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Petrobras (PETR4): o que fazer com as ações após 2T24 de prejuízo e sem dividendos extraordinários?

Estatal reportou prejuízo de R$ 2,6 bilhões no primeiro trimestre sob o comando de Magda Chambriard; veja o que fazer com as ações, segundo analista

Por Juan Rey

11 ago 2024, 12:00

Petrobras PETR4

Imagem: Shutterstock/ Montagem: Maria Eduarda Nogueira

Por se tratar de uma das companhias com maior peso no Ibovespa, os resultados da Petrobras (PETR4) são sempre acompanhados com atenção pelo mercado. E, à primeira vista, os números referentes ao segundo semestre de 2024 (2T24) assustaram.

Isso porque a estatal contrariou as expectativas de lucro de mais de R$ 14 bilhões e entregou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no período – o primeiro sob a liderança de Magda Chambriard.

Além disso, não haverá pagamento de dividendos extraordinários referentes ao segundo trimestre, o que, na opinião do analista Matheus Spiess, da Empiricus, é surpreendente, “considerando que esses recursos seriam bem-vindos pelo Tesouro”.

Mesmo sem os dividendos extraordinários, a estatal anunciou o pagamento de R$ 13,5 bilhões em dividendos aos acionistas, em linha com a política de remuneração.

Segundo o analista Ruy Hungria, o prejuízo reportado pela petroleira, apesar de assustar em um primeiro momento, tem explicações: os números do trimestre foram “bastante poluídos” pelo acordo com o Carf e a revisão do Plano de Saúde.

“Apesar de esses efeitos terem levado a companhia a um prejuízo na linha final, ao excluir os efeitos não recorrentes os resultados vieram em linha com as expectativas”.

O analista da Empiricus ainda comentou o resultado por segmento da companhia e deu sua recomendação sobre o que fazer com as ações. Confira:

Veja os números da Petrobras no 2T24

No segmento de Exploração e Produção (E&P) – o principal da companhia, a receita caiu 1,3% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. Segundo Hungria, a queda foi reflexo de paradas para manutenção no período que afetaram a produção.

Isso, combinado com as despesas não recorrentes mencionadas anteriormente, fizeram o Ebitda do segmento cair 11%, para US$ 7,9 bilhões. “É importante mencionar que mesmo com a queda de volumes, os custos de extração (lifting cost) ficaram praticamente estáveis”, escreveu o analista.

Já o Ebitda do segmento de refino caiu -32% na comparação com o primeiro trimestre, para US$ 1,36 bilhão. De acordo com Ruy Hungria, isso se deu pela demora em repassar o aumento de preços de combustíveis, o que prejudicou a margem. “Esse efeito já era esperado”.

Em Gás e Energia, os menores volumes e preços de gás natural provocaram um recuo de -24% no Ebitda do segmento, que foi de US$ 372 milhões.

No consolidado, o Ebitda da Petrobras atingiu US$ 9,6 bilhões, recuo de -21% ante o 1T24. O analista explica que, ao excluir as despesas não recorrentes relacionadas ao acordo tributário e revisão atuarial do Plano de Saúde, o Ebitda recorrente chegou a US$ 12 bilhões, queda de -3,7% na comparação com o 1T24.

“Foi em linha com as expectativas, que já esperavam recuo por conta das paradas para manutenção no período”.

Além de ter sido atrapalhado pelo acordo tributário, o Resultado Financeiro também contou com efeitos negativos da variação cambial sobre a dívida, explica Ruy Hungria. Isso implicou no prejuízo de -US$ 325 milhões registrados no 2T24.

“No entanto, ao excluir todos os efeitos não recorrentes, a companhia teria apresentado um lucro líquido de US$ 3 bilhões, em linha com as estimativas”, explicou o analista. 

Portanto, apesar de o prejuízo ter assustado os investidores, o resultado sem os efeitos recorrentes teria sido em linha com as estimativas do mercado.

Afinal, vale a pena investir nas ações da Petrobras (PETR4)?

Apesar do “resultado trimestral resiliente” e de “continuar sendo uma boa alternativa para dividendos”, Ruy Hungria não vê atratividade na petroleira, considerando os múltiplos atuais.

“Vemos os papéis bem precificados dados os sempre existentes riscos políticos inerentes à tese. Por isso, mantemos uma recomendação neutra para a Petrobras.”

Na mesma linha, o analista Matheus Spiess diz ver que “os fatores políticos negativos parecem estar prevalecendo desta vez”.

Por isso, Ruy Hungria vê atratividade em outras ações que, além de pagarem dividendos, como é o caso da Petrobras, estão em valuations mais atrativos.

Desta maneira, esses papéis recomendados pelo analista podem dar retornos aos acionistas em duas frentes: 

  • Dividendos;
  • Ganho de capital.

Para auxiliar os investidores, o analista selecionou as cinco ações que, para ele, melhor reúnem essas duas características: dividend yield alto e ponto de entrada atrativo.

Dividendos e múltiplos atrativos: Empiricus libera acesso às cinco ações que reúnem essas duas características

O analista Ruy Hungria é responsável, junto ao co-fundador da Empiricus, Rodolfo Amstalden, pela carteira de dividendos da casa, que já rendeu quase 160% do Ibovespa desde a criação, em 2014, até 1º de agosto deste ano.

Por isso, ninguém melhor que ele para indicar aquelas ações com potencial de realizar o “sonho” de quase todo investidor: receber proventos fartos e, ao mesmo tempo, ver seus papéis se valorizarem.

Neste sentido, ele reuniu em uma carteira cinco ações de empresas com balanços sólidos, geradoras de caixa, bons dividend yields e que estão baratas na bolsa de valores.

A boa notícia é que você pode acessar a carteira completa com as cinco ações selecionadas gratuitamente, como uma cortesia da Empiricus, empresa do Grupo BTG Pactual.

Para acessar, é rápido e simples: basta clicar neste link ou no botão abaixo e preencher o seu e-mail para que as informações sejam enviadas.

Sobre o autor

Juan Rey

Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Contato: juan.rey@empiricus.com.br