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Renda fixa: em ritmo mais acelerado, veja 5 dicas de títulos para aproveitar as expectativas do mercado com a Selic

Confira a análise sobre o recente corte de juros na Europa, os dados do CPI de agosto nos EUA e nossa análise sobre o IBC-Br de julho no Brasil.

Por Lais Costa

17 set 2024, 16:51 - atualizado em 17 set 2024, 16:54

Imagem: iStock/Andrii Yalanskyi

O foco dos mercados nesta semana está voltado para as importantes decisões de política monetária nos EUA e no Brasil amanhã (18).

Na semana passada, o destaque foi a decisão do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira (12). Como já era esperado, o BCE cortou a taxa de juros pela segunda vez neste ano de 3,75% para 3,50%, devido ao recuo da inflação para 2% e preocupações com o crescimento econômico.

O comunicado apresentou um tom equilibrado, enfatizando a dependência de dados para futuras decisões. Em coletiva, a Presidente do BCE, Christine Lagarde, reforçou que “um caminho de declínio não é pré-determinado”, destacando cautela em se comprometer com cortes adicionais. Apesar da decisão unânime, a inflação e o crescimento salarial continuam como pontos de atenção.

Juros e inflação nos EUA em agosto deixam mercado com expectativas divididas sobre decisão do Fed

Com o provável início do corte de juros nos EUA, os mercados já preveem um novo corte de 25 pontos-base na Europa em dezembro. Assim, mantemos nossas expectativas de que os cortes nas taxas ocorram em reuniões alternadas, levando a taxa terminal para abaixo de 2,5% ao ano até o final de 2025.

Nos EUA, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de agosto divulgado na quarta-feira (11) registrou alta de 0,2% m/m, em linha com as estimativas do mercado, pressionado principalmente pelos preços de aluguéis. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice desacelerou para 2,5%, menor patamar desde o início de 2021. 

No núcleo do CPI, que exclui os itens mais voláteis como alimentos e energia, houve uma aceleração de 0,28% m/m, acima das expectativas de 0,2%. Na comparação anual, o índice registrou alta de 3,2%, o que revela um patamar ainda alto de inflação frente a meta de política monetária nos EUA.  Esse movimento foi puxado, em grande parte, pelo segmento de moradia, que registrou avanço de 0,5% no mês. Os preços de aluguel aos inquilinos e o equivalente aos proprietários (OER) também mantiveram o ritmo forte, subindo 0,4% e 0,5%, respectivamente. Em contraste, o núcleo de bens mostrou retração, com o índice de carros e caminhões usados caindo 1,0% no período.

Além das medidas de núcleo, os preços de energia caíram 0,8% e  a inflação de alimentos registrou ganhos moderados (0,1% m/m), semelhantes ao ritmo pré-COVID.

De maneira geral, os dados de agosto mostram uma desaceleração da inflação nos EUA, embora mais tímida do que o antecipado. Por isso, o mercado se mantém dividido entre um corte de 25 e 50 pontos-base no Fed Funds na reunião de amanhã (18).

Ainda sobre a reunião de política monetária do Fed, será importante observar a atualização das projeções dos indicadores macroeconômicos no Sumário de Projeções Econômicas (SEP), que será divulgado na decisão desta semana do Banco Central americano. 

No SEP de junho, as estimativas apontavam para um corte de 25 pontos-base neste ano, contudo, caso o Fed opte por iniciar o ciclo de corte de juros com uma redução de 50 pbs, espera-se também que o comitê de política monetária exprima seu viés mais brando (dovish), efetuando mais dois cortes nas reuniões de novembro e dezembro. 

Para 2025, a mediana das projeções de junho apontava para mais 100 pb de cortes, o que também deve ser revisado para um ritmo mais acelerado. Para alcançar a taxa neutra, o Fed deve imprimir um ritmo de cortes de 25 pb por reunião e não por trimestre.

Dados macroeconômicos nacionais de agosto elevam expectativas de tom duro do Copom amanhã

No Brasil, o principal destaque foi a divulgação do índice de atividade econômica (IBC-Br) de julho. O indicador, também chamado de PIB mensal do Banco Central, recuou 0,4% m/m em julho, acima da mediana das expectativas de -0,7%. Na comparação anual, houve um crescimento de 5,30% a/a, bastante acima das estimativas de 4,80% a/a. Outra medida importante para olharmos tendência, a média de três meses anualizada e dessazonalizada (saar), mostrou uma forte aceleração para 5,4% do índice. 

Olhando para frente, o carrego do índice em 2,4% para o penúltimo do ano, o que adiciona um viés altista para o PIB brasileiro no ano e reforça o espaço para o aumento dos juros domésticos.

Por fim, para o Copom desta quarta-feira(18), esperamos uma alta de 25 pbs em uma decisão unânime. O Banco Central deve entregar a decisão com um tom duro (hawkish), deixando a porta aberta para uma possível aceleração no ritmo de alta. A mudança de magnitude de alta dependerá do conjunto de dados que serão divulgados até a próxima reunião, além do comportamento do real e um possível cenário de corte mais acelerado por parte do Fed.

Por enquanto, mantemos nossa expectativa de Selic em 11,75% ao final deste ano.

Cardápio da semana: veja títulos de renda fixa recomendados

Características da LCA prefixada do Banco ABC Brasil
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA(bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBTG Pactual
Aplicação mínimaR$ 5 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)12/09/2025 (360 dias corridos)
Rentabilidade anual10,85%
TributaçãoIsenta
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h45

A taxa líquida da LCA do Banco ABC Brasil é equivalente a uma taxa bruta de 13,56% ao ano.

Características do CDB pós-fixado do Banco Sofisa
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AA- (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarSofisa
Aplicação mínimaR$ 1,00
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)17/09/2025 (365 dias corridos)
Rentabilidade anual111,00% do CDI
Tributação17,50%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação23h59
Características do CDB pós-fixado do Banco Daycoval com liquidez diária
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarDaycoval
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)17/09/2027 (1095 dias corridos)
Rentabilidade anual110,00% do CDI
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateLiquidez diária
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação18h
Características da CDB pós-fixado do Nubank
Classificação de risco da instituiçãoMoody’s: AAA (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarNubank
Aplicação mínimaR$ 100,00
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)11/03/2026 (540 dias corridos)
Rentabilidade anual104,5% do CDI
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação15h

As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 17 de setembro de 2024 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (17).

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Sobre o autor

Lais Costa

Engenheira elétrica com certificação CNPI. Analista de renda fixa na Empiricus Research.