Investimentos

Selic rumo aos dois dígitos? Veja onde investir, segundo recomendações de Felipe Miranda

Juros e inflação elevados exigem revisão das estratégias de investimentos, diz CIO e estrategista-chefe da Empiricus.

Por Daniela Rocha

25 out 2021, 18:41

Para analisar investimentos, acompanhar a política é essencial – e agora não poderia ser diferente. Os planos no governo de ‘furar’ o teto de gastos para financiar o pagamento do Auxílio Brasil, o novo Bolsa Família, mais robusto para a população de baixa renda, de R$ 400, é uma notícia que tem causado efeitos negativos na Bolsa e que pode trazer impactos ainda piores para a economia do país. 

É o que disse Felipe Miranda, CIO e estrategista-chefe da Empiricus, em sua live no Instagram (ofelipe_miranda), neste domingo (24/10). 

Segundo ele, a preocupação fiscal gerou expectativas de uma elevação maior na taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, cuja decisão sairá na próxima quarta-feira (27/10). 

Se antes as apostas dos agentes de mercado se concentravam em uma alta de 1 ponto percentual, agora cresce o número de economistas e analistas de grandes instituições que esperam que alta de 1,25 ou de 1,50 ponto. 

Quando o governo aumenta os gastos sem ter recursos, acaba impondo uma dura escolha. De acordo com Felipe, caso a autoridade monetária não promova um aperto maior agora, irá gerar uma escalada da inflação lá na frente. 

“O Banco Central está em uma encruzilhada, mas se ele mostrar a sua independência, como eu acho que deveria fazer, ele deve subir em mais de um ponto percentual a Selic nesse momento, jogando a taxa para dois dígitos lá na frente. Se ele não fizer isso, vai mostrar subserviência às questões políticas”, comentou. 

Nesse cenário desafiador, onde investir? O que fazer com o dinheiro? Eu acompanhei a live do Felipe e irei compartilhar aqui com você as principais recomendações do analista que já entregou 446% para aqueles que seguem a sua carteira  Oportunidades de Uma Vida desde setembro de 2015, além de outros temas quentes do mercado.

As três principais alternativas de investimentos para agora

1- Dólar

Investir na moeda mais forte do mundo é uma forma de se proteger da instabilidade e da desvalorização do Real. Isso pode ser feito diretamente na moeda, via fundos cambiais e por meio de aportes em boas empresas listadas fora do país. “O dólar continua sendo um bom hedge (proteção). Hoje, não é exagero falar em uma posição importante de até 30% do patrimônio de uma família na americana”, destacou o Felipe na live.

2- Renda fixa

Conforme Felipe Miranda, com a subida da inflação e a trajetória de alta da Selic, os ativos de renda fixa voltam aos holofotes. 

Segundo ele, há excelentes alternativas de títulos públicos e de crédito privado que pagam IPCA+, ou seja, entregam o índice de inflação e ainda pagam um prêmio. Segundo ele, vale a pena ter uma fatia maior nesses ativos na parte de renda fixa da carteira. 

No entanto, também é interessante contar com alguns prefixados, pois, hoje, já é possível encontrar ativos pagando acima de 12% ao ano. “Avalie as taxas e os prazos dos prefixados, compre aos poucos, pois o cenário é instável e pode piorar”, afirmou. No caso dos ativos prefixados, como a taxa é ‘travada’, é preciso analisar com critério as tendências para a inflação e a Selic, para se ter ganhos reais no futuro. 

Ele aproveitou e fez um convite aos seus seguidores para acessarem as ofertas da Semana da Renda Fixa da Vitreo, que vai até sexta (29/10).

3 – Ações: empresas baratas na Bolsa com fluxos de caixa no presente

Enquanto a inflação dos últimos 12 meses é de 10,25%, o preço/lucro do Ibovespa está em patamar pré-pandêmico. 

Portanto, Felipe Miranda diz que algumas têm potencial de avançar nominalmente, isto é, com correção da inflação. “A Bolsa anda bem em termos nominais, mas não é toda Bolsa, somente aquela que consegue repassar preços. Por isso, a gente tem saído cada vez mais de techs, small caps e cases de crescimento e indo para empresas cujos fluxos de caixa estejam no presente”, explicou. 

Outro ponto a se observar são as empresas que se beneficiam com a alta do dólar. 

Sendo assim, ele disse que voltou a olhar com carinho para a Suzano (SUZB3), empresa de papel e celulose, e para Gerdau (GOAU4), do ramo siderúrgico.  

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Mas quanto às techs: por que o momento exige cautela?

Ao ser questionado por seguidores em relação ao potencial das techs, Felipe explicou por que está de pé atrás. A lógica é a seguinte: como as empresas de tecnologia costumam ter crescimento expressivo lá na frente, quando os juros aumentam, ao trazer todo o fluxo de caixa a valor presente, o efeito é de redução do valor de mercado delas. Então, para ele é o caso de manter uma posição pequena e assertiva, ou seja, é essencial separar o ‘joio do trigo’. 

“Tem muitas dessas ‘fake techs’ que não vão ter follow-on (ofertas subsequentes de ações) e enfrentarão dificuldades de financiamento”, alertou. 

De acordo com ele, algumas empresas pouco preparadas fizeram IPOs por circunstâncias muito particulares de mercado, que se alteraram drasticamente agora. “A verdade é que algumas ‘fake techs’ poderão cair 20, 30, 40% e até dividir por dois”, acrescentou. 

Na carteira Oportunidades de Uma Vida, constam somente techs que passaram por critérios rígidos de análise.

O outro lado da moeda e possíveis triggers da terceira via

Olhando para o outro lado da moeda, a fragilidade fiscal, o desembarque de secretários e técnicos do Ministério da Economia e os conflitos constantes entre Paulo Guedes e Bolsonaro podem ser catalisadores de transformações políticas. 

A cada dia que passa, a queda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro tende a fortalecer a terceira via na eleição presidencial de 2022.

“Tivemos uma semana ruim, mas que nos traz também a esperança de o Brasil ser antifrágil e sair com uma solução para evitar problemas maiores para frente. Não podemos deixar que aquela política – a nova matriz econômica, seja à esquerda ou à direita, retorne e atrapalhe o país, inibindo investimentos, gerando inflação e tirando empregos”, comentou Felipe.

Depois de ter conversado com analistas políticos, ele destacou na live que, dentro do PSDB, os indicativos são de favoritismo pelo nome de Eduardo Leite para candidatura à presidência da República, em detrimento de João Doria. Se isso se confirmar na prévia do partido que está marcada para o dia 21 de novembro, pode ser um trigger no mercado. 

Felipe também disse que teve um bate-papo com Luciano Bivar, presidente do União Brasil, partido recém criado da fusão entre o DEM e PSL, que revelou que há muita pressão para que não haja uma fragmentação ao Centro nas eleições. Foi na gravação do próximo episódio do RadioCash, podcast da Empiricus em parceria com a Vitreo, que vai ao ar nesta terça-feira (26/10). “Pode ter uma mobilização em torno de uma candidatura viável, da União Brasil, PSDB e MDB, digo uma única. Com isso, uma terceira via com chances reais no segundo turno”, disse Felipe. Conforme ele, se no final do ano acontecer essa movimentação dos partidos, poderá gerar outro trigger na Bolsa. 

Em sua live no Instagram, Felipe abordou outros assuntos relevantes do mercado e comentou sobre o potencial de diversas ações na Bolsa. 

Vale a pena você conferir. Clique aqui e assista ao vídeo completo

Além disso, te convido para conhecer a série Palavra do Estrategista do Felipe Miranda e conhecer a carteira Oportunidades de Uma Vida por 7 dias gratuitamente. 

Você poderá acessar relatórios atualizados, acompanhar plantões de dúvidas online e também participar de um grupo exclusivo do Telegram. 

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Sobre o autor

Daniela Rocha

Coordenadora de Conteúdo na Empiricus. Jornalista com MBA em Finanças na FIA. Atuou nas editorias de economia da TV Cultura e da Band e foi colaboradora do Valor Econômico, Exame e RI.