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Azzas 2154 (AZZA3), ex-Arezzo, reporta 2T24 sem surpresas, com foco nas sinergias com o Grupo Soma

A Azzas 2154, novo nome da Arezzo &Co, reportou um balanço sem grandes surpresas no 2T24, com EBITDA crescendo.

Por Larissa Quaresma, CFA

14 ago 2024, 15:49 - atualizado em 14 ago 2024, 15:55

Arezzo (ARZZ3) setor de varejo de moda

Imagem: Arezzo

Na terça-feira (13), após o fechamento do mercado, a Azzas 2154 (novo nome da Arezzo &Co após a fusão com o Grupo Soma) divulgou seu balanço do 2T24, o último trimestre em que as duas companhias reportaram seus números separadamente.

O resultado da Arezzo veio sem grandes surpresas: o EBITDA ajustado cresceu 3% anualmente, para R$ 203 milhões, com a aceleração das vendas compensada por pressões na rentabilidade.

Como as marcas da Arezzo desempenharam individualmente?

A receita bruta cresceu 9% na comparação anual, para R$ 1,5 bilhão, uma bem-vinda aceleração em relação ao trimestre anterior. A alta foi puxada pelas marcas Vans (+26%), AR&CO (+13%), composta principalmente pela Reserva, e AnaCapri (+9%); ao passo que Schutz (-3%) e Arezzo (+5%) seguem com crescimento tímido.

Novamente, os canais proprietários desempenharam melhor, com E-commerce (+22%) e Lojas Próprias (+12%) compensando as altas fracas de Franquias (+0%), Multimarcas (+5%) e Mercado Externo (+1%).

Em termos de rentabilidade, a maior representatividade dos canais próprios no Brasil beneficia a margem bruta, o que foi compensado pela pressão de margem vinda da operação internacional. Com isso, a margem bruta consolidada ficou em 54,9%, estável na visão anual. 

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Internacional: Azzas 2154 faz o “dever de casa” bem feito

Na parte de despesas, a companhia fez o “dever de casa” na operação internacional, o que compensou a menor margem bruta por lá; mas, no mercado interno, houve maior investimento na estruturação da companhia e reforço da equipe de executivos na preparação para a fusão com o Soma, o que pesou sobre as despesas. Com isso, a margem EBITDA ficou 1 p.p. menor na visão anual, em 16,5%, o que levou o EBITDA para R$ 203 milhões (+3%).

O lucro líquido, por sua vez, foi pressionado por uma maior alíquota de imposto corporativo, já que a companhia não fez pagamentos de JCP neste trimestre, mas teve essa economia tributária no 2T23. Com isso, a linha final ficou em R$ 94 milhões, queda anual de 18%. 

Destaque para a geração de caixa operacional, de R$ 90 milhões, +16% na visão anual. A companhia teve um pequeno consumo de caixa livre, de R$ 30 milhões, principalmente em função do pagamento de parcelas de aquisições passadas. Com isso, a alavancagem teve uma pequena alta, de 0,8x EBITDA para 1,0x EBITDA, mas permanece em nível bem saudável.

Último balanço da Arezzo sem o Grupo Soma

Este foi o último trimestre em que Arezzo &Co e Grupo Soma – que aliás divulgou números surpreendentes – publicam seus balanços em separado.

Agora, todo o foco estará na absorção de sinergias desta fusão, que criou a Azzas 2154, com o ticker AZZA3.

A nova companhia realizará seu primeiro encontro com investidores amanhã, na sede da marca Hering, em Blumenau (SC) – a localização já dá uma boa sugestão de qual será o foco das sinergias, que na nossa visão estão sendo subestimadas pelo mercado.

Negociando a 12x seu lucro estimado para 2024, mantemos a recomendação de compra para a Azzas 2154 (AZZA3).

Além da Arezzo, você pode conferir ainda mais recomendações dos analistas da Empiricus Research neste relatório completo e gratuito.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.