Na manhã de ontem (15), a Empiricus teve o privilégio de receber ex-alunos do MBA de Análise de Ações e Finanças para apresentarem um projeto realizado ao longo do curso.
Divididos em grupos, os agora especialistas puderam mostrar a analistas de investimentos da Empiricus Research e da Empiricus Gestão fundos de investimentos multimercados hipotéticos criados no decorrer do MBA.
Como foi a construção do portfólio dos fundos multimercados?
De forma geral, os grupos eram formados por perfis profissionais diversos, como advogados, profissionais da saúde e engenheiros, o que, segundo os próprios participantes, trouxe uma pluralidade de experiências e visões para o trabalho.
Por outro lado, o maior desafio, eles contam, foi trabalhar com equipes enxutas: “Começamos com 12 pessoas no grupo, então cada um podia analisar com calma um papel, um título, e terminamos com quatro pessoas, então tivemos que priorizar o que cada um ia fazer”, conta Andres Gonzalez, advogado e membro da equipe da “Start Management Asset”.
Ao longo de aproximadamente um ano de curso, os alunos puderam pensar em um nome para as respectivas gestoras a serem criadas, bem como na função que cada membro exerceria (estrategista-chefe, diretor de RI, diretor contábil, analista, etc).
Depois, tiveram como desafio criar o portfólio de um fundo multimercado, considerando as condições macroeconômicas do momento, e definir o perfil de risco do veículo (arrojado, moderado ou conservador).
Inclusive, uma curiosidade levantada pelos alunos é que, mesmo com perfis de risco muito diferentes, os multimercados criados tiveram retornos muito parecidos.
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Fundos de investimentos hipotéticos superaram o CDI com folga
Pode-se dizer que todas as equipes do MBA pegaram uma janela bem instável no Brasil e no cenário global.
“Entre 2022 e o começo de 2024 tivemos alta da inflação e consequentemente das taxas de juros a nível global e, no ambiente doméstico, reoneração de combustíveis e possibilidade de revisão das metas de inflação, além do surgimento do arcabouço fiscal”, traz um grupo na apresentação.
Ainda assim, os fundos hipotéticos tiveram bons retornos na janela em que os portfólios foram manejados.
Para se ter ideia, o portfólio do “Suindara FIM Livre“, da “Itaoca Asset”, valorizou 21,09%, entre julho de 2023 a maio de 2024, graças, principalmente, a posições como Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Sabesp (SBSP3), Ultrapar (UGPA3) e BRF (BRFS3). No mesmo período, o retorno do CDI foi de 10,76%.
O “Start Macro FIM“, da “Start Asset Management“, entregou alta de 21,17% (157% do CDI) entre julho de 2023 e julho de 2024. A equipe associa a valorização em especial às posições em renda fixa brasileira e internacional e em criptomoedas, como Bitcoin (BTC) e Chainlink (LINK).
Já o “Exxponencial Macro FIM“, da “Vértice Capital Management“, subiu 37% entre dezembro de 2022 e julho de 2024 – contra retorno de 21,27% do CDI. A rentabilidade do portfólio foi ajudada por posições em Petrobras (PETR4), Microsoft (MSFT34) e Apple (AAPL34), além de ETFs de criptomoedas, como Hashdex Nasdaq Crypto Index FI (HASH11) e Empiricus Teva Criptomoedas (CRPT11).
Analistas da Empiricus deram feedbacks sobre os projetos
Depois de cada apresentação, os alunos puderam receber os feedbacks e dicas de pelo menos um analista da Empiricus Research ou Gestão.
A melhor forma de medir a rentabilidade dos ativos de um fundo
Como dica geral, Rodolfo Amstalden, sócio-fundador da Empiricus, recomendou, por exemplo, que os fundos tivessem um gráfico de contribuição de ativos, poderado pelo peso de cada um na carteira: “É mais interessante do que medir só a rentabilidade isolada dos ativos, porque um ativo pode ter subido muito, mas ter participação muito pequena no portfólio. Então, no todo não faz muita diferença”.
Excesso de posições pequenas podem dar mais trabalho do que retorno
Além disso, também orientou a respeito de fundos com carteiras hiper-diversificadas: “Papéis com baixa exposição na carteira costumam dar muito trabalho para serem acompanhados e vão dar pouco retorno. Então, é importante pensar também na alocação de recursos operacionais de uma gestora”.
Prazo de resgate é um ponto fundamental para fundos
Todo fundo de investimento tem um prazo de resgate e Amstalden lembra que, também nesse projeto, seria interessante definir um para cada fundo criado.
“O sell side não costuma olhar para a questão do [prazo de] resgate, olha mais para a análise científica mesmo dos ativos, mas o buy side deveria se atentar a isso, porque, em termos materiais, a carteira tem que ser funcional”, explica Amstalden.
E ainda complementa: “Na construção de um portfólio, tem ciência, mas tem muita arte também, é um ofício teórico, de muito estudo, mas é prático também ao mesmo tempo”.
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