Bom dia, pessoal. Nesta manhã, os mercados financeiros enfrentam um cenário desafiador, com quedas registradas nos mercados europeus e nos juros futuros americanos.
Essa tendência negativa também atingiu a maioria das ações asiáticas, que recuaram nesta quarta-feira (24), principalmente devido a novas quedas no setor de tecnologia. Essa situação é resultado dos balanços insatisfatórios apresentados por grandes empresas dos EUA na noite anterior, que não corresponderam às expectativas do mercado, além de um sentimento ainda cauteloso em relação à economia chinesa.
Os resultados financeiros de empresas-chave como Tesla (TSLA34) e Alphabet (GOGL34), proprietária do Google, embora não catastróficos, ficaram abaixo do esperado, complicando o cenário para o setor tecnológico no início da temporada de divulgação de resultados.
Além disso, a incerteza em torno das próximas eleições norte-americanas está intensificando a aversão ao risco entre os investidores, pressionando ainda mais o setor.
Na agenda econômica do dia, estão previstas falas de autoridades monetárias e a divulgação de índices de atividade econômica de julho provenientes da Alemanha, da zona do euro, do Reino Unido e dos Estados Unidos. Esses eventos serão acompanhados de perto pelos mercados.
Enquanto isso, as commodities tentam uma recuperação tímida após as recentes quedas, embora ainda seja cedo para avaliar a sustentabilidade dessa recuperação.
A ver…
· 00:57 — Ainda precisamos de mais
No Brasil, com uma agenda relativamente tranquila, as atenções do mercado estão voltadas para a participação de Campos Neto em um evento sobre blockchain no Rio de Janeiro, refletindo a ênfase dada ao desenvolvimento tecnológico durante sua gestão no Banco Central nos últimos anos.
Recentemente, o Ibovespa caiu abaixo dos 127 mil pontos, impactado pela fraqueza no setor de commodities, com quedas significativas nas ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4).
Isso ocorreu apesar das boas notícias sobre a Petrobras, que anunciou uma potencial economia anual de US$ 100 milhões com a automatização de sondas de perfuração. No entanto, as preocupações com o cenário internacional e a falta de perspectivas positivas no mercado local prevaleceram.
Um destaque foi a Sabesp (SBSP3), cujas ações subiram após o processo de privatização. O governo de São Paulo defendeu o preço da transação, argumentando que as ações só alcançaram o patamar atual devido à privatização e que, sem essa oferta, a demanda observada não teria se materializado. Ressaltaram também a necessidade de investimentos substanciais para alcançar a meta de universalização dos serviços de forma antecipada.
Em Brasília, os detalhes sobre a distribuição dos R$ 15 bilhões em cortes de gastos públicos serão divulgados por meio de um decreto presidencial no próximo dia 30.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, anunciou que o governo apresentará na próxima semana como planeja economizar R$ 9 bilhões com revisões nas despesas da Previdência Social e do Proagro, um seguro rural para pequenos e médios produtores. Sem essa economia, a contenção necessária seria ainda maior. Além disso, há expectativa pelo detalhamento dos cortes de R$ 25 bilhões previstos para o orçamento de 2025, que será apresentado na PLOA em 31 de agosto.
Outras notícias relevantes incluem a antecipação da cobrança da taxa sobre compras internacionais de até US$ 50, conhecida como “taxa das blusinhas”, para o próximo sábado, com uma alíquota de 20% de Imposto de Importação sobre esses produtos.
Embora essa medida possa aumentar a arrecadação, seu impacto global será pequeno. Finalmente, o cenário no Banco Central também está em foco, com Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, sendo cogitado para suceder Roberto Campos Neto. Embora essa indicação seja vista como uma vitória, Galípolo ainda precisará se provar para o mercado.
· 01:42 — Reagindo aos resultados
Nos EUA, as ações não conseguiram ganhar força à medida que os investidores se concentraram na temporada de resultados.
As ações da Tesla (TSLA34) caíram no after-hours (negociações após o expediente) após a divulgação dos números do trimestre.
A companhia reportou uma queda de 45% no lucro líquido do segundo trimestre, totalizando US$ 1,48 bilhão, em comparação aos US$ 2,7 bilhões no mesmo período do ano anterior. O lucro por ação ajustado foi de US$ 0,42, enquanto a expectativa era de US$ 0,62. No ano anterior, o lucro por ação foi de US$ 0,78. Cortes de preços e incentivos para estimular a demanda continuam impactando negativamente, enquanto a empresa intensifica seus esforços na tecnologia de direção autônoma.
Agora, todas as atenções se voltam para o balanço da Alphabet (GOGL34), a dona do Google, que pode definir o tom do desempenho das grandes empresas de tecnologia no segundo trimestre. Infelizmente, os números não foram tão positivos quanto o esperado, embora tenham sido relativamente melhores que os da Tesla.
A receita superou as expectativas dos analistas, impulsionada pela demanda por serviços de computação em nuvem e publicidade em seu mecanismo de busca, mas não foi suficiente para evitar uma queda das ações no after-hours. As duas empresas enfrentaram um dia difícil nesta quarta-feira (24), enquanto o mercado aguarda mais resultados, como os de AT&T, Ford Motor e IBM.
· 02:39 — Como seria a derrota da Ucrânia?
Ao longo de dois anos e meio deste conflito sangrento, a Rússia nunca esteve tão próxima da vitória como está hoje. Talvez estejamos nos aproximando de um ponto de virada importante, e é crucial começarmos a discutir a seriedade dessa situação.
Atualmente, a Rússia tem vantagem no campo de batalha. Relatos oficiais indicam que eles possuem mais soldados, mais armamentos e, o mais importante, uma moral mais elevada. Isso os torna dispostos a realizar ações que outros não estariam dispostos a fazer. O relativo afastamento das lideranças ocidentais nos últimos meses, devido a questões políticas internas, complicou ainda mais a situação para os ucranianos.
Em termos de apoio adicional, nada significativo aconteceu até meados de abril. A ausência de novos estímulos representa um grande golpe para as defesas da Ucrânia. Cada vez mais, parece difícil para o Ocidente ajudar a Ucrânia a evitar uma derrota total. Caminhamos, provavelmente, para uma divisão do território, especialmente se Donald Trump voltar à presidência, já que ele deseja resolver a questão rapidamente, possivelmente forçando um acordo entre as partes.
O problema é: como garantir uma paz duradoura, por mais remota que essa possibilidade pareça agora, se a Rússia já descumpriu acordos anteriores? A mudança nas fronteiras ucranianas será um novo capítulo desta Nova Guerra Fria, representando uma derrota significativa para as democracias ocidentais.
· 03:25 — Volatilidade no petróleo
O petróleo tem enfrentado uma sequência de três dias de quedas nos mercados, com testes significativos a suportes importantes, como as médias móveis de 50 e 100 dias, o que intensificou a correção. Na sessão de terça-feira, o contrato do Brent para setembro registrou uma queda de 1,69%, fechando a US$ 82,40 por barril.
Embora haja sinais de uma tentativa de recuperação nesta manhã, o movimento é modesto e hesitante, com o Brent lutando para se manter próximo dos US$ 82. Um dos principais vetores dos preços nas últimas semanas deriva da persistente incerteza sobre a demanda de petróleo na China continua a pressionar os preços.
Além disso, os riscos políticos continuam em destaque no mercado global, especialmente com as recentes mudanças no cenário eleitoral dos Estados Unidos, marcadas pela incerteza sobre a sucessão de Biden, seja por Trump ou Harris. Por sinal, a situação do conflito em Gaza também está sendo monitorada de perto, com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmando que um acordo sobre os reféns pode estar próximo (um acordo reduziria as pressões geopolíticas).
Finalmente, há alguma ansiedade para a próxima reunião da Opep+, marcada para 1º de agosto, mesmo que ela não traga mudanças nas atuais políticas do cartel. Este contexto adiciona desafios ao Brasil, complicando ainda mais um cenário global já complexo.
· 04:18 — Um data center para chamar de seu
Os data centers tornaram-se a infraestrutura digital essencial para grande parte do mundo, ao ponto de representarem mais de 1% do consumo mundial de eletricidade. Governos, empresas e pessoas comuns dependem dessas instalações para armazenamento, gerenciamento e segurança de dados, entre outras funções. A construção de data centers já estava em crescimento, mas a recente paixão do setor tecnológico pela inteligência artificial acelerou ainda mais esse processo globalmente. No entanto, essa expansão tem um custo significativo para o clima.
Os data centers requerem um fluxo constante e imenso de energia para manter suas operações, o que tem sido associado ao aumento das emissões de gases de efeito estufa, ao uso intensivo de água para refrigeração e ao agravamento da crise energética. Empresas como Microsoft (MSFT34) e Google (GOGL34), que antes tinham compromissos energéticos mais sustentáveis, agora precisam redirecionar recursos para construir novos data centers e se manterem competitivas.
A Microsoft, por exemplo, planeja dobrar o número de seus centros de dados, o que também duplicará sua pegada de carbono. Assim, a nova revolução tecnológica impulsionada pela inteligência artificial complica ainda mais os esforços para combater as mudanças climáticas.
· 05:03 — O esperado lançamento
O universo das criptomoedas alcançou novos horizontes com o lançamento de ETFs de Ether à vista, após a aprovação pela SEC. Ether, a criptomoeda nativa do blockchain Ethereum, oferece vantagens como contratos inteligentes e aplicativos personalizáveis para DeFi.
Há apenas seis meses, os primeiros ETFs de bitcoin à vista começaram a operar, registrando entradas líquidas acumuladas de mais de US$ 15 bilhões desde o início das negociações em 11 de janeiro. Agora, os ETFs Spot Ether seguirão o desempenho do…