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Ações são as mais queridas: o que Rodolfo Amstalden aprendeu sobre investimentos em 15 anos de Empiricus?

Em participação no programa do Market Makers, o sócio-fundador da Empiricus conta sobre seus investimentos preferidos e aqueles que mais se arrepende. Confira.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Por Camila Paim

28 ago 2024, 10:09 - atualizado em 28 ago 2024, 10:09

Com quase duas décadas de carreira no mercado financeiro, Rodolfo Amstalden conta que desde seu início investia em renda variável. “Ações sempre foram uma parte relevante do meu patrimônio”, afirma o analista e sócio-fundador da Empiricus Research. 

Em participação no quadro “Como Investe?”, do Market Makers no YouTube, com Thiago Salomão, Amstalden conta sua experiência como investidor desde os seus primeiros passos até os movimentos de carteira mais recentes – alguns inclusive dos quais ele se arrepende.

Ações já representaram até 50% do portfólio de Rodolfo Amstalden

Com passagem por veículos de jornalismo econômico, Amstalden conta que já na faculdade queria trabalhar na área, o que na sua época não era algo tão comum. “Eram poucas pessoas na turma que se interessavam por atuar no mercado financeiro”, conta o economista formado pela FEA-USP, com mestrado em Finanças na FGV-SP, e jornalista pela Cásper Líbero. 

“[Ações] já chegaram a representar 40% ou até 50% do meu portfólio, o que eu considero uma proporção exagerada”, ressalta Amstalden. Além disso, o analista sempre manteve skin in the game, mantendo a maior parte da sua alocação de capital com intersecções importantes com as ideias que são promovidas nas séries da Empiricus Research, “tanto de dividendos como microcaps”, uma forma de dar respaldo para os investimentos que acredita serem promissores – de acordo com a regulação da CVM. 

Ainda no tópico da bolsa de valores, Amstalden destaca que agosto foi um mês positivo para os investidores, com a segunda temporada de balanços trimestrais elevando o valor das companhias. 

“Essa temporada fez a gente lembrar que existe uma relação entre empresa e ação e as empresas que estão fazendo o dever de casa começaram a apresentar seus verdadeiros valores”, diz o analista. 

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Investimentos em renda fixa, criptomoedas e ações internacionais

Sobre o cenário atual e seu portfólio, Amstalden conta que a maior parte de sua alocação está “no bom e velho DI”, graças à liquidez da renda fixa e “à Selic alta, que ainda pode subir mais um pouco”, comenta. 

Em relação à diversificação geográfica, o analista admite que não tem muita exposição ao mercado externo e que poderia até aprimorar os investimentos nesse sentido. 

Já no segmento de criptomoedas, Amstalden abre que já comprou Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH), mas vendeu os ativos quando apresentaram um lucro significativo.

Portfólio de imóveis não funcionou como esperado

Entre os investimentos que mais dão trabalho para Amstalden hoje estão alguns imóveis que ele adquiriu. Seu plano era aproveitar o estresse do mercado imobiliário, de olho no cenário de que alguns meses atrás era tido como certo um vigoroso processo de afrouxamento monetário. 

“Hoje, até por causas não desejadas, você é pego pela conjuntura e toma decisões que se provaram erradas a posteriori. Um imóvel pode ser extremamente líquido em um momento e extremamente ilíquido em outro”, conta e conclui: “Eu só pude aprender isso dolorosamente na prática.”

Como olha para o Brasil agora?

Sobre o contexto econômico brasileiro atual, Rodolfo acredita que “o governo deu uma boa acalmada”. 

Sobre a decisão do próximo líder do Banco Central, Amstalden acredita que “estamos preparados para tirar um bode da sala e parece que será Gabriel Galípolo mesmo [a assumir o cargo], sem medo de subir as taxas de juros, o que pode ser que esteja alinhado com o governo federal”.

Além disso, o analista acredita que para 2025, o ideal é se preparar e se posicionar, para acompanhar o efeito da esperada queda de juros nos EUA e a repercussão disso para o Brasil. 

“Estamos tão largados em relação ao capital estrangeiro que um pequeno fluxo já faz diferença. Na ótica de 10 anos, você aprende que essa linearidade é a característica mais importante para o investidor brasileiro”, explica Amstalden de olho em investimentos que podem ser relevantes no longo prazo. 

Além dos investimentos, planos de carreira

Amstalden gostaria de trabalhar no mercado financeiro com research pelo “resto da vida”, ele conta na entrevista: “é o que eu gosto de fazer e sigo aprendendo”. 

Além disso, o analista conta que também tem outros negócios, como uma livraria em São Paulo, além de investir em uma empresa de inteligência artificial (IA) e em um bar. Estas empresas, segundo Amstalden, também servem como uma medida de proteção. “O mercado financeiro é muito perigoso nesse sentido”, comenta. 

A entrevista completa de Thiago Salomão com Rodolfo Amstalden está disponível no vídeo abaixo: 

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Sobre o autor

Camila Paim

Jornalista formada na Universidade de São Paulo (USP), com mobilidade acadêmica na Université Lumière Lyon 2 (França). Trabalhou com redação de jornalismo econômico e mercado financeiro, webdesign e redes sociais, além de escrever sobre gastronomia e literatura.