Investimentos

Eleições americanas: como os ativos podem reagir a quatro possíveis resultados nos EUA?

Existem no horizonte cenários que combinam Kamala Harris eleita com um congresso democrata ou republicano ou a eleição de Donald Trump com congresso democrata ou republicano.

Por Nicole Vasselai

16 out 2024, 12:12 - atualizado em 16 out 2024, 12:13

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Imagem: montagem Grupo Empiricus/ divulgação: Casa Branca

Com as eleições americanas para presidente à vista, os mercados financeiros estão se preparando para as possíveis repercussões dos resultados. Hoje, estão na mesa quatro possíveis cenários que combinam Kamala Harris eleita nos Estados Unidos com um congresso democrata ou republicano ou a eleição de Donald Trump com congresso democrata ou republicano.

Cada uma dessas possibilidades tem impactos distintos sobre setores específicos da economia e das bolsas de valores, o dólar e as Treasuries (títulos do Tesouro americano).

Em uma análise de probabilidades, Felipe Miranda, sócio-fundador e analista-chefe da Empiricus Research, detalha como os mercados podem reagir aos potenciais resultados eleitorais.

1. Kamala Harris eleita com um congresso democrata

Segundo Miranda, se Kamala Harris for eleita presidente e o congresso americano continuar sob controle dos Democratas, espera-se uma reação um pouco negativa nos mercados. Ele acredita que a principal preocupação nesse cenário seria com a deterioração fiscal e o aumento de impostos, o que pode gerar um clima de incerteza nos investidores.

“O dólar seria mais fraco e os yields dos Treasuries tenderiam a subir (também pela preocupação fiscal e inflacionária)”, explica Miranda.

O analista cita uma probabilidade em torno de 20% para esse quadrante.

2. Kamala Harris eleita com um congresso republicano

Caso Kamala Harris vença, mas com um congresso republicano, o efeito sobre o mercado de ações seria mais neutro, na visão de Miranda, já que dificilmente haveria capacidade de se implementar uma política fiscal expansiva ou aumentaria impostos.

“A perspectiva é de pouco efeito sobre o S&P 500, com dólar ainda mais fraco e yields dos Treasuries estáveis ou caindo”, afirma o analista.

Esse cenário, aponta o analista, tem uma probabilidade de cerca de 30%.

3. Donald Trump eleito com um congresso democrata

Se Donald Trump for reeleito, mas o congresso for controlado pelos Democratas, Miranda acredita que os mercados poderiam reagir positivamente. Isso porque Trump é visto como um presidente que favorece cortes de impostos corporativos e que mantém um ambiente pró-negócios, algo que pode impulsionar as bolsas.

“Esse cenário traria um otimismo no mercado de ações, com uma expectativa de alta do dólar e dos yields dos Treasuries”, analisa Miranda. Contudo, ele ressalta que o aumento das tarifas sobre a China e uma política externa mais isolacionista também são esperados.

Esse cenário, segundo o CIO da Empiricus Research, tem uma probabilidade de 20% de se concretizar.

4. Donald Trump eleito com um congresso republicano

O cenário mais favorável aos mercados seria a reeleição de Donald Trump com um Congresso também controlado pelos Republicanos. Para Miranda, essa combinação resultaria em uma continuidade das políticas pró-mercado com mais intensidade.

“Se Trump for reeleito com um congresso republicano, veremos um quadro mais robusto de desoneração fiscal, o que geraria um impacto ainda mais positivo no S&P 500, além de fortalecer o dólar e os yields dos Treasuries”, explica.

O analista cita uma chance de 30% para esse quadrante.

Quais setores da economia americana podem ser mais ou menos favorecidos por cada resultado eleitoral?

Miranda também faz uma análise detalhada sobre como cada resultado eleitoral poderia impactar setores específicos da economia. A vitória de um candidato pode beneficiar alguns nichos, enquanto prejudica outros.

  • Em uma vitória democrata, setores como veículos elétricos, energia renovável, hospitais, cuidados médicos e saúde se beneficiariam com um foco maior em regulação e investimentos. Os mais prejudicados poderiam ser o setor financeiro por mais regulação e, potencialmente, as Big Techs, no caso de medidas antitruste.
  • Se os republicanos vencerem, os setores favorecidos mais imediatos seriam a indústria automobilística tradicional, infraestrutura e “economia tradicional” (value investing) no geral, setor financeiro e todo o ambiente cripto. Por outro lado, veículos elétricos e energia renovável, importadores de produtos chineses, hospitais e serviços médicos ficariam em segundo plano.

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Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.

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