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Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) entra com ação de despejo contra a locatária WeWork, após tentativas de acordo; entenda

A WeWork não pagou os aluguéis com vencimento em junho, julho e agosto para o fundo imobiliário RCRB11, mesmo após duas notificações e uma negociação.

Por Caio Araújo

22 ago 2024, 10:08 - atualizado em 22 ago 2024, 10:08

WeWork RCRB11 Rio Bravo Renda Imobiliária

Imagem: iStock.com/Jean-Luc Ichard

Na última quarta-feira (21), o Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) publicou fato relevante com atualizações sobre um dos seus locatários, a WeWork.

WeWork está devendo aluguel há três meses para o RCRB11

Apenas relembrando o caso, a inquilina do imóvel Girassol 555 não pagou os aluguéis com vencimento em junho, julho e agosto para o fundo. Trata-se de um movimento observado em outros FIIs que possuem a WeWork como locatária.

O contrato representa 9,5% da receita imobiliária do RCRB11, o que resulta em um impacto negativo de R$ 0,11 por cota em sua receita mensal. Vale mencionar que a companhia está adimplente em relação às despesas de condomínio e IPTU.

Sem sucesso, RCRB11 tentou fazer acordo

Após duas notificações e uma negociação sem sucesso com a Alvarez & Marsal (representante do WeWork), a Rio Bravo contratou um assessor legal para defender os direitos dos proprietários do imóvel, com ajuizamento de duas ações judiciais: 

i) Execução de Título Extrajudicial, com objetivo de cobrar os aluguéis não pagos pela companhia (com multa e juros);

ii) Ação de Despejo devido à falta de pagamento, cumulado com pedido liminar para desocupação do empreendimento.

Os próximos passos para a WeWork

Para os próximos passos, é realizada audiência para julgamento da ação de despejo, a ser agendada pelo tribunal após a citação do inquilino. Lembrando que provavelmente cabe recurso. Se a sentença for favorável ao proprietário, o locatário geralmente tem um prazo de 5 a 15 dias para desocupar o imóvel.

Atualmente, o Girassol 555 está 100% sublocado para inquilinos como Quinto Andar e Wise. Em caso de saída da WeWork, a negociação direta com os locatários não está descartada, apesar de improvável, em nossa visão. Segundo a gestão, já existem sondagens de outras companhias de coworking com interesse de ocupar o imóvel caso as negociações resultem no despejo da WeWork. 

Inadimplência já estava no radar e não justifica queda acentuada do RCRB11

A inadimplência da companhia já era um risco mapeado para o RCRB11 e, por ora, seguimos monitorando de perto. Até aqui, o cenário caminha para despejo da locatária, em um processo que pode levar alguns meses.

Mesmo com o evento negativo, interpretamos que a correção na cota do fundo nos últimos meses foi exagerada. Em um contexto geral, seu portfólio apresenta o melhor desempenho operacional dos últimos anos, com taxa de vacância física de apenas 1,4% e elevação do preço de locação em alguns imóveis.

Com a queda recente, o RCRB11 ampliou o seu desconto em relação ao valor patrimonial para 34%, patamar que consideramos atrativo Suas cotas permanecem com recomendação de compra na Empiricus.

Sobre o autor

Caio Araújo

Administrador de empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) e profissional da Empiricus Research desde 2016. Com certificação CNPI, é o analista de Real Estate e responsável pela série Renda Imobiliária, que atua no mercado de fundos de investimento imobiliários.