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Campos Neto tomou a decisão errada? Selic deveria subir, defende analista – como fica a bolsa agora?

Copom mantém Selic em 10,50%, mas cenário macroeconômico demanda uma alta da taxa básica de juros; entenda por quê

Por Giovanna Figueiredo

01 ago 2024, 09:30 - atualizado em 01 ago 2024, 09:30

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Imagem: Freepik/Agência Brasil

Mais uma Super Quarta chegou neste dia 31, com decisões de política monetária no Brasil, na reunião do Copom, e nos Estados Unidos, com divulgação do Fed.

No caso dos EUA, a grande expectativa do mercado é de que Jerome Powell dê sinais de corte de juros só na próxima reunião, que acontece em setembro.

No Brasil, a decisão já está praticamente definida aos olhos dos investidores. A taxa Selic deve se manter inalterada em 10,50% até o fim do ano, de acordo com o Boletim Focus.

Mas há quem discorde dessa possível escolha dos diretores do Banco Central. Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, defende que, pensando no cenário macroeconômico, o Copom deveria, na verdade, elevar a taxa básica de juros:

“Não vejo o Banco Central subindo juros, por mais que, pragmaticamente, é o que ele deveria fazer se fosse observar a desancoragem das expectativas e o processo de inflação”, afirmou em entrevista ao Giro do Mercado.

O governo é o próprio ‘vilão’ no processo de corte da Selic? Entenda

Para Spiess, um dos vilões para os juros continuarem nas alturas por mais tempo é a falta de responsabilidade fiscal do país. No dia 18 deste mês, o ministro Fernando Haddad anunciou um corte de R$ 15 bilhões no orçamento de 2024 para cumprir o arcabouço fiscal.

E, no último domingo (28), o presidente Lula se pronunciou oficialmente em defesa da responsabilidade fiscal: “entre as muitas lições de vida que recebi de minha mãe, aprendi a não gastar mais do que ganho”.

No entanto, na visão do analista, esse congelamento de R$ 15 bi no orçamento é insuficiente para o mercado acreditar no corte de gastos:

“O governo que tanto critica os juros mais altos vai ter que conviver com isso porque ele mesmo desancora as expectativas do mercado sobre os cortes de gastos”, diz Spiess.

Esse cenário de incertezas na economia brasileira também se reflete na bolsa de valores. Desde o início do ano, o Ibovespa, principal índice de ações, já desvalorizou quase 5%.

Mas o analista da Empiricus acredita que essa queda recente abriu espaço para investir em ações de altíssima qualidade a preços só vistos antes em patamares de crise.

Além disso, três possíveis fatores que impulsionariam a bolsa brasileira no curto prazo:

  • A divulgação de mais contenções de gastos do governo;
  • A continuação do discurso duro do Banco Central; e
  • O corte de juros nos Estados Unidos.

“Tudo isso possibilitaria uma reprodução das altas do Ibovespa no início de julho [quando saltou mais de 3% na primeira quinzena do mês]”, defende Spiess.

AÇÕES BARATAS E DE ALTÍSSIMA QUALIDADE: VEJA ONDE INVESTIR GRATUITAMENTE

‘Não é para comprar qualquer coisa na bolsa brasileira’

Embora os preços estejam bastante descontados na bolsa brasileira, Matheus Spiess reforça que não é hora de investir em qualquer ativo. O cenário ainda está estressado e, por isso, é preciso investir nas ações certas, de alta qualidade.

“Temos ativos bons, rentáveis. As ações brasileiras não estão só baratas, estão baratas e com alta qualidade. Temos empresas boas, com TIR [retorno que considera a valorização da ação + dividendos] de 2 dígitos e que estão abandonadas”.

São ações como essas que os analistas “gigantes” da Faria Lima estão de olho e recomendam investir agora para colher bons frutos em uma eventual recuperação do Ibovespa. 

E é possível conhecer papéis com essas características graças a uma curadoria criada pelo Money Times, portal de notícias parceiro do Seu Dinheiro.

O Money Times reuniu as principais recomendações dos analistas da Faria Lima e está disponibilizando as carteiras de forma totalmente gratuita.

São indicações da Empiricus Research – casa de análise da qual Matheus Spiess faz parte –, BTG Pactual, Itaú BBA, Safra e muitas outras cabeças do mercado financeiro.

Para dar apenas um “spoiler”, duas ações indicadas na carteira da Empiricus, por exemplo, são a Equatorial (EQTL3) e a Stone (STOC31). Mas de onde elas vieram, há um “caminhão” de boas ações recomendadas por grandes analistas.

Veja bem, o cenário macro não está dos melhores, mas é possível reagir de duas formas diante disso: correr da bolsa e perder uma eventual recuperação do Ibovespa ou aproveitar os preços extremamente baratos para investir em papéis de qualidade.

Para acessar as indicações desta curadoria gratuita, basta clicar neste link ou no botão abaixo:

Sobre o autor

Giovanna Figueiredo

Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (USP), já trabalhou com marketing e redes sociais em uma consultoria financeira e é redatora dos portais Seu Dinheiro e Money Times.