Apesar desta semana seguir a tradição de cinco dias úteis, um deles deve “dominar” os assuntos no mundo das finanças: a quarta-feira (18). É chegada mais uma Super Quarta, data em que as políticas monetárias do Brasil e dos Estados Unidos serão atualizadas.
Enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) concentra expectativas de alta na taxa Selic, o Fomc, comitê de dirigentes do Federal Reserve, deverá iniciar o ciclo de cortes de juros nos EUA.
Corte de juros nos EUA tende mais a 25 pontos do que 50 pontos, diz analista
Na visão de Matheus Spiess, analista de macroeconomia da Empiricus Research, alguns dados econômicos dos EUA sinalizaram a possibilidade de uma flexibilização de 50 pontos-base. Apesar disso, o analista permanece sobre o cenário-base de uma redução de 25 pontos na Fed Funds Rate.
Ele lembra que este será o início do tão aguardado ciclo de afrouxamento monetário, depois do patamar mais contracionista em décadas na política monetária norte-americana.
“Este não vai ser o único [corte], obviamente. A comunicação do Jerome Powell sobre como serão os próximos passos é ainda mais importante [do que a decisão]. Estou trabalhando com, pelo menos, mais três em 2024, todos eles de 25 pontos”, conta Spiess.
Nas estimativas do analista, este ciclo pode ter uma redução total de cerca de 200 pontos de cortes na taxa de juros dos EUA.
Neste contexto, o analista aponta: “acredito que não haverá recessão e, sim, um corte de juros positivo para o mercado financeiro de maneira geral.”
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Comunicação dura do BC transparece alta da Selic na Super Quarta
O Brasil, por sua vez, entra em uma dinâmica distinta dos Estados Unidos. Após o que parecia ser o início de um longo ciclo de cortes da Selic, os dirigentes do BC retornaram a falar de alta na taxa.
“Há um sentimento de que se não houver uma alta agora, provavelmente a gente perderia o câmbio, diante da desancoragem das expectativas e incertezas internacionais”, observa Spiess.
Segundo o analista, a previsão de alta agora se deve principalmente por uma questão de comunicação do BC. “Se os dirigentes tivessem tido uma comunicação melhor, provavelmente poderiam se dar ao luxo de manter a taxa Selic. Entretanto, como a comunicação foi feita de maneira que transpareceu um tom mais duro, o mercado começou a precificar uma alta que parece que vai se consolidar mesmo”, comenta.
Em contraste com o movimento previsto na taxa americana, o analista acredita que essa distinção poderá ser benéfica para o câmbio brasileiro. “No curto prazo, contudo, os ativos podem se mostrar mais voláteis, como já temos visto desde o início de setembro”, pontua.
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