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Os balanços do 3T24 dos bancos americanos JPMorgan Chase (JPMC34) e Wells Fargo (WFCO34) divulgados na última sexta-feira (11) trouxeram boas surpresas ao mercado.
Enquanto ambas as instituições reportaram um lucro por ação acima das expectativas dos analistas, o JPMorgan também teve uma receita surpreendente no trimestre. Embora esses dados sejam indicadores positivos para a economia americana, na visão do analista de ações internacionais Enzo Pacheco, da Empiricus Research, há ainda alguns pontos que requerem atenção.
Resultado do 3T24 do JPMC34 e WFCO34 é reflexo da economia dos EUA
Os comentários dos executivos de ambos os bancos levantaram a hipótese de que a economia dos Estados Unidos poderia estar passando por um cenário de “no landing”, ou seja, sem uma desaceleração brusca.
Entretanto, um aspecto que acende um alerta é o menor crescimento nos gastos com cartões e um aumento nos atrasos de pagamentos por parte dos consumidores, destaca Pacheco. No caso do JPMorgan, a linha de volume de vendas em cartões (excluindo cartões comerciais) cresceu menos de 7% em comparação anual, enquanto nos trimestres anteriores os aumentos foram de 9% e 8% (1T24 e 2T24, respectivamente).
Gastos após a pandemia não estão “cautelosos” como esperado
O CFO do JPMorgan, Jeremy Barnum, ressaltou que esses números devem ser analisados à luz do impacto da pandemia de coronavírus. Logo após os períodos de isolamento, houve uma migração significativa dos gastos com viagens e entretenimento. Barnum afirmou que essas despesas estão se normalizando apenas agora.
Segundo o executivo, inicialmente era esperado que a diminuição dos gastos discricionários fosse compensada por despesas do cotidiano, indicando uma cautela dos consumidores em relação à economia. No entanto, segundo o banco, essa compensação não foi observada, já que os gastos no varejo permanecem robustos.
Barnum também afirmou que os padrões de consumo continuam sólidos, sugerindo uma economia saudável e um mercado de trabalho ainda forte. Assim, os Estados Unidos não estariam se aproximando de um pouso forçado, mas sim “voando tranquilamente”.
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Inflação mais contida deve beneficiar os clientes de baixa renda, diz CEO do Wells Fargo
O CEO do Wells Fargo, Charlie Scharf, também comentou que a queda da inflação e a redução das taxas de juros deverão beneficiar todos os grupos, especialmente os de menor renda.
Por outro lado, é importante lembrar que consumidores de baixa renda frequentemente não conseguem economizar, utilizando a maior parte de seus ganhos para consumo. “Se por um lado pode ser algo problemático para o futuro, o ponto é que devemos continuar vendo a economia em uma boa condição nos próximos meses”, avalia Pacheco.
Cenário macro e geopolítico permanecem em clima de incerteza
Na última semana, os investidores ficaram atentos à divulgação de dados de inflação e ao início da temporada de resultados do terceiro trimestre. Do ponto de vista macroeconômico, os resultados foram mistos. A inflação ao consumidor (CPI) ficou levemente acima do esperado, enquanto a inflação ao produtor (PPI) apresentou resultados abaixo das expectativas.
A ata da última reunião do FOMC revelou que os membros do Federal Reserve continuam divididos sobre a magnitude dos juros básicos, com alguns preferindo uma redução de apenas 0,25 a 0,50 ponto percentual.
Apesar de o CPI estar próximo da meta do Fed, algumas leituras alternativas ainda indicam que as decisões de Powell e sua equipe serão tomadas de reunião a reunião.
No cenário geopolítico, persiste a possibilidade de que uma guerra no Oriente Médio impacte significativamente o valor do petróleo. Sem uma resolução rápida entre Israel e Irã, os preços da commodity devem permanecer acima dos US$70, podendo atingir até US$90 ou US$100 por barril em caso de conflito amplo.
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