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Itaú (ITUB4) entrega mais um recorde histórico no 2T24; resultado reflete aceleração de crescimento com alta rentabilidade

O lucro líquido do Itaú cresceu 15% anualmente e o ROE do banco ficou em 22,4% no segundo trimestre de 2024.

Por Larissa Quaresma, CFA

08 ago 2024, 08:43 - atualizado em 08 ago 2024, 08:43

Itaú ITUB4

Imagem: Divulgação/Itaú

Na terça-feira (6) após o fechamento do mercado, o Itaú (ITUB4) divulgou seu balanço do 2T24, que surpreendeu positivamente por mais uma vez. O banco entregou R$ 10,1 bilhões em lucro líquido, um novo recorde histórico, o que representa 15% de crescimento anual, com um ROE de 22,4% (+0,5 p.p. sequencialmente). O resultado foi suportado pela aceleração da carteira de crédito, enquanto a inadimplência permaneceu estável, e das receitas de serviços.

Carteira de crédito do Itaú cresceu 7% anualmente

Destaque positivo do resultado, a carteira de crédito cresceu 3% na visão trimestral ou +7% na anual, excluindo variações cambiais, para R$ 1,3 trilhão, o que volta a colocar o banco na faixa do guidance (entre +6,5% e +9,5%).

A expansão se deve principalmente à carteira de grandes empresas, que cresceu 8% sequencialmente, enquanto o segmento de pessoas físicas (+1%) segue mais lento em função da limpeza da carteira de cartão de crédito.

O fraco crescimento do portfólio foi um ponto de atenção no trimestre anterior, em função dessa limpeza – com o processo quase finalizado, esperamos que o banco continue acelerando as taxas de crescimento nos próximos trimestres. 

A margem com clientes (R$ 26,3 bilhões), que consiste na receita de juros líquida do custo de captação, cresceu 2% sequencialmente, abaixo da expansão de carteira, o que significa compressão do spread global. Isso se deve ao aumento de representatividade das grandes empresas, que conferem margens mais baixas.

Inadimplência do Itaú segue controlada

Entretanto, a carteira de crédito continua saudável: o índice de empréstimos atrasados há mais de 90 dias ficou em 2,7% da carteira total, estável sequencialmente, e o mesmo indicador para atrasos mais curtos, entre 15 e 90 dias, teve uma queda de 0,1 p.p., para 2,3%. Vale notar que esse patamar é inferior ao período pré-pandemia; portanto, mesmo a estabilidade já é uma boa notícia.

Com isso, a margem com clientes após inadimplência acabou crescendo em linha com a carteira de crédito (+2,5%), para 17,5 bilhões, com estabilidade no spread global ajustado ao risco.

Ganhos com trading, na tesouraria, levou a forte crescimento da margem com o mercado

A margem com o mercado, que reflete o resultado da tesouraria, teve um forte crescimento sequencial, de 32%, para R$1,4 bilhão. Isso se deve aos maiores ganhos com trading no Brasil, um feito notável diante da abertura da curva de juros brasileira durante o período.

A receita de serviços foi outro destaque positivo, com crescimento anual de 11%, para R$ 13,7 bilhões (excluindo a Argentina, operação vendida em agosto/23). A forte expansão se deve a investment banking (+84%), em função da fraca base de comparação; administração de recursos (+13%) e resultado de seguros (+15%).

Índice de eficiência atinge novo recorde histórico

As despesas operacionais, por sua vez, cresceram 5% na visão trimestral, o que fez com que o índice de eficiência, que relaciona essa linha com as receitas totais, atingisse um novo recorde histórico: 37,0%. Isso também teve o seu papel na expansão de rentabilidade e lucro do trimestre.

O que achamos do resultado de Itaú?

No todo, consideramos que esse foi mais um balanço saudável, que alinhou aceleração de crescimento com alta rentabilidade, inclusive acima do que esperávamos.

Acreditamos que, nos próximos trimestres, a companhia deve continuar acelerando as taxas de crescimento enquanto mantém o ROE dentre os maiores do setor.

O múltiplo Preço/Patrimônio Líquido de 1,7x parece um preço justo a se pagar por um banco rentável, sólido e que ainda cresce seu lucro a duplo dígito. Por isso, mantemos a recomendação de compra para ITUB4.

Além dessa ação, identificamos bom potencial de valorização em outros 9 papéis da Bolsa brasileira. Para saber quais são, acesse este material gratuito.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.