Times
Investimentos

Fundo Carteira Universa, da Empiricus Gestão, supera Ibovespa e CDI em julho com alta de 2,92%; confira

Em live, analistas da Empiricus apontam crescimento consistente e otimismo para a reta final do ano.

Por Mariana Pavão

12 ago 2024, 09:31 - atualizado em 12 ago 2024, 09:31

Imagem representando o BNDES, mostrando pessoas analisando um relatório ao fundo com uma seta crescente na frente.

Em live recente realizada pela Empiricus Gestão, o time de analistas compartilhou os resultados do fundo Carteira Universa no mês de julho e discutiu as expectativas para agosto. 

João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, destacou que foi um mês favorável para o fundo, impulsionado pelo desempenho do mercado de ações e pelos títulos públicos.

“Os resultados do mês de julho foram bastante positivos, nossa bolsa escapou daqueles primeiros surtos de volatilidade dos mercados internacionais, o Ibovespa fechou no positivo, o mês para o Carteira Universa foi muito bom”, afirmou. 

O fundo encerrou o mês com uma alta de 2,92%, superando o Ibovespa, graças ao desempenho superior das ações e ao bom desempenho dos títulos públicos, que se beneficiaram do fechamento da curva de juros.

Perspectiva positiva com performance ‘espetacular’ 

Felipe Miranda, CIO e estrategista-chefe da Empiricus Research, destacou a excelente performance do Carteira Universa no mês de julho, classificando-o como ‘espetacular’. Segundo ele, essa performance não foi apenas um reflexo do bom momento do mercado brasileiro, mas também de uma correção natural nos preços dos ativos.

“A verdade objetiva é que a bolsa estava muito barata mesmo”, afirmou Felipe, enfatizando que essa percepção já vinha sendo discutida há algum tempo dentro da Empiricus.

Felipe também observou que, apesar de um cenário global desfavorável em junho, a bolsa brasileira continuou a subir, indicando que o mercado já estava precificando uma recuperação. 

Outro ponto de destaque foi a questão cambial. Felipe mencionou que o real estava desvalorizado frente ao dólar: “Os fundamentos, os estritos censos da economia sugerem um dólar mais perto de R$5 do que de R$6, né? A gente está em R$5,60″, analisou, ressaltando que essa desvalorização também contribuiu para a percepção de que os ativos brasileiros estão subprecificados.

Ele ainda abordou a mudança no cenário internacional, com os dois principais desafios enfrentados pelo Brasil desde 2022 começando a se enfraquecer. O primeiro foi a drenagem de liquidez global pelas big techs, que reduziram a atratividade dos mercados emergentes. “Todo esse boom da inteligência artificial, isso dragou muita liquidez global”, comentou, mas observou que a tendência começou a reverter em julho, favorecendo o mercado brasileiro.

Outro fator positivo foi a melhoria no cenário fiscal e nas discussões econômicas no Brasil, que ajudaram a estabilizar o ambiente interno. “A gente pelo menos melhorou, na margem, a qualidade do debate, da discussão fiscal no Brasil”, apontando que a redução no fluxo de notícias negativas também contribuiu para o bom desempenho da bolsa.

  • 1.722% do CDI em 11 anos, investindo fora do Brasil? Este foi o resultado que a ferramenta Nomad Money entregou aos investidores; clique aqui e veja como testá-la

Brasil pode ser um refúgio em meio à crise global?

Durante a live, Felipe trouxe uma perspectiva otimista sobre o impacto de uma possível recessão global no Brasil. Segundo o CIO, o cenário de crise global pode, paradoxalmente, beneficiar o país, que estaria bem posicionado para se destacar em meio à turbulência econômica.

“Eu acho que essa crise, que é global, pode acabar tendo o Brasil como um dos principais beneficiários, porque é juro para baixo, paramos de discutir inflação, vamos discutir recessão”, explicou.

Ele também destacou que, com a estabilização do iene e uma possível desvalorização do dólar, o Brasil pode se beneficiar de fatores técnicos que estão afetando menos o mercado brasileiro em comparação com outras economias. 

“O dólar é para baixo, também se isso vier a acontecer, são fatores técnicos acontecendo que não têm prejudicado tanto o Brasil quanto outros mercados,” observou Felipe, sugerindo que o país está em uma posição relativamente mais favorável.

Segundo semestre começou com o ‘pé direito’ para as empresas da bolsa

Na análise microeconômica do cenário atual, Larissa Quaresma e Henrique Cavalcante, analistas da Empiricus Research, reforçaram o otimismo para o segundo semestre, destacando a recuperação das empresas e os resultados positivos em diversos setores.

Larissa observou que agosto já começou com o ‘pé direito’ para a bolsa brasileira, destacando que a arrecadação do governo em julho superou as expectativas, especialmente nos tributos sobre lucro de empresas. 

Isso, segundo ela, é um sinal claro de que as empresas estão recuperando sua rentabilidade e crescimento após um período de dois anos desafiadores. “As que conseguiram atravessar esse período se mantendo rentáveis tendem a se tornar ainda mais rentáveis nos próximos trimestres”, comentou Larissa, mencionando o exemplo do Itaú (ITUB4), que apresentou um ROI de 22,5%, muito acima das expectativas.

Ela também destacou que essa recuperação é impulsionada tanto por fatores macroeconômicos, como a recuperação do consumo e a redução da inflação, quanto pelo ‘dever de casa’ que as empresas tiveram que fazer, cortando despesas e ajustando preços para sobreviver. “As empresas agora partem de uma estrutura muito mais saudável, falando de balanço”, enfatizou.

Além disso, Larissa apontou o Mercado Livre (MELI34) como um dos grandes destaques entre as varejistas. O crescimento robusto do GMV (Gross Merchandise Volume) em todas as geografias, especialmente no Brasil e no México, aliado à recuperação da Argentina, demonstram a força da empresa.

Henrique acrescentou que o mercado ainda está subestimando o quão bons os resultados corporativos têm sido, destacando que muitos resultados trimestrais estão vindo consistentemente acima das projeções do consenso. 

Ele mencionou o Grupo SBF (SBFG3) como um exemplo notável, que viu suas ações subirem 26% no mês de julho, após a empresa divulgar um resultado espetacular, com um forte ganho de margem e um crescimento robusto de receita líquida. “Isso mostra o poder de marca da Nike e o quão impressionante foi a operação no Brasil”, afirmou, reforçando que os resultados corporativos continuam a surpreender positivamente.

  • ONDE INVESTIR EM AGOSTO? Veja recomendações de criptomoedas, FIIs, ações e mais neste material gratuito liberado pelo Seu Dinheiro, portal do Grupo Empiricus.

Agosto: o que vem por aí

Enquanto julho foi marcado por uma alta consistente, os primeiros dias de agosto também mostram um cenário promissor. “O Brasil está surfando muito bem nesses últimos dias também […] agosto também tem sido um mês mais positivo tanto para a bolsa brasileira quanto para os ativos atrelados à curva de juros”, concluiu João.

João também observa uma mudança no comportamento dos investidores, com um aumento na captação de recursos em diversas estratégias. “Estamos percebendo um pouco mais de captação dos investidores […] já percebemos algum ânimo com o investidor para essa reta final do ano” comentou, sugerindo que essa dinâmica positiva deve se manter.

Esses foram alguns dos destaques da live mensal do Carteira Universa. Para conferir todos os detalhes dos resultados e perspectivas dos analistas, assista à transmissão completa no vídeo abaixo. 

Sobre o autor

Mariana Pavão

Redatora dos portais Empiricus, Seu Dinheiro e MoneyTimes.