A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (31) não teve nenhuma surpresa. A manutenção da taxa Selic a 10,50% ao ano já estava no radar do mercado financeiro. Contudo, o encontro dos dirigentes econômicos resguardava outras pautas relevantes.
“O Copom manteve a taxa Selic, sem novidade ou espaço para discussão em relação ao patamar da taxa em si. O que estava em pauta era como o Copom lidaria com a desancoragem adicional das expectativas de inflação, a depreciação recente do câmbio e a falta de consolidação fiscal no Brasil”, comenta Felipe Miranda, co-fundador e estrategista-chefe da Empiricus Research, em live realizada em seu Instagram nesta quinta-feira (1º).
Miranda acredita que o comunicado da política monetária veio mais brando, enquanto poderia trazer perspectivas de alta na Selic acompanhando a inflação e o risco fiscal.
Para os últimos meses de Roberto Campos Neto na posição de presidente do Banco Central, o analista acredita que uma alta na taxa Selic dificultaria ainda mais o compromisso da entidade em perseguir a meta de inflação. “É um custo muito grande num momento de transição da política monetária”, diz Miranda.
Como o Brasil pode ficar mais interessante no cenário internacional?
A indeterminação do fiscal brasileiro ainda pressiona a economia, com a receita crescendo acima do confortável para a economia e gerando pressão sobre os juros e a inflação, que ainda supera a meta.
Para Miranda, o Brasil precisa de mais unidade na atuação dos ministérios e do governo federal.
“O Brasil precisa entrar num ritmo de notícias mais razoável com mais robustez para os ministérios da Economia e do Planejamento. O mercado reconhece a boa vontade e a insistência do ministro Fernando Haddad de um ambiente fiscal melhor. Se isso for uma força de governo, e não apenas a agenda de alguns ministérios, pode ser muito favorável”, afirma o analista-chefe da Empiricus em live.
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As ‘junior oils’, petrolíferas menores, são boas opções para investir
Considerando o petróleo como uma commodity que representa um “hedge geopolítico para o Brasil”, Felipe Miranda inicia este mês de agosto de olho nas junior oils.
Após a morte de líderes dos grupos do Oriente Médio, Hamas e Hezbollah, o preço do barril de petróleo disparou na quarta-feira (31).
“A questão do Oriente Médio pode beneficiar os preços, isso vai afetar o balanceamento do nível de petróleo e tanto PRIO (PRIO3) como 3R Petroleum (RRRP3) podem ser boas”, recomenda o estrategista.
Enquanto isso, a Petrobras (PETR4) enfrenta a repercussão de mudanças na governança da atual CEO Magda Chambriard. “É um movimento de troca de cadeiras de cargos muito políticos muito maior do que já foi visto”, avalia Miranda, sobre a petroleira estatal.
Esta governança que aparenta estar mais contaminada com decisões políticas, segundo Miranda, até refletiu hoje em uma das carteiras recomendadas do BTG Pactual, que substituiu Petrobras por Prio, “uma mudança bem sintomática dessa dança das cadeiras de viés político.”
B3 (B3SA3) tem lucro subestimado e é ‘vaca leiteira’, acredita Miranda
Para finalizar a live, Miranda conta que uma ação que tem chamado sua atenção é B3 (B3SA3).
“A B3SA3 paga bons dividendos e o lucro está muito subestimado porque os volumes estão muito baixos”, avalia Miranda.
Para o analista, um ciclo econômico melhor pode atrair um volume maior de negociações, o que garantiria um lucro maior e o preço das ações deve acompanhar essa retomada. “Em uma melhora de ciclo, as ações da B3 podem subir ainda 50%, diz.
Para ele, a criação de uma nova bolsa de valores no Rio de Janeiro pode trazer mais negociações para ambas as bolsas. “Elas podem ter negociações entre si e a concorrência pode ser boa para os high frequency traders, que vão movimentar mais seus ativos e podem gerar mais volume”, completa Miranda.
Para acompanhar todos os assuntos do cenário nacional e internacional abordados por Felipe Miranda, você pode conferir a live completa aqui.
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