Bom dia, pessoal. Esta semana reserva decisões de política monetária nos Estados Unidos (Fed), Japão (BoJ), Reino Unido (BoE) e Brasil (BCB), com expectativas variadas para cada região. As atenções estão voltadas para a “super quarta-feira”, quando ocorrerão as decisões do Fed e do BCB. Embora se espere que ambas as autoridades mantenham as taxas de juros inalteradas, a comunicação será distinta.
Nos EUA, muitos aguardam a primeira indicação de um possível corte de juros, possivelmente em setembro.
No Brasil, o tom deve ser mais rígido e conservador, visando reafirmar o controle das expectativas inflacionárias.
Para as outras reuniões, os investidores acreditam que o Japão pode aumentar seus juros mais uma vez, enquanto o Reino Unido deve manter as taxas inalteradas, pelo menos por enquanto.
Além das decisões de política monetária, a semana também será marcada pela continuidade da temporada de resultados, com destaque para empresas como Microsoft (MSFT34), Meta (M1TA34), Apple (AAPL34) e Amazon (AMZO34).
A ver…
· 00:54 — Tentando recuperar a popularidade
No Brasil, a semana começa com dados preocupantes sobre o déficit do setor público. Foi recentemente revelado que o governo central registrou um déficit primário de R$ 38,8 bilhões em junho, cifra superior à projeção do mercado, que era de R$ 37 bilhões.
Essa situação fiscal crítica torna crucial acompanhar os detalhes do corte de R$ 15 bilhões em gastos públicos para 2024, que serão anunciados amanhã. Além disso, novas contenções são esperadas ainda este ano.
Em um pronunciamento à nação ontem, o presidente Lula reafirmou seu compromisso com a responsabilidade fiscal, embora seja essencial que essas palavras se transformem em ações concretas. A declaração também pareceu uma tentativa de recuperar popularidade com as eleições municipais se aproximando, e o PT preocupado com uma possível derrota significativa.
Na agenda econômica, a semana continua movimentada com a divulgação de resultados corporativos de empresas como Gerdau (GGBR4) e Ambev (ABEV3), além de um relatório de produção da Petrobras (PETR4) previsto para hoje à noite.
O ponto alto da semana será na quarta-feira, com a decisão de política monetária. A expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a taxa Selic em 10,50% ao ano. Diante dos recentes desafios econômicos, espera-se que o comitê adote uma postura unânime e firme no combate à inflação, buscando reancorar as expectativas do mercado.
É improvável que haja cortes na taxa de juros ainda este ano, sendo mais plausível que ocorram apenas em 2025. Para reconquistar a confiança do mercado, é essencial que o governo implemente cortes significativos nos gastos e mantenha uma política monetária conservadora.
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· 01:49 — O Fed pode sinalizar corte de taxa de setembro na reunião de quarta
Nos EUA, as boas notícias sobre o forte crescimento econômico ameaçaram se tornar um problema quando novos dados de inflação foram divulgados na manhã de sexta-feira. Como sabemos pelos últimos anos, um crescimento acelerado pode frequentemente resultar em aumento de preços.
No entanto, essa correlação foi amplamente quebrada, o que impulsionou as ações no final da semana passada. O índice de gastos com consumo pessoal (PCE) mostrou que os preços subiram pouco menos de 0,1% em junho, conforme esperado pelos economistas, mantendo o Federal Reserve no caminho para um possível corte nas taxas de juros em setembro. Esta sinalização pode ser dada na reunião de quarta-feira, durante a coletiva de imprensa de Powell.
As ações de tecnologia têm pressionado o mercado para baixo recentemente, com o Nasdaq, altamente concentrado em tecnologia, caindo quase 7% desde o pico de 10 de julho. Parte dessa queda foi motivada por resultados decepcionantes, incluindo os números da Tesla e Alphabet na semana passada.
A boa notícia é que as grandes empresas de tecnologia têm a oportunidade de reformular o debate nesta semana, com a divulgação dos resultados trimestrais da Amazon, Apple, Meta, Microsoft, entre outras.
Além disso, mais de 160 empresas do S&P 500 devem divulgar os resultados do segundo trimestre, tornando a semana bastante movimentada. Complementando esses eventos, teremos também os dados de emprego do mercado de trabalho americano para o mês de julho, com o principal relatório de payroll sendo divulgado na sexta-feira.
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· 02:35 — Um dos debates do G20
Conforme destacado ontem pelo presidente Lula, o Brasil sediará o principal encontro do G20 em novembro deste ano. No entanto, o evento já está em andamento, com reuniões preliminares que envolvem diversos representantes internacionais, incluindo ministros das relações exteriores, banqueiros centrais e ministros das finanças.
Na semana passada, por exemplo, Haddad conseguiu uma significativa conquista ao obter a aprovação de uma declaração conjunta dos ministros de economia do G20, enfatizando a necessidade de tributar os super-ricos. Embora essa discussão não seja nova, sendo tema recorrente entre os países do G7, OCDE e G20, a declaração conjunta desempenha um papel crucial na unificação do discurso das nações.
A declaração aprovada defende uma tributação progressiva, solicitando que aqueles com maiores rendas contribuam proporcionalmente mais em impostos. Este acordo foi firmado após negociações intensas realizadas no Rio de Janeiro e também inclui um acordo de cooperação em tributação internacional, além de uma nota sobre geopolítica sob a presidência brasileira do G20.
Ao final, o Brasil conseguiu articular um comunicado que reafirma o compromisso global com o diálogo sobre tributação justa e progressiva, focando em indivíduos com alto patrimônio líquido. Embora o acordo não estabeleça uma promessa firme de criar um sistema internacional de tributação para os super-ricos, o esforço representou um marco importante para a diplomacia brasileira e para a comunidade internacional.
· 03:28 — A economia das Olimpíadas
As Olimpíadas de Paris de 2024 tiveram início na sexta-feira passada, com uma cerimônia de abertura marcada por um intenso esquema de segurança. Dezenas de milhares de oficiais e soldados foram mobilizados para garantir a segurança ao longo do rio Sena, onde a cerimônia ocorreu.
A abertura contou com uma série de barcos transportando atletas de 206 países e territórios. Alguns incidentes de segurança antecederam o evento, incluindo ataques incendiários que afetaram o sistema ferroviário de alta velocidade da França, resultando no cancelamento de várias rotas de trem. Contudo, nada de mais grave foi observado na segurança.
Os Jogos Olímpicos oferecem uma grande vitrine para empresas associadas ao Programa de Parceiros Olímpicos, como Airbnb, Coca-Cola, Intel, P&G e Visa.
Estima-se que bilhões de pessoas sintonizem globalmente, criando um catalisador significativo para o mercado de esportes, artigos esportivos e maior conscientização em diversas categorias. Para o país anfitrião, há a oportunidade de aumentar a visibilidade para o turismo e atrair investimentos estrangeiros.
No entanto, mais nações têm se afastado da disputa para sediar as Olimpíadas. O Comitê Olímpico Internacional (COI) contou com apenas duas cidades candidatas para os últimos jogos e acabou concedendo a realização para ambas: Paris em 2024 e Los Angeles em 2028.
O custo para sediar os jogos tem aumentado nos últimos anos, à medida que mais esportes foram adicionados, exigindo novos locais e acomodações para os atletas. Muitas cidades-sede enfrentaram dificuldades com estádios subutilizados e projetos de transporte e desenvolvimento que não se concretizaram conforme prometido, apesar das intenções de usar instalações existentes e evitar altos custos de construção.
Há quem argumente que nenhuma Olimpíada tenha sido verdadeiramente lucrativa. Ou seja, sediar passou a ser visto como um fardo.
· 04:11 — Para a surpresa de ninguém: fraude nas eleições venezuelanas
Nicolás Maduro foi declarado “vencedor” nas eleições contestadas realizadas no domingo na Venezuela. Isso lança o país em mais um ciclo de turbulência política, enquanto Maduro inicia seu terceiro mandato de seis anos, governando uma nação afundada em uma crise econômica profunda e enfrentando desafios contínuos.
A oposição questionou os resultados, acusando o governo de manipulação na contagem dos votos.
Pesquisas independentes indicavam que Edmundo González, principal adversário de Maduro, tinha mais de 60% das intenções de voto, conforme corroborado por pesquisas de boca de urna. No entanto, Maduro foi declarado vencedor em um processo eleitoral comprometido desde o início, com a desqualificação de candidatos opositores, a proibição de observadores internacionais e obstáculos no processo de votação.
Vemos nítidas práticas totalitárias logo aqui em nosso vizinho.
O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, manifestou sérias preocupações de que o resultado não reflete a vontade ou os votos do povo venezuelano.
Se Maduro continuar no poder, é provável que mais venezuelanos se juntem aos 7,7 milhões que já deixaram o país durante seu regime. Idealmente, os governos mundiais, especialmente os da América Latina, deveriam condenar o processo eleitoral.
Lula, que se posiciona como defensor da democracia e tem sido firme em suas declarações sobre o papel internacional do Brasil, deveria se manifestar contra essas irregularidades.
No entanto, devido a alianças políticas oportunistas, é pouco provável que medidas significativas sejam tomadas contra as práticas autoritárias extremistas de Maduro, que continuam a sustentar seu regime chavista bolivariano de esquerda, responsável pela ruína do que já foi a nação mais próspera da América do Sul.
· 05:02 — Make Cripto Great Again
O ex-presidente Donald Trump, que anteriormente chamou o bitcoin de golpe, manifestou seu apoio à indústria de criptomoedas neste fim de semana, ao ser a principal atração na maior conferência de bitcoin do mundo.
Trump, juntamente com seu companheiro de chapa J.D. Vance, intensificou as promessas de uma regulamentação mais branda para as criptomoedas, em contraste com a repressão da administração Biden, que tem causado turbulências na indústria.
Sua campanha arrecadou mais de US$ 4 milhões em doações de criptomoedas até agora. Em julho, o sentimento em relação às criptomoedas melhorou, beneficiado em parte pelo “Trump Trade”, levando o bitcoin a ultrapassar os US$ 69 mil.