Vez por outra, a realidade supera a ficção.
Por melhor que sejam os autores, as infinitas possibilidades de mundo verdadeiro dão margem a criações que nem o mais ousado escritor de ficção científica ousaria produzir.
Apesar de não ter ainda produzido uma armadura que voa, Elon Musk é um empresário mais superlativo do que seu par ficcional Tony Stark, o Homem de Ferro.
Realidade além da ficção
O meu colega do podcast Mesa pra Quatro, Teco Medina, me disse que, somente em 2021, o bilionário sul-africano acumulou mais riqueza do que Warren Buffett em toda a sua vida.
Segundo a última atualização do ranking dos bilionários da Forbes, a fortuna de Musk é maior que os patrimônios de Bill Gates e Mark Zuckerberg combinados. Com cinquenta anos de idade, Elon Musk é também o mais jovem do top 5 dos mais ricos do mundo.
Um homem do seu tempo, Musk tem capturado corações e mentes, conseguindo transformar em formidáveis negócios os sonhos mais ambiciosos da humanidade.
Não me lembro de Tony Stark ter tido a ousadia de criar uma SpaceX, por exemplo. Com mais de US$ 2 bilhões em faturamento anual, a empresa está provando que expedições espaciais podem ser não só uma audaciosa aventura, mas um negócio sustentável e rentável. Sua Starship levará novamente homens à Lua, inspirando toda uma nova geração a ampliar os horizontes de sua ambição.
Há outras empreitadas fascinantes de Musk, mas é fato que sua colossal riqueza vem mesmo da fabricante de carros elétricos, Tesla.
Nesta semana, a Tesla juntou-se a outras quatro gigantes (Apple, Microsoft, Amazon e Alphabet) no clube do trilhão, empresas com valor de mercado superior a US$ 1 trilhão. Enquanto a Amazon levou mais de duas décadas desde que abriu capital para chegar a essa marca, a Tesla levou apenas 13 anos.
Aparentemente, o gatilho da última pernada de valorização foi disparado pela encomenda de 100 mil veículos feita pela locadora Hertz. Tal pedido representa a renovação de um quinto da frota da maior locadora americana, claramente marcando a tendência de aumento da penetração dos carros elétricos.
Apesar de representar apenas 1% das vendas de veículos globais, a Tesla tem um valor de mercado superior ao agregado de todas as montadoras com capital aberto, incluindo gigantes como VW e Toyota. Cerca de meio milhão de Teslas são produzidos por ano, enquanto a VW e a Toyota produzem 9 milhões e 7 milhões de veículos, respectivamente.
O valor da Tesla está apoiado na projeção de crescimento de 50% anuais, mirando a produção de 20 milhões de veículos em um futuro não muito distante. Sua ação está precificada como uma verdadeira empresa de tecnologia, daí a discrepância com outras montadoras.
Elon Musk conseguiu gabaritar na prova dos temas do momento. Reuniu sustentabilidade com tecnologia, alinhando os astros do Zeitgeist dos investimentos, atraindo a descomunal liquidez promovida pela impressão monetária global.
Com ainda algumas décadas de vida produtiva pela frente, Elon Musk segue desafiando os céticos e descrentes em seus projetos.
Enquanto isso, os vendidos na ação vão perecendo. A última vítima foi Michael Burry, o médico investidor que previu e lucrou com a bolha do subprime americano na década passada e que ficou famoso ao ser retratado no filme “A Grande Aposta”.
Você apostaria contra esse super-herói?
Boa leitura e um abraço,
Caio
P.S.: Esta semana tomei café com um grupo de assinantes do Plano Reserva da Empiricus e elogiei a qualidade da newsletter do meu ex-sócio Bill Bonner. Seguindo a sugestão deles, compartilho aqui o link caso você queira receber a Bill Bonner’s Diary.