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Eletrobras (ELET6) tem resultado sólido no 2T24 e avança no controle de gastos; veja se vale a pena investir

Apesar das dificuldades do setor, a Eletrobras conseguiu melhorar seu resultado operacional e dobrar seu lucro líquido na comparação anual.

Por Ruy Hungria

08 ago 2024, 11:54 - atualizado em 08 ago 2024, 11:56

Eletrobras (ELET3, ELET6)

Imagem: Divulgação

A Eletrobras (ELET6) reportou bons resultados referentes ao 2T24, com redução de gastos gerenciáveis e da energia descontratada, mas ainda atrapalhada pelo ambiente desafiador de preços de energia, apesar de isso já ser amplamente esperado pelo mercado. 

Receita líquida consolidada cresceu quase 9% anualmente

A receita com Geração caiu 2% na comparação com o 2T23, impactada pela venda da termelétrica Candiota e pela queda dos preços de energia, fatores que foram parcialmente compensados pelo crescimento no volume de energia vendida. 

A receita com Transmissão, por outro lado, cresceu +26%, reflexo do reperfilamento da RBSE, reajustes e revisões tarifárias, além do impacto positivo de melhorias implementadas nas linhas. 

Assim, a receita líquida consolidada chegou a R$ 9,73 bilhões, alta de 8,9% ante o 2T23, em linha com as expectativas do mercado. 

Eletrobras manteve bom controle de gastos

Mais uma vez, a companhia mostrou bom controle de gastos, com redução de -19% no PMSO (gastos gerenciáveis), o que praticamente anulou o aumento nos custos com compra de energia entre outros.

Como fazemos questão de lembrar, com o ambiente de preços de energia ainda pressionado, a redução de gastos se torna uma importante avenida de geração de valor, pois está dentro do controle da companhia. Com isso, o Ebitda saltou +9,6%, para R$ 6 bilhões, acima das expectativas. 

Lucro líquido mais do que dobrou no 2T24

A melhora do resultado operacional, combinado com menores despesas com juros contribuiu para um crescimento de 109% do lucro líquido ajustado na comparação anual, que atingiu R$ 1,3 bilhão no trimestre. 

Mas o lucro líquido reportado foi ainda maior (R$ 2,4 bilhões), ajudado pelo reconhecimento de mais de R$ 1 bilhão em créditos tributários após a incorporação de Furnas – mostrando resultados positivos de uma melhor eficiência fiscal após a privatização. 

O endividamento segue bastante controlado, em 1,95x dívida líquida/Ebitda, e a captação de R$ 16 bilhões ajudou a aumentar o prazo médio de vencimento em 3,5 meses. 

Portfólio de vendas de energia da Eletrobras avançou no 2T24

Um ponto relevante para a tese é o portfólio de vendas de energia (balanço energético), que avançou no 2T24. A energia descontratada para 2024 caiu de 8% para 2%.

Para os anos de 2025 e 2026 vimos reduções de -10 p.p. e -5 p.p. respectivamente nas posições descontratadas, sem grandes variações de preços. Dado o contexto de grande sobreoferta e preços baixos, isso é uma boa notícia. Além disso, o estoque de compulsórios caiu mais um pouco (R$ 700 milhões) no trimestre.

O que achamos dos resultados de Eletrobras?

Apesar das dificuldades do setor, a Eletrobras conseguiu mostrar resultados sólidos, com sinais de avanço especialmente relacionados ao controle de gastos. 

Por apenas 6x Valor da Firma/Ebitda e mais melhorias por vir, a Eletrobras segue com recomendação de compra na Empiricus Research – assim como essas outras 10 ações brasileiras.

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.