegando ao fim do nosso guia sobre o rendimento da poupança e, até aqui, espero que você já tenha se convencido a abandoná-la de vez.

Mas isso não deve desanimá-lo de investir. Muito pelo contrário!

Acredite: se você deseja segurança e liquidez, há aplicações bem mais atrativas, que reúnem essas características e têm rendimento maior.

Já se o seu perfil tolera alguns riscos, é possível mirar rentabilidades ainda maiores.

Como pode ver, tudo é questão de encontrar o investimento que mais combina com você.

Vamos falar sobre algumas possibilidades?

CDB – Certificado de Depósito Bancário

Título de renda fixa que coloca o investidor como credor de bancos. O dinheiro aplicado é utilizado pelas instituições para a realização de empréstimos e retorna com juros.

Na modalidade prefixada, o valor a receber já é conhecido no momento da contratação, quando é estabelecida uma taxa fixa.

Assim, sem surpresa, quando chega o momento do resgate, você terá de volta o valor que investiu mais os juros que definiu ao aplicá-lo.

Já na modalidade pós-fixada do CDB, o rendimento só é descoberto no fim da aplicação, pois o cálculo depende dos resultados de um indexador, o CDI.

O CDI fica sempre próximo à Selic.

No longo prazo, um título vinculado à inflação é interessante para quem busca proteger seu ganho real.

Normalmente, quanto mais longo o período de aplicação, maior a taxa de juros oferecida.

O CDB tem a proteção do FGC de até R$ 250 mil, exatamente como a poupança, e liquidez variada para o resgate, dependendo de cada emissor.

Há alguns CDBs com liquidez diária (neste caso, os CDBs são melhores que a poupança, já que o rendimento é calculado “pro rata”) e outros com resgate apenas no vencimento, que pode ser de até cinco anos.

Este tipo de aplicação sofre a tributação do Imposto de Renda – IR, seguindo a tabela regressiva da renda fixa, de 22,5%, para aplicações feitas em até 180 dias, a 15%, para aplicações feitas em mais de 720 dias. Para quem deixa o dinheiro por menos de 30 dias, há também a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras – o IOF.

Geralmente, as corretoras não cobram outras taxas.

Tesouro Direto

O Tesouro Direto é a aplicação mais segura do mercado financeiro brasileiro, já que é garantida pelo governo federal. Um calote aqui culminaria na ruína de todo o sistema (incluindo a queridinha poupança).

Em termos de rentabilidade, ele oferece taxas nos mesmos modelos do CDB: prefixada, pós-fixada e híbrida.

Considerando a liquidez, o Tesouro Direto também é bastante interessante, pois você pode vender seus títulos a qualquer momento e receber o dinheiro no dia útil seguinte.

Há que se considerar que o substituto ideal para a poupança, para quem busca uma aplicação de resgate a qualquer momento, é o Tesouro Selic, que paga os juros da taxa básica e não sofre marcação a mercado.

Já os títulos vinculados à inflação e prefixados têm volatilidade até o vencimento. Ou seja, quem os compra pode perder dinheiro se precisar vender antes da hora – caso o título esteja desvalorizado na data.

Ao contrário do CDB, o Tesouro Direto tem uma taxa de custódia de 0,3% ao ano sobre o valor total investido. Além disso, há corretoras e bancos que cobram uma taxa extra para aplicar o dinheiro nesse tipo de título. Fuja disso! Prefira corretoras custo zero para Tesouro Direto.

O IR é o mesmo que o do CDB, de 22,5% a 15%. Há ainda o IOF para aplicações resgatadas antes dos 30 dias.

LCA/LCI – Letra de Crédito do Agronegócio e Letra de Crédito Imobiliário

Esses dois investimentos, LCA e LCI, são normalmente mencionados em conjunto por apresentarem características bastante semelhantes. A principal diferença é o destino dos recursos aplicado: agronegócio, no caso das LCAs, e imóveis, no caso das LCIs.

Para o investidor, o que importa é a isenção do IR e de taxas, além dos rendimentos superiores aos da poupança.

Na comparação com o CDB, apesar da isenção do IR, é preciso calcular a rentabilidade líquida para definir o melhor destino para o seu dinheiro.

Em termos de liquidez, LCA e LCI têm prazo mínimo de três meses, normalmente, e costumam ser títulos mais longos. Os melhores retornos ficam nos papéis com acima de dois anos de prazo.

LC – Letra de Câmbio

A Letra de Câmbio funciona de maneira muito semelhante ao CDB. A diferença é que a LC é emitida por uma financeira, e não por um banco.

Trata-se de um investimento de renda fixa, porém com risco maior.

A LC também conta com o aval do FGC, dentro dos mesmos moldes da proteção da poupança: até R$ 250 mil por CPF, por conglomerado financeiro. O prazo mínimo de investimento é de 360 dias.

A LC oferece rentabilidade interessante em comparação com outras alternativas de renda fixa, mas tem liquidez, normalmente, apenas no vencimento.

Como se trata de um emissor menor do que bancos tradicionais, é importante fazer uma boa busca no mercado para avaliar as instituições com rating de crédito mais elevado.

O IR segue a tabela da renda fixa, de 22,5% a 15%, e o IOF também vale para aplicações inferiores a 30 dias.

Geralmente, as corretoras não cobram outras taxas.Não há custos extras.

Bolsa de Valores

A Bolsa de Valores não é um substituto da poupança. Mas ela deve ser, sim, lembrada, porque remete a um conceito muito importante: a diversificação.

Você não deve tirar todos os seus recursos da poupança e destiná-los exclusivamente a um CDB de cinco anos, por exemplo.

É preciso criar uma carteira de investimentos que contemple o longo prazo. E nesse horizonte mais distante, a Bolsa de Valores aparece como um elemento importante, de alto potencial de ganhos.

Assim, mesmo que você tenha um perfil mais conservador, vale observar a renda variável e, começando aos poucos, destinar um percentual pequeno do seu portfólio para as ações.

Uma maneira de fazer isso é encontrar fundos de investimento de ações e multimercados que tenham boa performance e gestores focados em encontrar bons papéis à disposição.

Dessa forma, você ingressa na renda variável aos poucos e se acostuma às flutuações inerentes a esse mercado.

Conclusão: como sair da poupança?

Para sair da poupança, é só começar.

Neste guia, você teve informações definitivas sobre a baixa atratividade da caderneta e outras falhas que a comprometem como proposta de investimento.

Quem deseja ver o dinheiro rendendo e trabalhando a seu favor não pode se limitar a deixá-lo parado, que é o que ocorre na prática ao deixá-lo preso à poupança.

Se você deseja uma saída segura, opte pela transição.

Não tire todo o seu dinheiro da caderneta para investir em um só produto financeiro diferente. Um dos segredos dos investidores de sucesso é diversificar seu portfólio.

Vale experimentar as opções mais conservadoras e seguras quanto à poupança e, depois, se achar necessário, aumentar o risco em busca de um retorno maior.

Isso talvez seja importante para que possa perder o medo de ganhar dinheiro, que é comum entre aqueles que veem o mercado financeiro com algum receio.

Hoje, você deu um passo rumo ao amadurecimento como investidor.

Agora, se permita ir além.

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