Investimentos

Stone (STOC31): no caminho para atingir metas, lucro cresce 54% no 2T24

A Stone (STOC31) reportou um forte segundo trimestre, com o lucro líquido ajustado de R$ 497 milhões, uma alta anual de 54%.

Por Larissa Quaresma, CFA

19 ago 2024, 08:34 - atualizado em 19 ago 2024, 08:34

Mulher segura maquininha da Stone (STOC31) STNE

Imagem: Instragram/Reprodução

Na quarta-feira (14), após o fechamento do mercado, a Stone (STOC31) reportou um forte segundo trimestre: o lucro líquido ajustado foi de R$ 497 milhões, alta anual de 54%, em linha com a expectativa.

O resultado da Stone foi impulsionado pelo crescimento da vertical de Financial Services e pela redução do custo da dívida, parcialmente compensados pelo desempenho mais fraco em Software. Destacamos que a forte expansão aconteceu mesmo com os efeitos da mudança contábil implementada no trimestre anterior, que desfavorece os números da companhia desde então.

Impacto das chuvas do RS na companhia são menores do que o esperado

O volume total de pagamentos processados (TPV na sigla em inglês) foi de R$ 104 bilhões, expansão anual de 22%, mesmo com o impacto das chuvas no Rio Grande do Sul, que acabou sendo menor que o esperado.

O TPV segue crescendo mais em pequenas e médias empresas (+25%), o foco da companhia e um dos pilares da nossa tese de investimentos. Ademais, o volume de recebíveis antecipados aos clientes aumentou, assim como o portfólio de crédito (capital de giro e cartão), que atingiu R$ 712 milhões, 37x o valor do 2T23 — isso aumenta a receita de juros da empresa.

Finalmente, o volume de depósitos atingiu R$ 6,5 bilhões, alta anual de 65% e acima do que esperávamos.

Receita líquida da Stone cresce 11% no ano

Com isso, a receita líquida de Financial Services cresceu 11% anualmente, para R$ 2,8 bilhões. A taxa de expansão não acompanhou o ritmo das métricas operacionais em razão da mencionada mudança contábil e da isenção das taxas de adesão no RS.

Por sua vez, a receita de Software ficou praticamente estável na visão anual (+0,2%), em R$ 384 milhões, em função da estratégia da companhia de despriorizar receitas não recorrentes, focando nas verticais prioritárias (postos de gasolina, varejo, farmácias, alimentação e software horizontal). Com isso, a receita líquida total ficou em R$ 3,2 bilhões, expansão anual de 9%.

Selic menor ajuda rentabilidade

Os custos e despesas totais somaram R$ 1,9 bilhão, crescendo abaixo da receita (+2%); portanto, com ganho de rentabilidade. Isso se deve, principalmente, à redução de 20% nas despesas financeiras, por conta da menor Selic e do maior financiamento da operação com caixa próprio, e não dívidas.

Entretanto, esse efeito foi compensado pelo aumento de 23% nos custos, em função da inadimplência relacionada à expansão do crédito e investimentos em tecnologia; e de +27% nas despesas comerciais, devido ao crescimento do time de vendas e marketing. Assim, o lucro líquido ajustado cresceu 54% na visão anual, para R$ 497 milhões.

Ações da Stone (STOC31): compra ou vende?

Consideramos que este trimestre mantém a Stone no caminho certo para atingir o guidance do ano, que aponta para um lucro superior a R$ 1,9 bilhão – no 1o semestre, a companhia entregou R$ 948 milhões.

Durante a teleconferência de resultados, os executivos pontuaram que há altas chances de superarem os guidances de depósitos de clientes e portfólio de crédito, o que recebemos com entusiasmo.

Negociando a 11,9x seu lucro estimado para 2024, mantemos a recomendação de compra para Stone (STOC31).

Além deste BDR, existem outras companhias negociadas internacionalmente que podem ser boas adesões à carteira. Veja aqui um relatório gratuito com 10 recomendações dos analistas da Empiricus Research.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.