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Vale (VALE3): com receita 3% maior no 2T24, mineradora cria expectativas de um melhor segundo semestre; veja resultados

Resultados trimestrais mistos da Vale (VALE3) indicam crescimento de 3% na receita e otimismo para o 2º semestre.

Por Ruy Hungria

26 jul 2024, 10:19 - atualizado em 26 jul 2024, 10:19

Vale VALE3
Imagem: Shutterstock

Assim como esperado, a Vale (VALE3) reportou resultados mistos referentes ao 2T24. Se por um lado os números foram ajudados por maiores volumes, por outro a queda de preço do minério de ferro e paradas para manutenções afetaram as margens. 

A receita líquida da Vale atingiu US$ 9,9 bilhões, com alta de +3% na comparação com o 2T23, ajudada principalmente por maiores volumes de produção e também maiores vendas de estoques, o que já tinha sido sinalizado na prévia operacional. 

No entanto, os custos cresceram em maior ritmo (+9%), em função principalmente de paradas para manutenção, chuvas e aumento no frete. 

Custos de produção da Vale (VALE3) devem cair no segundo semestre

É importante notar que a VALE3 reiterou sua perspectiva de queda nos custos de produção no segundo semestre. O custo caixa, que foi de US$ 24,9/t no 2T24, deve migrar para o guidance (US$ 21,5-23,0/t) na segunda metade do ano com a normalização da produção no Sistema Norte, que tem custos de produção mais baixos. Aliás, em junho o custo por tonelada já caiu para US$ 22.

A melhora da receita da Vale combinada com a piora dos custos fez o Ebitda de US$ 4 bilhões ficar estável na comparação anual, e em linha com as estimativas do mercado. 

Importante mencionar que neste número já estamos considerando a piora de resultado da Vale Base Metals (VBM), que também sofreu com paradas para manutenção no período em busca de melhor produtividade no segundo semestre – a divisão acabou mostrando recuo no Ebitda de US$ 476 para US$ 407 milhões. 

Apesar do resultado operacional relativamente estável, o lucro saltou +210%, para US$ 2,8 bilhões, e ficou acima das expectativas do mercado, ajudado por reversões de impostos. 

Por outro lado, diferente do que vimos nos trimestres anteriores, o Fluxo de Caixa Livre foi negativo no 2T24, atrapalhado por um consumo relevante de capital de giro por conta da maior concentração de pagamentos a fornecedores. No entanto, a posição de caixa aumentou quase US$ 3 bilhões, ajudada principalmente pelos recursos provenientes da venda de 10% da VBM, mantendo a relação entre dívida líquida e o Ebitda abaixo de 1 vez. 

JCP da Vale será de US$ 1,6 bilhão

A companhia aproveitou para anunciar juros sobre capital próprio (JCP) de US$ 1,6 bilhão, o que representa um yield de 3,2% sobre o fechamento de quinta-feira (25), e deixa boas perspectivas para o montante que poderá ser anunciado referente ao segundo semestre, quando os resultados devem melhorar. 

Por apenas 3,5x Valor da Firma/Ebitda e quase 10% de dividend yield na Vale, entendemos que muito pessimismo já está embutido nos preços, e Vale segue na série Vacas Leiteiras. 

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Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.